Lisboa - O Ministro da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos “Liberdade” homologou recentemente uma ordem de detenção do Adido de Defesa junto da Embaixada da República de Angola na República Portuguesa, coronel Eugénio Leopoldo Frayo e do seu financeiro Capitão Euclides Dionides Augusto, por alegada má gestão e peculato.

Fonte: Club-k.net

A ordem de detenção dos dois militares em serviço na capital portuguesa resultou de um processo que decorre na Procuradoria Militar de Angola. O processo, em causa foi baseado no conteúdo de dois relatórios da Inspeção Geral da Administração do Estado (IGAE) que detectou gestão inapropriada de fundos canalizados aquela chancelaria militar no exterior do país.

 

A inspeção, segundo apurou o Club-K, foi realizada, por uma comissão do IGAE despachada a Lisboa, em Novembro de 2019, na qual inspecionou também o consulado geral em Lisboa, mas nesta missão consular, o assunto foi “abafado” pelo ministério das relações exteriores, face as ligações existentes entre o ministro Téte António e o Cônsul-Geral Narciso Espírito Santo Júnior.

 

Já no caso dos relatórios envolvendo as patentes militares, o Ministro da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria ao ser confrontado com o assunto reencaminhou para a Procuradoria Militar para as devidas responsabilizações criminais. Depois de a procuradoria militar detetar matéria de crime, o ministro João Ernesto dos Santos “Liberdade” exonerou os referidos diplomatas da chancelaria militar em Portugal que estão a ser aguardados na capital angolana para serem remetidos a cadeia.

 

Para além dos dois diplomatas foram também arrolados pela Procuradoria Militar, um outro coronel Bartolomeu Teca, que no passado exerceu funções de chefe da programação de bolsas de estudo. Bartolomeu Teca é implicado no descaminho de valores que totalizam-se em cerca de dois milhões de Euros, para além de ter colocado supostos membros da sua família na lista dos bolseiros em Portugal auferindo mensalidades exageradas, enquanto outros bolseiros não recebiam pagamentos por alegada falta de dinheiro.

 

Foram igualmente alistados como arguidos, neste processo, o Tenente-general Samuel Zinga Emília, que até Maio de 2018, exercia as funções de Adido de Defesa em Lisboa. Os relatórios da IGAE, indicam que ao tempo em que dirigia a chancelaria militar na capital portuguesa, este tenente-general que actualmente é o chefe da Direção de Ensino no exercito, terá introduzido na lista de bolseiros figuras alheias ao ministério da Defesa Nacional, tais como os seus filhos, e duas amigas, uma de nacionalidade brasileira e outra argentina.