Joanesburgo - O departamento de estudos económicos do Standard Bank considera que Angola deverá enfrentar uma recessão de 3,9% este ano e de 1,2% em 2021, e afirma que as reformas não se traduzem num crescimento imediato.

Fonte: Lusa

"Angola enfrenta quer a incerteza da pandemia, quer as fracas perspetivas de escapar à prolongada recessão que dura desde 2016", escrevem os analistas na mais recente nota sobre as economias africanas.

No relatório, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas do Standard Bank estimam um crescimento negativo de 3,9% este ano e de 1,2% em 2021, alertando que as reformas estruturais, apesar de irem no bom sentido, não conseguem tirar a economia angolana do vermelho a curto prazo.

"Todos os nossos cenários de crescimento da economia incorporam o risco de uma recessão prolongada, bem como a forte dependência do setor do petróleo, os poços em declínio, o baixo investimento, as pressões de liquidez em moeda externa e a subida da dívida soberana", lê-se no relatório.

"Apesar do progresso louvável do Governo na implementação das reformas estruturais, é pouco provável que isso se traduza num crescimento económico imediato", acrescenta-se no documento, que alerta ainda que "apesar dos programas ambiciosos de privatizações e de substituição das importações, a execução continua refém do fraco apetite dos investidores, quer internos quer externos".

O Standard Bank prevê uma subida da inflação, de 16,9% em 2019, para 26,2% este ano, descendo para cerca de 21% em 2021.