Luanda - O júri do Prémio Literário António Jacinto, de Angola, decidiu anular os resultados da edição 2020, cujo galardão foi atribuído à obra "Mulher Infinita" de Lourenço Catari Mussango, por terem sido encontrados sinais de "plágio" na obra.

Fonte: Lusa

O Instituto Nacional das Indústrias Culturais e Criativas angolano, em comunicado enviado hoje à Lusa, refere que o júri do prémio foi alertado, por denúncias nas redes sociais, qyue a obra constituía um plágio do conto "Serena", do escritor brasileiro Paulo Cantarelli.

 

Segundo o comunicado, o júri, reunido em 21 de dezembro de 2020, comparou os dois contos, "Mulher Infinita" e "Serena", e concluiu haver "confluências morfossintáticas, estruturais e de conteúdo que configuram, na verdade, a existência real de plágio".

 

Em face dos "factos dados como provados", afirma o júri, constituído pelos professores Joaquim Martinho e Domingas Monteiro, o "original perdeu a criatividade e violou o regulamento do prémio" que determina que as obras submetidas a concurso devem ser originais, inéditas e de criação própria.

 

O anúncio do vencedor do prémio, agora anulado, aconteceu em outubro de 2020 e em 10 de dezembro Lourenço Catari Mussango recebeu o diploma e um galardão.

 

O júri "consciente que a manutenção da atribuição do prémio a um título bibliográfico" que configura "plágio e falta de honestidade intelectual" constituiria uma "verdadeira entorse" ao regulamento e prestígio da distinção, decidiu retirar o galardão.

 

Em declarações à Lusa, o diretor-geral do Instituto Nacional das Indústrias Culturais e Criativas, Gabriel Cabuço, disse que o prémio está avaliado em 5.000 dólares (4.500 euros) e o montante ainda não tinha sido entregue.

 

Em junho de 2020, o júri do Prémio Literário Jardim do Livro Infantil angolano também anulou a edição 2020 por verificar um "plágio grosseiro e tentativa de burla" por parte do vencedor.