Lisboa - A embaixadora de carreira Edith do Sacramento Lourenço Catraio é apontada em círculos diplomáticos, em Luanda, como a diplomata com o perfil adequado para substituir Narciso Espirito Santo Júnior à frente do Consulado Geral de Angola em Lisboa.

Fonte: Club-k.net

Ministro nega ter ordenado cônsul cessante a fazer despedimentos 

Nomeado desde meado de 2016, Narciso Espirito Santo Júnior está em fim de missão depois de ter completado quatro anos a frente deste posto diplomático. A proposta inicial para a sua substituição, havia recaído para o inspector do ministério das relações exteriores, Mateus Barros José. Este por sua vez foi colocado de lado, uma ação atribuída a Consul do Porto, Isabel Jesus Costa Godinho que fora citada como tendo movido influencia junto do ministro Téte Antônio, para manter Espirito Santo Júnior por mais algum tempo na capital portuguesa.

 

A saída de Narciso Espirito Santo Júnior assinalada com a comunicação feita pelo MIREX, notificando igualmente, o fim de missão de uma sobrinha sua, Lukenia Tomasia Casimiro que ai estava nomeada, desde 2016, para num período de 4 anos exercer as funções de escrituraria, no consulado de Angola em Lisboa.

 

Edith Lourenço Catraio a favorita para o posto, trabalha há mais de 30 anos no ministério das Relações exteriores e antes do seu irmão, João Manuel Lourenço chegar ao poder, o ex-Presidente José Eduardo dos Santos a promoveu a embaixadora, o topo da carreira diplomática. Trabalhou no passado como diplomata em Madrid, Bruxelas, e depois em Paris.

 

Na capital portuguesa, Edith Lourenço Catraio terá a missão de apaziguar aquela missão diplomática que nos últimos quatro anos foi abalada por crises internas e escândalos de descaminho de fundos detectados por uma inspeção geral do Estado. Catraio terá também a missão de resgatar a boa imagem do consulado, deixada ao tempo da embaixadora Cecilia Batista.

 

Recentemente, um grupo de funcionários do MIREX, em Luanda, enviou aos deputados a Assembleia Nacional, um memorando em que manifesta o seu descontentando face aquilo que consideram como os “seis meses de letargia” da gestão do ministro Téte António enquanto responsável do órgão que trata da diplomacia no país. Na missiva foi dado o mau exemplo de Narciso Espirito Santo Júnior que levou o Estado angolano a gastar em indemnizações cerca de 500 mil euros, a um grupo de funcionários que recorrem ao Tribunal de Lisboa, por terem sido despedidos, em 2018, “sem critérios nem negociações” a pretexto de alegadas ordens superiores. Por outro lado, Espirito Santo admitiu outros como Jessica Cristóvão com quem partilha afinidades familiares, e 'Laurinda' cujo o esposo é membro da sua família. Admitiu também uma empregada portuguesa para a sua residência além de três trabalhadores de origem cabo verdiana.


Há semanas, um ativista e jornalista baseado em Londres, Master Ngola Nvunji acusou, Narciso Espirito Santo Júnior de voltar a realizar, em pleno período de pandemia, despedimentos naquela missão diplomática a pretexto de estar a cumprir “ordens superiores” do ministro das relações exteriores Tété Antônio.

 

De acordo com o ativista jornalista, tratam-se de cinco funcionários que estão a ser supostamente acusados de fazer parte de um grupo na qual o cônsul suspeita que sejam “espiões” de duas antigas vice-cônsul que Narciso Santo Jr terá maltratado e se recusado efectuar pagamentos dos seus ordenados.

 

O Jornal “África Monitor” indica que Narciso Espirito Santos que está em fim de missão, tenciona despedir funcionários em vingança por suspeitar que estes estarão por detrás de uma queixa que lhe foi movida junto a PGR de Angola, sobre a sua gestão e alegados descaminhos de fundos.

 

Contactado por entidades em Luanda, o ministro Tété Antônio tem negado que tenham ordenado Espirito Santo Júnior a fazer despedimentos.