Luanda - O Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, está a ser acusado – em grupos nas redes sociais – de ter violado o Decreto Presidencial n.º 276/20, de 23 de Outubro, que actualiza as medidas de prevenção e controlo da propagação do vírus SARS-COV-2 e da Covid-19. O referido decreto proíbe ajuntamentos de qualquer natureza de mais de 5 pessoas.

Fonte: Club-k.net

A acusação contra o Chefe de Estado, é baseada no facto de o mesmo ter neste dia 11 de Novembro, reunido um numero de pessoas (em ajuntamento de mais de cinco) a quando da inauguração do luxuoso Hotel Intercontinental Miramar, erguido na zona do Eixo Viário, distrito urbano da Ingombota, município de Luanda.


Neste acto, o Chefe de Estado angolano fez-se acompanhar da primeira-dama da República, Ana Dias Lourenço, e convidados, com quem percorreu algumas áreas de serviço do novo hotel.


A inauguração do hotel, a 11 de Novembro, aconteceu no mesmo dia em que a Policia Nacional assassinou um jovem, e deixou outros feridos, numa manifestação a pretexto de violação do decreto em causa. A Polícia Nacional na pessoa do comandante de Luanda, Eduardo Cerqueira nega existência de mortes na manifestação deste dia justificando que a pessoa dada como morta terá caído e se feriu. Por outro lado, o Hospital Américo Boavida desmente a versão da Polícia Nacional confirmando a morte do jovem que segundo os seus amigos – em entrevista a Rádio Despertar - foi assassinado com um tiro na cabeça.


O acadêmico Fernando Macedo, instou, em carta aberta, está semana ao Chefe de Estado, João Lourenço, para abertura de um inquérito a fim de esclarecer assassinatos cometidos pela policia na manifestação do dia 24 de Outubro. “Antes de tudo o mais, Excelência, é chocante o Vosso silêncio perante a informação segundo a qual duas pessoas terão perdido a vida na manifestação reprimida no dia 24 de Outubro do ano em curso, em Luanda, por responsabilidade de agentes da Polícia Nacional. No mínimo, deveria, Vossa Excelência, mandar instaurar um inquérito para apurar a veracidade de tal ocorrência”.