Luanda – O relatório da Freedom House, uma organização norte-americana não-governamental e sem fins lucrativos, acaba de lançar o relatório 2021 sobre a liberdade no mundo onde volta a colocar Angola na lista dos países "não livres" e a piorar no capitulo das liberdades políticas.

Fonte: NJ
Este relatório é importante porque a Freedom House é uma das organizações não-governamentais mais prestigiadas em todo o mundo e os seus índices são tidos em conta pelas mais importantes instituições planetárias quando abordam questões relacionadas com os países em causa devido à sua larga experiência na recolha de dados sobre a evolução das democracias e a liberdade política nos Estados analisados.

Fundada em 1941, a Freedom House teve Eleanor Roosevelt como uma das suas primeiras presidentes.

Para justificar esta abordagem a Angola neste relatório, a Freedom Huuse destaca questões como, entre outros, a corrupção, abusos das forças de segurança ou o desrespeito processual, bem como o facto de ser o mesmo partido que rege o País desde a sua independência.

Na abordagem à África subsaariana, capítulo que integra Angola, a ONG baseada em Washington, elogia os ganhos conseguidos no Malawi e no Sudão, devido ao sucesso das eleições recentes e às reformas introduzidas nos mais variados domínios, sublinhando igualmente o sentido contrário que seguiram vários países desta sub-região africana, especialmente por causa da fraude eleitoral e a diluição de liberdades políticas.

Exemplos disso mesmo são apontados na Tanzânia e na RCA, nas eleições no Togo ou na República da Guiné, onde, entre outros problemas, além da fraude eleitoral, são apontados factores coercivos para manipular resultados como a restrição de movimentos através de medidas contra a Covid-19.

Etiópia, Camarões, Moçambique ou Burkina Faso são exemplos negativos pelos conflitos internos, seja por questões de separatismo, seja pela existência de grupos radicais islâmicos, ou ainda o Ruanda, devido ao abuso de força para controlar a pandemia.