Lisboa – Irene Alexandra da Silva Neto, filha de António Agostinho Neto, primeiro Presidente de Angola, poderá concorrer a presidência do MPLA, ao congresso ordinário  agendado para Dezembro deste ano, para “acabar com as políticas divisionistas, que destruíram a unidade interna e nacional”, conforme revelações do porta-voz da Fundação Agostinho Neto (FAN), Artur Queiroz.

Fonte: Club-k.net

Partido no poder poderá ser liderado por uma mulher 

Num artigo reproduzido pelo Club-K, Artur Queiroz igualmente jornalista adianta que um grupo de “notáveis” do partido decidiu convidar a médica Irene Neto a apresentar no Congresso de Dezembro uma moção de estratégia e a sua candidatura à liderança. Queiroz alega que este dado caiu como uma bomba na direcção do MPLA.

 

No seu ponto de vista, o convite a Irene Neto deverá estar ligado por ela ser filha do primeiro presidente de Angola, Antônio Agostinho Neto. “Ela é do MPLA desde pequenina e hoje é avó. Nasceu e cresceu nas nossas fileiras. Teve um gesto que mostra a sua fidelidade aos princípios e valores do movimento. Quando concluiu a sua especialidade médica criou uma clínica. quando a sua vida pessoal e profissional estabilizou, fez saber ao líder do MPLA, José Eduardo dos Santos, que estava disponível para desempenhar qualquer missão, no partido ou no Estado”, escreveu o jornalista.

 

Queiroz recorda que o Presidente José Eduardo dos Santos incluiu Irene Neto na lista dos deputados do MPLA. Enquanto desempenhou a missão de deputada mostrou ser uma política exímia, promotora de relações cordiais com todos os grupos parlamentares e cultora da estabilidade. Mais tarde foi para o Executivo e cumpriu as missões de que foi incumbida. Em 2017 deu lugar aos novos e já não fez parte das listas de deputados do MPLA. Regressou à sua vida profissional. Hoje é apontada pelos que apoiam a sua candidatura, como a única que pode “acabar com as políticas divisionistas, que destruíram a unidade interna e nacional.”


Irene Neto não fechou a porta aos seus apoiantes. Nem à apresentação de uma moção de estratégia nem a encabeçar uma lista para a liderança do MPLA: “Uma mulher na Presidência da República da dimensão da Dra. Irene Neto dá-nos a garantia do regresso à estabilidade política e ao primado da camaradagem. Não podemos aceitar um líder que faz tudo para destruir o MPLA. Ela é a dirigente certa para repor o velho princípio o MPLA é o Povo o Povo é o MPLA”.

 

“Se o general Miala não forjar provas contra ela, como parece estar a fazer com Álvaro Boavida Neto, pode ser que os delegados ao Congresso do MPLA decidam mudar de líder e, ao mesmo tempo, quem encabeça de lista nas próximas eleições. Um líder que para ganhar dimensão política está a destruir o seu partido e o país, quanto mais cedo sair do Poder, melhor”, escreveu o porta voz.

 

Irene Neto, segundo Artur Queiroz, tem sabedoria e experiência política para devolver ao MPLA o seu papel insubstituível na sociedade angolana. “Desde logo, respeitando todas e todos os construtores da Angola que hoje temos e não surgiu de geração espontânea. Uma mulher na Presidência da República pode devolver aos angolanos a dignidade que lhes foge desde 2017. O desafio está lançado. Em Dezembro se verá se triunfam as falsidades ou as novidades”.