Lisboa – Já com João Lourenço na liderança do país, a República de Angola acaba de ser alistada como parte dos 57 países do mundo classificados como “ditaduras autoritárias”, segundo o “Índice de Democracia Mundial”, produzido pela ‘The Economist Intelligence Unit (EIU)’ da Inglaterra.

Fonte: Club-k.net

Existente desde 2006, o Índice de Democracia Mundial (IDM) produz os seus estudos baseando em cinco variáveis para avaliar o sistema democrático de um país baseando-se nos seguintes pontos: Processo eleitoral, operação governamental, participação política, cultura política e liberdades civis. Desta forma, o Estudo distingue entre países e territórios com "democracia plena", "democracia imperfeita", "regimes híbridos" e "regimes autoritários", dependendo da pontuação geral obtida nas diferentes categorias avaliadas.

 

No mais recente relatório de 2020 da “The Economist”, o Estudo indica que existem atualmente 23 territórios no mundo com democracias plenas, 52 com democracias imperfeitas, 35 com regimes híbridos e 57 com autoritários. Apenas cerca de metade da população mundial, 49,4%, vive em democracia e apenas 8,4% reside em um território com "democracia plena". Assim, mais de um terço da população mundial está sob regime autoritário, com grande parte na China.

 

A Noruega lidera a lista dos países com “democracia plena” enquanto que a Coreia do Norte na posição mais alta dos "regimes autoritários". Para além de Angola, estão igualmente na categoria de ditaduras autoritárias da África Austral, o Zimbábue, Moçambique e a República Democrática do Congo.

 

Dos 167 países incluídos neste estudo, quase 70% (116 territórios), registraram queda em sua pontuação total em relação à obtida em 2019. Apenas 22,6%, 38 países, melhoraram seus níveis democráticos e 13 permaneceram nos mesmos níveis como no ano passado.

 

Coreia do Norte, o regime autoritário mais perigoso para a democracia

 

Por outro lado, a Coreia do Norte é o país que obteve a pontuação mais baixa, seguida pela República Democrática do Congo, República Centro-Africana, Síria e Chade.

 

Nos últimos anos, retrocessos ocorreram em países muito importantes no cenário internacional, com democracias plenas. No entanto, em 2020, os golpes mais duros contra a democracia foram dados pelos países mais autoritários. Esses regimes aproveitaram a delicada situação de saúde para perseguir e reprimir vozes dissidentes e oponentes políticos.

 

A pontuação da África Subsaariana diminuiu 0,1 entre 2019 e 2020, para 4,16. Essa é de longe a pior pontuação registrada pela região desde o início do índice, em 2006, quando atingiu 4,24.

 

Em 2020, o número de "regimes autoritários" nesta área aumentou para 24. Em outras palavras, o continente africano tem 55% das ditaduras mundiais.

 

O Oriente Médio e o Norte da África registraram o segundo maior declínio regional globalmente em 2020, com a pontuação média caindo de 0,09 para 3,44. A região parece estar perdendo tudo o que conquistou com a Primavera Árabe. Em 2010, pouco antes, esses territórios obtiveram uma pontuação de 3,43 no Índice de Democracia. Apenas a Tunísia consolidou certos avanços democráticos, alcançando a classificação de 'democracia imperfeita' em 2014, com um aumento em sua pontuação de 3,06 em 2006 para 6,59 em 2020 (ante 6,72 em 2019).