Maputo - Durante a luta de libertação nacional contra o regime do apartheid, o ANC teve a sua sede provisória em Lusaka. O governo do Presidente Kenneth David Kaunda chegou a oferecer uma casa (na foto) ao então líder do ANC no exílio, Oliver Reginald Tambo que ai viveu durante 22 anos.

Fonte: Club-k.net

Em Lusaka, o ANC tinha um centro de informação bastante estratégico. É de lá que através da emissora do partido a “Rádio Freedom” que Thabo Mbeki – que ai viveu desde 1971 - passou a ser conhecido pela população sul africana que escutava o seu programa emitido em ondas curtas. (outras vezes, a “Rádio Freedom” era emitida a partir dos estúdios da RNA em Luanda).

 

Quando Nelson Mandela saiu da cadeia, em Fevereiro de 1990, escolheu a Zâmbia como primeiro país para visitar e agradecer Kaunda pelo apoio dado aos seus compatriotas. Em finais do ano seguinte Mandela e Tambo viajaram a Lusaka para se aconselhar com Kaunda sobre as negociações entre o ANC e o governo do Presidente Frederick De Klerk. Em Abril de 1993, Oliver Tambo morreu vitima de ataque cardíaco, sem ter podido testemunhar o seu país, a eleger o primeiro presidente negro.

 

Em meados da década de 90, quando, o ANC esteve a debater sobre quem seria o futuro sucessor de Nelson Mandela na presidência do país, “Madiba” como também era chamado queria o advogado Cyril Ramaphosa que sempre viveu no interior do país e fora o seu Secretário Geral (1991-97) na direção do partido. A “ala externa” do ANC que tinha forte ascendência sobre o partido rejeitou a proposta. Foi o vizinho, Kenneth Kaunda, quem aconselhou o ANC a indicar como sucessor Thabo Mbeki, em homenagem a Oliver Tambo que liderou o partido por mais de duas décadas a partir do exílio. Thabo Mbeki fazia parte da “ala externa” do ANC e foi um dos “braços direito” de Oliver Tambo na sede do partido em Lusaka.

 

Na sexta-feira (18), ao reagir , a morte de Kaunda, Mbeki, que se tornou no segundo Presidente da história da África do Sul, descreveu-o como um dos arquitetos da democracia sul africana.


Devido à morte de Kenneth, a África do Sul decretou luto nacional. Também o fez a República de Moçambique decretando luto de seis dias.