Lisboa – O Presidente da Comissão Provincial Eleitoral do Cuanza Sul, Morais António, apresentou nesta terça-feira (28), o seu pedido de “suspensão temporária ou definitiva” do cargo na qual foi indicado por resolução de 20 de Dezembro de 2016, do Conselho Superior da Magistratura Judicial, por via do concurso curricular.
*Paulo Alves
Fonte: Club-k.net
Diz-se chantageado por grupos nas redes sociais
O pedido de demissão surgiu na sequência de escândalos em que sua imagem foi objecto de exposição e divulgação, nas redes sociais, de fotografias em que o mesmo aparece em intimidades com alegadas mulheres alheias num motel. Os autores da partilha das imagens intimas escreveram há poucos dias a Ordem de Advogados e Angola denunciando Morais António mais conhecido “Tony Moras”.
Na carta enviada ao CSMJ, Morais António “Tony Mora” alega que em Maio de 2019, sofreu um assalto que resultou na abertura de uma queixa ao SIC-Sumbe. Segundo o mesmo, os assaltantes retiraram fotografias privadas suas e que por sua vez o tem feito chantagem, exigindo dele a quantia de 3 mil dólares americanos a troca na não publicação de conteúdos da sua vida privada.
“Em Março do presente ano 2020, recebeu vários telefonemas dos assaltantes, pedindo para que regatasse o seu computador por três mil USD e que, sem não o fizesse publicariam a bomba que têm”, lê-se na carta em que o mesmo admite que “não foi atendida a chantagem”.
De acordo com Morais António, os mesmos malfeitores o acusam igualmente de ser seropositivo, estando este a disseminar o vírus mortal no Sumbe (o que não é verdade). Por conseguinte, este responsável que admite “a necessidade de separar a personalidade pessoa, da do órgão CNE, para a reserva moral pública institucional” resultando na sua saída.
“Nestes termos e nos demais de direito aconselháveis, vem por intermédio deste requerer do augusto e venerando Conselheiro Superior da Magistratura Judicial, que defira a sua pretensão de suspensão temporária ou definitiva de membro da CPE Cuanza Sul e Comissário- Presidente do mesmo órgão”, lê-se ainda na sua carta enviada ao CSMJ.
Líder do grupo de pressão nega assaltos e chantagens
Em contacto com o Club-K, um dos promotores da campanha pela demissão do Presidente da CNE-Cuanza Sul nega ter assaltado a residência do jurista mas admite terem enviada as imagens comprometedoras as entidades locais da província.
“O Sr. Morais António esqueceu-se de que nós enviamos os vídeos e fotografias a todas entidades; em nenhum momento nós assaltamos a sua residência, muito menos té-lo chantageado sobre alegada factura em valores monetários”, disse a fonte, lembrando que “somos pessoas bem conceituadas e que tivemos acesso aos seus ficheiros no mês de Março 2020, quando o mesmo foi apanhado em flagrante com uma mulher alheia, onde deixou quase tudo em momentos de corrida, ou dito de outro modo, quando o mesmo punha-se em fuga”.
A fonte explica que “denunciamos este facto em anonimato, porque é muito bem sabido que, até ao momento em Angola, quem fala a verdade facilmente deixa o mundo dos vivos, sobretudo aqueles que enfrentam-se com pessoas ligadas ao poder do Estado.”
“Ninguém de nós colou fotografias em ruas, em nenhum momento!; Na verdade, o Sr. Morais António está a temer ser denunciado os seus documentos como: o cartão de membro do MPLA que o facilitou a sua nomeação à Presidente do Conselho Provincial Eleitoral do Kwanza-Sul, numa altura em que o país preparava-se para às Eleições Gerais de 2017; Nós vamos passar este documento para à apreciação de Vossas Excelências”, diz a mesma fonte.