Lisboa – O comandante da região área sul, da Força Aérea Nacional (FAN), tenente general João Baptista Costa fez circular aos efectivos da sua unidade com o assunto “alteração da forma protocolar de tratamento dos oficiais generais e almirantes das FAA”.

Fonte: Club-k.net

“Assim, nos termos desta alteração, apenas o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFAA) e os comandantes dos ramos (exercito, Força Aérea e Marinha de Guerra angolana) deverão ser tratados por EXCELÊNCIAS, passando os demais generais e almirantes serem tratados apenas por CAMARADAS”, confirme se lê no circular do dia 24 de Abril, que o Club-K teve acesso.

 

De acordo com pesquisas, o termo “Camarada” tem origem no espanhol quinhentista e designava os soldados e oficiais que dividiam o mesmo aposento no quartel, a mesma câmara.

 

Com a 2ª Revolução Francesa e as demais revoluções europeias, em 1848, “camarada” se tornou parte de um discurso afetuoso entre pessoas que compartilham as mesmas ideias socialistas e, mais importante ainda, lutavam por elas. Mas os russos não diziam “camarada” – e, sim, sua própria versão: “továrisch”.

 

Em russo, “továrisch” significava, inicialmente, não “companheiro”, mas “irmão no comércio”. A palavra vem da raiz “továr”, que significa “mercadoria”, e továrisch era um parceiro em atividades comerciais, aquele com quem uma pessoa comercializava. Assim, a palavra tinha uma conotação óbvia voltada aos negócios.

 

Aos dias de hoje muitos países africanos conservam esta designação que veem desde o período da proclamação das suas independências. Nos documentos oficiais de Angola até antes dos acordos de os ministros e oficiais do exercito eram tratados oficialmente por “camaradas”. O mesmo se observava nos documentos do partido UNITA de Jonas Savimbi, mas que viria a dispensar esta designação – substituindo-a por maninhos - por notarem que estava associada ao “comunismo”.