Luanda - Mais de 300 funcionários da empresa pública de Transportes Colectivos Urbanos de Luanda (TCUL) foram notificados no âmbito de um processo disciplinar por participarem na greve de Abril último, com despedimento directo e descidas de categorias profissionais entre os "castigos" aplicados em maior número.

Fonte: Novo Jornal

Pelo menos 100 funcionários da TCUL já têm o veredicto final em mãos e outros estão a descer de categoria profissional.

A comissão sindical da TCUL afirma que a direcção da empresa esta a desrespeitar a Lei Geral do Trabalho e surpreendem-se com o silêncio das autoridades competentes. Jornalistas de vários media, incluindo o Novo Jornal, foram impedidos de aceder às instalações da TCUL, no Cazenga, esta terça-feira, por não estarem autorizados pelo conselho de administração.

Um alto funcionário da empresa, que solicitou anonimato, com medo de represálias, confidenciou ao Novo Jornal que o PCA da TCUL, Paulo Pereira, proibiu a entrada de jornalistas nas instalações. Domingos Epalanga, o secretário da comissão sindical dos trabalhadores da TCUL, disse ao Novo Jornal que são despedidos trabalhadores sem justa causa e alguns sofreram cortes nos ordenados.

"A TCUL esta a viver um inferno, mesmo após termos enviado vários documentos às instituições competentes, incluindo ao ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, não se moveu uma palha para contornar a situação", lamentou.

Segundo, o sindicalista, a direcção da TCUL esta a aplicar suspensões de forma verbal a vários funcionários, contrariando a lei, para que os mesmos não recorram aos tribunais.

"Temos em mãos documentos que comprovam tudo isso, apesar de não estar fácil conseguir as notas de despedimentos. Mas dispomos de alguns e já remetemos a tribunal e também à Inspecção Geral do Trabalho", contou.

Domingos Epalanga desafiou a direcção da TCUL a desmentir tal informação e a provar que não há perseguições aos funcionários que participaram da greve. Até ao momento não foi possível ao Novo Jornal obter uma reacção da administração da empresa.