Lisboa –  Filomeno Jorge Manaças é um quadro da  comunicação social em Angola que goza de alguma reputação interna por ser um  profissional antigo e bastante equilibrado. É figura de confiança  de sectores de informação  do  MPLA  cuja “fidelidade canina”  lhe é reconhecida.

Fonte: Club-k.net


No tempo do partido único, tinha  protagonismo próximo a  um “repórter presidencial”. Em Maio de 1982 foi escolhido para integrar um grupo de jornalistas que  as autoridades angolanas enviaram “em missão de serviço” para o  Gabão. No decurso da missão fez  uma entrevista com o felecido   Presidente daquele país,  Omar Bongo  que até  aos dias de hoje,  as autoridades daquele país conservam  nos seus arquivos.


Passados setes anos, isto é em 1989, o regime indicar-lhe-ia adido de imprensa junto a Embaixada de Angola em Libreville. Nunca  chegou a exercer as  funções diplomáticas. Um estranho  incidente, provocou  a sua retirada do avião no momento  em que embarcava   para Libreville. O embaraço pertubou-lhe  tendo sido, em simultâneo remetido ao desemprego. Victor Aleixo figura de referencia do jornalismo angolano estendeu-lhe a mão dando-lhe emprego na revista Comércio Externo.


Foi recuperado para voltar a trabalhar  no Jornal de Angola,  ao tempo do  consulado do então director-geral, Victor Silva que fez dele  chefe de departamento de informação. Com a saída de Victor Silva  em substituição de Luis Fernando,  Filomeno Jorge Manaças foi mantido no posto  mas via- se hostilizado pela nova direcção. Teria perdido  importância para um quadro “inferior” a si, Caetano Júnior, favorito do então DG,  Luis Fernando. Terá entrado em desespero e passou a ser    visto com certa freqüência num bar localizado  nas redondezas do edifício do Jornal de Angola.


Em meios em cuja admiração gozava era visto como alguém que estava a ser  injustiçado por terem passado por ele vários directores sem que lhe fosse dado algum protagonismo. Manuel Rabelais, então Ministro da Comunicação Social teria se solidarizado com o mesmo  fazendo-o director geral adjunto para informação do Jornal de Angola. Antes  decidira aprofundar os seus conhecimentos acadêmicos tendo, por concluir,   uma licenciatura em  direito pela Universidade Lusíada de Angola.


Nas relações humanas é descrito como um quadro “de educação cortez ”.  Nos últimos tempos desentendeu-se com o seu superior hierárquico José Ribeiro devido a divergências com Arthur Queiros, um assessor do DG cuja reputação em Portugal e Angola realça  o seu lado de difícil convivência.


Em resultado destas divergências terá adoptado uma  nova postura de convivência. Hoje os seus atributos têm sido prejudicados com  a nova  fama de ser um  "chefe de informações e punições por tudo e por nada”.


Os seus adversários internos receiam que venha ascender a director geral das edições Novembro/Jornal de Angola. Apresenta-lhe como responsável pela saída de quadros do Jornal de Angola dentre os quais, Pandi Santana, Teixeira Cândido, Jorge Airosa e Sebastião Quinza, estes últimos dois já falecidos. O caso mais recente, citado  pelos adversários esta relacionado com um jornalista, José Meireles, que se   diz ter sido perseguido por F Manaças. Meireles acabou por se transferir para o Semanário “O Pais”, com o patrocino  de Luis Fernando, antigo director do único diário angolano.


Filomeno Manaças é identificado  em círculos “de analises e informação” como o “cérebro” da linha  partidária do Jornal de Angola. (O DG J Ribeiro inclina-se na  gestão da empresa). Chega a escrever editorias sobre a diplomacia que em alguns casos embaraçam a acção externa de Angola.   Nas vésperas  das eleições de 2008 foi criticado em círculos internacionais (P.P do Brasil) por usar as paginas do Jornal de Angola  para escrever artigos que pouco dignificavam a democracia em Angola. Repórteres do JA que eram enviados para fazer cobertura da campanha de partidos políticos da oposição queixavam-se porque os seus textos eram alterados por ele pondo-o pela negativa.


Ainda na altura das eleições teria mantido contacto, com um elemento da diáspora angolana no Brasil a fim de convencê-lo a escrever textos de opinião contra a UNITA no Jornal de Angola. O elemento chegou a enviar um texto e ao mesmo tempo teria  escrito no portal do  Club-K, um artigo em que criticava o Presidente da Republica. Manaças dispensaria o seu interlocutor da  “missão”.


Nos anos 80, cumpriu 90 dias de prisão na Comarca de Luanda por alegadas divergências com um vizinho. Ao tempo morava  na Alameda Manuel Van Duném. Mais tarde passou a viver em casa da sogra no Mártires de Kifangondo. O regime através das Edições Novembro atendeu um pedido seu em arranjar-lhe em tempo recorde um apartamento. O facto em si, deixa-lhe endividado ao regime, razão pela qual não aceita criticas ao MPLA.