Luanda – Assim que no dia 8 de Abril, enviou o seu pedido de demissão ao Presidente da Assembleia Nacional, o demissionário provedor de Justiça de Angola, Carlos Alberto Ferreira Pinto, não se fez esperar e no dia seguinte da apresentação da renuncia mandou parquear a viatura volvo protocolar, que lhe haviam atribuído prosseguindo, assim, a sua devolução ao Estado.

Fonte: Club-k.net

A inciativa de Carlos Alberto Ferreira Pinto é vista como incomum na realidade angolana, e ao contrario do que aconteceu há um ano quando uma outra entidade do Estado, neste caso a RNA, teve de ameaçar acionar a justiça para que antigos administradores devolvessem as viaturas protocolares.

 

O provedor de missionário de Justiça de Angola, Carlos Alberto Ferreira Pinto, que estava no cargo desde Janeiro de 2018, pediu demissão na sequencia de episódios que revelavam interferências por parte do poder político em Angola.

 

De acordo com as fontes do Correio Angolense, Ferreira Pinto andava também bastante incomodado com o excessivo protagonismo da sua adjunta, Florbela Araújo, que transitou da Assessoria Jurídica da Presidência da República.

 

Ao que dizem as fontes do Correio Angolense, Florbela Araújo não se cansava de alardear nos corredores da instituição o seu passado na Presidência da República, com o que se julgava habilitada a assumir a titularidade da Provedoria de Justiça. “A Dra. Florbela invoca incessantemente os seus 30 anos de trabalho na Presidência da República, a sua experiência de docente universitária e a especialização em relações internacionais”.

 

Florbela Araújo desdenhava abertamente do percurso profissional do seu superior hierárquico, que nos últimos tempos incluiu, apenas, actividade parlamentar e partidária.

Funcionários da Justiça apreensivos

Fontes da Provedoria de Justiça avançam a tese de ser grande a onda de indignação dos funcionários da instituição, pelo facto de Florbela Araújo, Provedora de Justiça-Adjunta, não se mostrar solidária a Carlos Alberto Ferreira Pinto, Provedor de Justiça, que colocou o cargo a disposição e, mais do isso, está a se desdobrar em contactos e telefonemas para ocupar o lugar de Provedor de Justiça, sendo, para tanto, eleita pelo Parlamento.

 

Na visão dos funcionários, embora não sejam de conhecimento público as razões, apontadas no pedido de renúncia, com que o Dr. Ferreira Pinto fundamenta o seu bater com a porta, são facilmente apreensíveis por quem trabalha na instituição. Pelo que, a bem dela, a adjunta Florbela Araújo, mais do que os funcionários, devia ser a primeira pessoa a estar com o titular nessa sua manifestação de desilusão, pelos vários sinais que cristalizam verdadeiro descaso por que passa a Provedoria de Justiça.