Luanda - O Povo Angolano votou pela primeira vez, em democracia, em 1992. Mas foi em 2008, que a Nação Angolana exerceu o seu direito de voto em consciência para escolher, das 14 formações políticas existentes na época, o seu segundo parlamento desde que Angola se tornou independente do colonialismo português, em 1975. A União Africana foi convidada a enviar os seus observadores para acompanhar o processo eleitoral, na votação e apuração dos votos. A União Europeia, de igual modo, também enviou uma equipa de 90 observadores com a mesma finalidade.

Fonte: Club-k.net

O Sonho Adiado do Povo Angolano

Contudo, foi nas eleições gerais de 2008, do nosso país, que participaram 10 Partidos Políticos e quatro Coligações, com um registo de 8,3 milhões de eleitores para eleger os 220 Deputados à Assembleia Nacional e concomitantemente o novo Governo para a Nação Angolana, demonstrando claramente que o povo voltara a acreditar e a sonhar com o MPLA.

 

A CNE - Comissão Nacional Eleitoral, divulgou em 10 de Setembro os últimos resultados das eleições de 2008, dos quais confirmaram a vitória do MPLA com 81,76% dos votos projectados.

 

Naquela altura, de acordo com a CNE, o MPLA obteve 4 milhões, 520 mil e 453 votos, contra 572 mil e 523 votos da UNITA, que correspondiam a 10,36% da votação total.

 

O facto novo e relevante destas eleições, foi que apesar das acusações e suspeições de irregularidades, a oposição angolana aceitou com “fair play” os resultados e a vitória do MPLA, mesmo antes de serem divulgados os resultados definitivos das eleições. O principal dirigente da UNITA, Isaías Samakuva, admitiu de imediato o pleito eleitoral e não enveredou por uma crise política e nem alegou fraude eleitoral, como era habitual no posicionamento político do partido do Galo Negro, em períodos eleitorais.

 

O povo angolano em 2008, ainda acreditava com devoção que o MPLA, em tempo de paz iria governar com lisura, transparência, com políticas de inclusão social e boa governação isenta de corrupção, nepotismo e impunidade, concedendo-lhe uma vitória esmagadora sobre os partidos da oposição, porque acreditava profundamente no Partido do Largo dos Ministérios; que governaria numa lógica de governação do “poder do povo, para o povo”, promovendo a igualdade social, a solidariedade e o respeito pelo bem comum, princípios estes irrealizáveis em tempo de guerra.

Nesta cruzada de luta pelo poder, o MPLA/Estado, esteve no seu melhor, porque as actividades dos seus cabos eleitorais, com alguns técnicos de marketing político eleitoral, assessorados por profissionais de comunicação de massa com brasileiros e portugueses à mistura, estrategicamente souberam disseminar a propaganda política do Partido, em todo país e com principal incidência em Luanda, contando com o total apoio dos Órgãos de Comunicação Social Públicos que sempre estiveram ao serviço do DIP do MPLA.

Os cabos eleitorais foram aqueles que, em aliança política com o MPLA/Estado e com o ex-Presidente JES, tiveram como missão no período eleitoral de captar votos a favor do Partido junto da população angolana. Em Luanda, por exemplo, destacaram-se como cabos eleitorais, na linha da frente na disputa do pleito eleitoral de 2008, militantes como Bento Bento, Irene Webba, Norberto Garcia, Eulália Rocha, Manuel Mariano e Hélio dos Santos, que posteriormente foram suprimidos do mapa na hierarquia do MPLA/Estado.

A penetração de empresas brasileiras e de profissionais de marketing político no espaço público angolano remonta ao ano de 1992, com as primeiras eleições multipartidárias. Foi nesta altura que brasileiros e portugueses, foram introduzidos para participar como actores políticos nas campanhas eleitorais do MPLA/Estado, com a Odebrecht à cabeça e outras empresas brasileiras de comunicação recrutadas, que financiaram e projectaram as suas estratégias em períodos eleitorais. Logo, o surgimento da Orion e da Propeg – Empresa de Marketing e Publicidade do Estado da Baía, no mercado do audiovisual angolano, com a finalidade de recrutar profissionais e consultores da área de comunicação política, tais como, os famosos “marqueteiros”, Carlos Manhanelli, Geraldo Walter (falecido), Raimundo Lima, Ricardo Noblat, João Santana e Mónica Moura, estes últimos que estiveram à braços com a justiça brasileira no processo da “Lava Jato”.

Com esta mudança ideológica do MPLA/Estado, os seus ideólogos e estrategas políticos da Direcção do Partido, renunciaram o socialismo e enveredaram para um capitalismo selvagem, subtilmente monitorado por uma máquina de propaganda política, de publicidade e de inteligência estrangeira, que até hoje, serve de suporte na realização das suas campanhas eleitorais tendo sempre à cabeça a empresa Odebrecht. Nestas operações de charme e antipatriotas a Direcção do MPLA/Estado, numa crise de amnésia esqueceu-se por completo dos profissionais angolanos e dos patriotas que ao longo dos anos sustentaram e alimentaram a sua máquina de propaganda política, desde a guerrilha, no período após a Independência, durante o conflito armado e até aos dias de hoje, participando, activamente sem glórias, em todas as vitórias alcançadas pelo MPLA/Estado.

Não foi por um mero acaso que em 1992, aquando da visita do então Presidente da UNITA, Jonas Savimbi, aos Órgãos de Comunicação Social Públicos, (RNA, TPA, Jornal de Angola e Angop), o mesmo expressou a sua admiração e espanto pelo facto da comunicação social do país encontrar-se a ser dirigida, produzida e executada apenas por quadros angolanos.

O que significa dizer que as eleições de 2008, foram a última oportunidade do MPLA/Estado de perpetuar-se no poder na ilusão, de que “O MPLA é o Povo e o Povo é o MPLA”. É de recordar, que foi nas eleições de 1992, que pelo seu resultado, o povo angolano manifestou o seu descontentamento e ter atribuído um cartão amarelo ao ex-Presidente JES, submetendo-lhe a segunda volta das eleições com o Presidente da UNITA, Jonas Savimbi. Logo de seguida, numa tentativa de sobrevivência, o ex-Presidente JES, foi forçado a conceber a Constituição Atípica de 2010 e atrelado ao MPLA, conservou-se no poder até 2017. Como agradecimento, o Povo recebeu como herança uma Constituição Atípica que funciona pior que uma Pandemia.

Na nossa humilde opinião, julgamos que a vitória nas eleições de 2008, a favor do MPLA/Estado, estava totalmente ao seu alcance, por tratar-se de um imperativo categórico. Naquela época, no país, ainda persistia na alma dos angolanos a ideia de que o MPLA tinha se transformado na única e inequívoca força política capaz de criar uma Angola melhor para todo o povo, de Cabinda ao Cunene e do Mar ao Leste.

Ao contrário das expectativas do Povo Angolano, o MPLA/Estado, despido de patriotismo e humanismo, transformou-se num Partido meramente eleitoralista, sem estratégias políticas e ideológicas para o desenvolvimento do país. Esqueceu-se da sua própria história de libertador da Nação Angolana e para contrariar, optou por investir numa sociedade de desonestidade intelectual, onde os governantes deixaram de ter escrúpulos, pensam apenas em roubar dinheiro e nada mais. Ao ponto de ignorarem as suas origens humildes, do interior do país (Sanzalas, Aldeias e Vilas) e dos Musseques arredores dos Centros Urbanos das Cidades, de onde são oriundos.

Deste modo, o MPLA/Estado, fechou-se em si, como que numa couraça, alheando-se ao que acontece ao seu redor, “não aprendem”, “não ouvem”, “não mudam” e “nunca mudarão”. Continuam a cometer os mesmos erros do passado sem capacidade de uma introspeção e mudanças necessárias nas suas hostes e muito menos em respeitar os anseios de toda Nação Angolana.

Assim, como é possível compreender-se que numa altura em que falta apenas um ano para o pleito eleitoral de 2022, o Presidente do MPLA/Estado e da República, JLO, continuar confinado a ele próprio e totalmente passivo, impávido e sereno, sem interpretar os sinais do tempo?

Como é possível, o Presidente JLO, ter perdido a noção do país real, visto que, teve cargos de relevo no país, tais como, de Comissário Político das Gloriosas FAPLA, Comissário Provincial na era do Presidente Agostinho Neto, Secretário do B.P. para a Esfera Ideológica do MPLA, Secretário Geral do MPLA, Vice-Presidente da Assembleia Nacional e Ministro da Defesa, na era do ex-Presidente JES e mesmo assim não reage a estímulo nenhum como se de uma múmia se tratasse.

O Presidente JLO, assumiu o poder em 2017 e sarcasticamente, rotulou de “marimbondos” os ladrões, que pilharam e pisotearam o país, entre os quais o ex-Presidente da República, JES e a sua família, os seus inúmeros acólitos entre eles Manuel Vicente, Generais Kopelipa e Dino Nascimento, Aldemiro Vaz da Conceição, Edeltrudes Costa, Carlos Feijó, Manuel Nunes Júnior, Pitra Neto, Joaquim David, General Higino Carneiro, Manuel Rabelais, Júlio Bessa, entre outros bem conhecidos pelo Povo Angolano. E paradoxalmente, os mesmos continuam a ser o logótipo e a reserva moral do Estado e do MPLA. E esqueceu-se da ameaça que estas logo-marcas representam na perda de votos e consequentemente na queda do MPLA, em 2022. Se observarmos, poderemos considerar que já é um facto real a sua perda de popularidade na tendência do voto da população em todo o país, pela perda do controlo da segurança interna, pelo agravamento da crise social e económica e pela perda do controle da reserva moral na sociedade.

O tão propalado “combate a corrupção, a impunidade e ao nepotismo”, que serviu de bandeira de campanha do Presidente JLO, nas eleições de 2017, até ao momento, não sortiu qualquer efeito. Ao contrário da sua pretensão, continua a apostar para o seu staff de governação e partidário, no Executivo e no MPLA/Empresa, nos mesmos marimbondos – ladrões, da equipa do ex-Presidente JES, corruptos, bajuladores entre velhos e novos moldados no espírito de delapidação do erário público, com laivos de mestria e cientificidade mafiosa, que se confunde com os arranha-céus, Fórmula1, champanhe, conhaque, caviar e charutos, bem como, com os “Bataclans” dos Coronéis da novela brasileira “Gabriela, Cravo e Canela”.

Um dos exemplos dos desvarios da nossa governação, é o caso do esquema/engrenagem da ex-Ministra do Urbanismo, Ordenamento do Território e Habitação, Ana Paula de Carvalho, que apropriou-se abusivamente de quase todo património que a Empresa Imogestin devolveu ao Ministério na altura da sua tutela, na Urbanização Nova Vida, entre terrenos e edifícios, com valores patrimoniais avaliados em milhões de dólares. Não obstante, a prática desta façanha por ela protagonizada, ainda foi-lhe agraciado o cargo de Secretária de Estado para o Ordenamento do Território no actual Governo.

Não satisfeita, a sua ambição desmedida e sem pejo, levou a ex-Ministra Ana Paula de Carvalho e o seu testa de ferro Adérito Mohamed (Director de Infra-estruturas e em acumulação Director do Instituto Nacional de Habitação do Ministério da Construção e Obras Públicas), a apropriarem-se de forma ilícita de moradias e edifícios que serviram de Missões Diplomáticas estrangeiras acreditadas no país e de um vasto património de empresas petrolíferas que operavam em Angola e que foram ressarcidos ao Estado, como o caso dos edifícios Palanca sitos na Rua Marien N’Guiabi no Bairro da Maianga. Com estas acções anti-patriotas e lesivas ao país, não é perceptível a indiferença do Presidente JLO e do MPLA/Estado em manter este tipo de gente.

Outro caso caricato, é a nomeação do actual Ministro das Relações Exteriores, Teté António, que viveu a sua adolescência e juventude na ex-URSS como estudante bolseiro e toda a sua idade adulta no exterior do país. Tanto é assim quem por desconhecer a realidade angolana, tem demonstrado inaptidão profissional e intelectual em dar resposta as questões candentes e urgentes internas, de desestruturação do Mirex, apresentadas na praça pública, engendradas pelos ex-Ministros Georges Chikoti e Manuel Augusto. A imperícia do actual Ministro e dos seus coadjuvantes é tão preocupante e desastrosa que torna-se insuportável a forma de como ainda mantém no seu staff de trabalho, o Secretário Geral do Mirex, Agostinho Van-Dúnem, principal pilar da corrupção, nepotismo e impunidade. Ao conceder-lhe como presente, os cargos de Secretário Geral, Director dos Recursos Humanos e de Director Financeiro desta importante instituição política e estratégica do país.

Com o andar desta carruagem, não existe sombra de duvidas que o MPLA/Estado, jamais voltará alcançar a mesma proeza como a das eleições de 2008. Nas próximas eleições de 2022, não será possível alcançar tal feito, pelo facto do Partido/Empresa ter perdido o seu foco em relação ao Povo Angolano e ter perdido a sua influência sobre o povo por ausência de estratégias políticas e ideológicas, por falta de organização interna, por má gestão dos recursos naturais e humanos e por ausência de humanismo, pela simples razão, dos seus representantes usarem a política, como modo de vida, como saída profissional, onde, no seu entender, a política é vista como uma arena do vale tudo sem qualquer restrição e limite – com ofertas de barragens hídricas do país, à mistura.

Quando são decorridos mais de 40 anos com o MPLA/Estado no poder, já não se torna racional, o Partido/Empresa, apresentar-se nas próximas eleições de 2022, com os mesmos governantes e cabos eleitorais, como por exemplo, Norberto dos Santos “Kwata Kanawa”, Júlio Bessa e Job Capapinha.

Estes governantes e cabos eleitorais do MPLA, pelas suas acções adquiriram características comuns, vejamos:

1 – Exerceram cargos de Ministros, Deputados, Governadores, Membros do Comité Central e do Bureau Político e 1º Secretários do Partido nas Províncias.

2 – Enriqueceram através da acumulação primitiva de capital na era do ex-Presidente JES.

3 - São milionários, têm acções e participações em empreendimentos financeiros, tais como, em empresas e Bancos, totalmente obtidos com o financiamento do marimbondismo.

A Província de Malanje é extremamente rica, mas desde a independência do país, não conheceu qualquer desenvolvimento. E pela sua história política foi sempre uma zona de influência do MPLA, que vai desde a época do Presidente Agostinho Neto até a presente data, tanto é assim, que na campanha eleitoral para as eleições de 1992, “a pomba branca da paz de Jonas Savimbi não voou”, tornando-se numa lenda.

Apesar destas características enunciadas, Malanje tem como Governador um veterano de guerra, que governa desde a 1ª República de Agostinho Neto. Durante todo este tempo, não se elitizou para exercer o poder de forma correcta, pelo contrário, tornou-se insensível aos anseios do povo, perdeu a capacidade de liderança de um poder racional, como resultado o desenvolvimento da Província não se galvanizou, por falta de humanismo e por falta de conhecimento na gestão dos recursos naturais e humanos da província.

Por seu turno, o Kuando Kubango, Província vulgarmente conhecida por K.K., as terras do fim do mundo, tem como Governador Júlio Bessa, um pseudo-intelectual, estudante bolseiro da ex-URSS, que já foi Ministro das Finanças, Segundo Secretário do Conselho de Ministros, pertenceu ao staff da Presidência da República de JES, Deputado da Assembleia Nacional e Vice-Governador da Província de Luanda. Com estes pergaminhos no seu curriculum vitae, o povo do Kuando Kubando em particular e o povo angolano em geral, estava convicto que foi a escolha acertada do Presidente JLO, ao nomeá-lo como Governador da Província. Com a chegada ao poder do Presidente JLO e ao impulsionar o processo de mudanças no país com a máxima “Corrigir o que está mal e Melhorar o que está bem”, para construção da 3ª República, Júlio Bessa beneficiou da estratégia de “colocar o homem certo no lugar certo”. Na sua chegada à Menongue, a população das terras do fim do mundo, profetizou o regresso de um novo Messias, que galvanizaria o desenvolvimento naquele território. Esta expectativa, segundo a população, os seus antecessores, Eusébio de Brito, Higino Carneiro e Pedro Mutindi, nada fizeram em benefício do povo, senão a pilhagem e o enriquecimento em causa própria.

O novo Messias, apresentou-se teoricamente com perspectivas de boa governação e racionalidade, perante o povo heróico e generoso do K. K. que acreditou que o estigma do tempo colonial de “terras do fim do mundo” seria esbatido com a transformação do território com o novo lema de “terras de progresso e de prosperidade” (segundo o novo Messias). Esta visão holística da realidade não passou de uma mera quimera. Porque o novo inquilino do Palácio de Menongue, com as vestes de um “lobo com pele de cordeiro”, não é senão um calculista, egocêntrico, e profundamente desumano que só pensa nele próprio e em mais ninguém, parafraseando o músico português Zeca Afonso – José Afonso no refrão da sua música “ele come tudo e não deixa nada”.

Profundamente marcado pela cultura de governação marimbondista, as suas pretensões de Governador, não passam de um mero exercício de charme, ao arregimentar nas suas hostes de saque e de delapidação de riquezas da Província, ex-oficiais e nativos das ex-Fala da UNITA, hoje, enquadrados no Secretariado do MPLA da Província. Outrossim, associou-se a alguns filhos de ex-fazendeiros do tempo colonial, aonde se encontra o famoso agricultor conhecido por Rómulo, do Município do Cuchi, que se transformou no seu principal sócio na exploração agrícola de Missombo, bem como, os ex-militares seus acólitos em outras acções lesivas ao país. Não obstante, o novo Messias, como “dono de tudo e tudo poder fazer”, de forma engenhosa e sem limites recrutou uma empresa espanhola, para todo tipo de serviços e obras para “faturar e subfacturar a grande e a francesa” em detrimento de um povo faminto em pobreza extrema.

Nesta senda, a governação da Província do Kuando Kubango e as actividades do Partido, tornaram-se rotineiras, fastidiosas e sem desenvoltura política, conhecendo na prática uma estagnação na intervenção dos militantes por inépcia política do 1º Secretário do Comité Provincial do Partido, na sua chefia. As reuniões do Partido na Província sob a sua orientação ainda não produziram efeitos positivos para os militantes e a população em geral. Não existe nada de palpável senão as reuniões de rotina projectadas para a estatística e de acomodação política dos seus membros.

No entanto, na Província do Kwanza Sul, desde o período colonial e a margem da existência da monocultura, com o café, algodão, sisal e a cana de açúcar, sempre posicionou-se como o celeiro alimentar de Angola, em matéria de lacticínios e dos derivados do leite, que impulsionou o desenvolvimento da pecuária, agro-indústria e pescas naquela região. Porém, com as características inerentes, a própria Província em relação aos seus recursos naturais, ela não merece ser dirigida por um Governador sem dotes de liderança. A sua governação deverá alicerçar e perspetivar um ambiente saudável de negócios que alicie o investimento estrangeiro e propicie o desenvolvimento económico da Província.

Neste caso, o Governador Job Capapinha, não se adapta a nova realidade política, por trata-se de um militante forjado na política de massas aonde o populismo, o seguidismo e a bajulação são o seu lema. Compreende-se assim, que a sua melhor prestação foi alcançada junto do Movimento Espontâneo do ex-Presidente JES, onde participou activamente em acções de massa pelo Partido. O momento actual exige dos novos actores políticos, um outro nível de compreensão e de interpretação política, quando vislumbra-se no quotidiano a busca de soluções para o país com racionalidade, ao invés de se perpetuar de forma perene no militantismo arrogante e absolutista de que “eu não sou do MPLA, “eu sou o MPLA”. Foi precisamente com este obscurantismo político, que perdemos a Nação Angolana e ganhamos a Desgovernada Pátria Angolana.

Com este tipo de governantes, de governação e de militantes, fica bem espelhado, que a estratégia de combate a corrupção implementada pelo Presidente JLO e pelo MPLA/Estado, contribuirão para a derrocada nas eleições de 2022 e que lamentavelmente o Povo Angolano, apenas recordará o MPLA como um Partido COM HISTÓRIA MAIS SEM GLÓRIA.

Luanda, 11 de Agosto de 2020

António Alberto Alcochete