Luanda - O Presidente do Tribunal Supremo, Joel Leonardo voltou a favorecer a filha enviando-a para uma formação em Portugal ao arrepio de uma providencia cautelar movida pela Associação dos Juízes de Angola (AJA), pelo alegado acto de nepotismo. 

Fonte: Club-k.net

Na passada terça-feira (5), Joel Leonardo conduziu uma reunião do Conselho Superior da Magistratura Judicial (CSMJ) que visou  reparar o erro e abordar a substituição da sua filha (Amélia Jumbila Isaú Leonardo Machado "Yuka") e a da filha  (Antônia Kilombo José Damião) do seu amigo João Damião, representante do MPLA na Comissão Nacional Eleitoral (CNE). Diante dos colegas, o Presidente do Supremo reconheceu o seu erro, tendo desabafado que durante a quadra festiva “passou muito mal”, pelo fustigamentos nas redes sociais, e que foi aconselhado pela própria família a retirar o nome da filha e o da “afilhada” da lista de viagem a Portugal.

 

Prevendo que um dia possa deixar o cargo de Presidente do Supremo devido aos erros que tem cometido, o Juiz  Joel Leonardo disse aos colegas que mesmo que saia, aguarda que entre os colegas possam se saudar.

 

Por seu turno, ao intervir na mesma reunião, o vice-presidente do Tribunal Supremo, Juiz conselheiro Cristino Molares de Abril e Silva alegou que qualquer um que tivesse na posição de Joel Leonardo iria fazer passar a sua própria filha. Molares de Abril sugeriu que era melhor as “miúdas seguirem” para a formação em Portugal, ao invés de serem substituídas por outros dois juízes.

 

Encorajado com a sugestão do seu vice-presidente, Molares de Abril, o Presidente do Supremo Joel Leonardo mudou de ideia e dia seguinte, despachou a filha e a afilhada para fazerem os teste de Covid-19, na clinica Girassol. Depois de testarem as mesmas  seguiram para a formação de formadora de juízes em Portugal. As mesmas, se encontram, na capital portuguesa,  deste quinta-feira (7).

 

Apesar de o vice-Presidente do Tribunal Supremo defender o envio das duas familiares do seu superior hierárquico, a reunião do Conselho Superior da Magistratura Judicial não concordou da decisão provocando o atraso da feitura da acta. Segundo apurações, o Juiz Joel Leonardo revela-se decidido em produzir uma acta rasurada em que irá anunciar que a plenária decidiu pelo envio a Portugal, em formação, da sua filha e da sua afilhada.

 

Para além de se ter passado por cima do CSMJ, vale lembrar que a A.J.A (Associação dos juízes de Angola ) remeteu na câmara do civil administrativo uma providência cautelar, para se saber que critérios foram usados por Joel Leonardo para selecionar a sua filha e do seu amigo para está formação.

 

“A AJA, tem uma frente para colocar a justiça nos seus melhores, para tal deve prosseguir com os Processos, porque o Joel Leonardo, não cumpre lei alguma e representa um perigo para justiça”, diz a ativista Eveline Ding, em reação a esta toda polêmica para qual considera que o Presidente do Tribunal Supremo “não se educa a ele próprio”.