Luanda - A Autoridade Nacional de Inspeção e Segurança Alimentar (ANIESA) de Angola está a realizar uma operação de combate à especulação de preços, em Luanda, já com resultados positivos em algumas zonas da cidade, disse hoje fonte da instituição.

Fonte: Lusa

Segundo o inspetor sénior da ANIESA, Eduardo Bastos, em seis dias de operação foi possível determinar alguns alvos, que sofreram já uma baixa de preço considerável.

"A [caixa de dez quilogramas de] coxa, na zona do Benfica, o produto estava a ser vendido a 17.128 kwanzas [21,4 euros], conseguimos baixar a 15.470 [19,4 euros], conseguimos também baixar, na zona do Benfica, a caixa de frango inteiro ao preço de 8.000 kwanzas [10 euros]", disse Eduardo Bastos em declarações à Rádio Nacional de Angola.

O responsável disse que a operação realizada ainda só em Luanda, com o propósito de essencialmente "fazer chegar a cada consumidor o produto da cesta básica a um preço reduzido" vai se estender a outras províncias do país.

Eduardo Bastos informou que foram detetados estabelecimentos comerciais em que possuem uma fatura para a dedução do imposto, aquela certificada pela Administração Geral Tributária, outra fatura emitida à mão, para a divisão ou a partilha de lucros entre sócios, o que "muitas vezes empola o preço".

Os preços em Angola aumentaram 1,81% entre setembro e outubro, segundo um relatório mensal do Instituto Nacional de Estatística (INE), colocando a inflação cumulada a 12 meses no valor mais alto desde dezembro de 2017.

Os dados do INE divulgados quinta-feira dão conta que a classe alimentação e bebidas não alcoólicas foi a que registou um maior aumento dos preços, com 2,11%, seguindo-se bebidas alcoólicas e tabaco, com 2,08%, hotéis, cafés e restaurantes, com 1,97%, e vestuário e calçado, com 1,89%.

A classe alimentação e bebidas não alcoólicas foi também a que, segundo o INE, "mais contribuiu para o aumento do nível geral dos preços", sendo responsável por 1,02 pontos percentuais do aumento de 1,81% em outubro.