Lisboa - O movimento independentista Frente de Libertação do Estado de Cabinda apelou hoje à Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) para condenar e responsabilizar Angola por “desde 11 de novembro de 1975 administrar ilegalmente o Estado de Cabinda”.

Fonte: Lusa

Em comunicado, “o Governo Cabindês nas Zonas Livres de Cabinda, a Frente de Libertação do Estado de Cabinda e as Forças Armadas de Cabinda (FLEC/FAC)” saudaram o êxito da 40.ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da SADC, que hoje se realiza, com a participação do Presidente da República, João Lourenço.

 

O movimento independentista considerou a cimeira da SADC “um fórum responsável pela orientação geral de políticas e acompanhamento das funções da comunidade”, sendo por isso “a instituição suprema na tomada de decisões políticas da organização”

 

Neste sentido, os separatistas apelaram à intervenção da SADC na situação de Cabinda, que alegam, devido à administração angolana, tem inviabilizada “a independência daquele território da África Central, antigo Protetorado e Colónia de Portugal (1885-1933)”.

 

“Apelamos aos chefes de Estado e de Governo da SADC, a serem imparciais políticos e baluartes da paz, da justiça, da liberdade, da independência e dos direitos humanos, condenando, se for o caso, ao colonialismo ou neocolonialismo, à violência armada e à pilhagem dos recursos naturais, sob pretextos políticos infundados, condenando a política colonialista e militarista de Angola no conflito político de Cabinda”, referem na nota.

 

Para a FLEC, “a política ocupacionista de Angola ao território de Cabinda é uma ameaça à paz e harmonia dos países da África Central, particularmente dos vizinhos Congos Brazzaville e Democrático, sistematicamente invadidos pelas Forças Armadas Angolanas – FAA, que não poupam nem os centros de refugiados cabindenses, em perseguição das forças de resistência”.

 

A nota finaliza com a reafirmação da “abertura permanente ao diálogo inclusivo e honesto sobre o conflito político-militar de Cabinda”.

 

A 40.ª Cimeira Ordinária de Chefes de Estado e de Governos da SADC decorre hoje por videoconferência, subordinada ao tema “SADC – 40 Anos Construindo a Paz e a Segurança e Promovendo o Desenvolvimento e a Resiliência Face aos Desafios Globais”.

 

Angola participa com uma delegação de alto nível, chefiada pelo Presidente da República, integrando ainda o ministro das Relações Exteriores, Téte António, e outros membros do executivo.

 

De acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores, a cimeira da SADC é responsável pela orientação geral de políticas e pelo acompanhamento das funções da comunidade, tornando-a uma instituição suprema de tomada de decisões sobre políticas da região.

 

A organização regional criada em 17 de agosto de 1992, em Windhoek, capital da Namíbia, tem como objetivo promover o crescimento e desenvolvimento económico e sustentável, aliviar a pobreza, aumentar a qualidade de vida dos povos da região e prover auxílio aos mais desfavorecidos.