Luanda - Cresce o número de reclamações silenciosas de pessoas colectivas e particulares contra o director de gabinete do Presidente da República a quem acusam de sonegar informação a João Lourenço. Os queixosos alegam que Edeltrudes Costa não faz chegar determinadas correspondências dirigidas a João Lourenço, tais como denúncias, exposições e pedidos de audiência.

Fonte: JornaloKwanza

Recentemente um funcionário público (que pediu o anonimato por razões de segurança) revelou a’ “O Kwanza” ter feito, há mais de um ano, uma denúncia à PGR com decalque ao gabinete do PR sobre casos de corrupção que ocorrem num determinado Ministério, tendo obtido até aqui o silêncio como resposta.

 

O referido funcionário público referiu ter garantias de que que a denúncia chegou à Presidência da República, mas que “desapareceu” no gabinete de Edeltrudes Costa. “Nunca mais se falou da minha denúncia. Sei que não chegou ao destinatário. A PGR também não reagiu até ao momento. E de lá para cá, passei a ser vítima de perseguição no meu local de trabalho. Não sei bem por quê, mas tenho uma leve suspeita”, sublinhou.

 

Um deputado do MPLA confidenciou a’ “O Kwanza” ter solicitado, há mais de seis meses, uma audiência ao Presidente da República, mas que até ao momento não obteve resposta. “Há má-fé da parte do director de gabinete de João Lourenço. Ele não quer que se tenha acesso ao Presidente. Está agir da mesma forma que o general Kopelipa, que só fazia chegar ao Presidente José Eduardo dos Santos a informação que lhe convinha. Daí o facto de muita gente tratar Edeltrudes Costa como Kopelipa II”, revelou o tribuno do maioritário.

 

“Tudo passa por mim antes de chegar ao PR. Só eu quem decide o que vai ou não para a mesa do Chefe (de Estado), mesmo as correspondências que chegam pela ‘porta do cavalo’. Quando não as recebo de frente, recebo-as de trás”, ter-se-á jactado recentemente, em círculo privado, Edeltrudes Costa.

 

O analista político Ferraz António considera que, a ser verdade, a sonegação de informação ao PR, por Edeltrudes Costa, constitui um crime e um perigo para João Lourenço.

 

Ferraz António defende que a “própria Unidade de Segurança Presidencial em parceria com o Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE) deveriam investigar estes rumores. Com um director de gabinete com esta atitude, repito, a ser verdade, João Lourenço não tem de temer a oposição e muito menos os seus adversários no MPLA. O próprio Edeltrudes (Costa) pode pôr em causa a gestão e a própria segurança do PR”, concluiu.