Joanesburgo - Diz-se que quando em maio de 2018, o líder histórico da RENAMO, Afonso Dhlakama, faleceu de doença, os seguidores que se encontravam nas matas realizam um ritual, e neste acto, conforme relaram a alma do falecido terá desceu e indicou para seu sucessor o seu então responsável da segurança pessoal, Mariano Nhongo, que se juntara a guerrilha desde 1981. Mito ou não, a verdade é que em Nhongo, lutou até a morte pela legitimidade desta “passagem de pasta”.

Fonte: Club-k.net

No distrito de Gorongosa, RENAMO realizou o seu VI congresso a Janeiro de 2019, elegendo Ossufo Momade como sucessor oficial Dhlakama. Inconformado, Nhongo o “escolhido” pelo alegado espirito de Dhlakama realizou oito meses depois na região do Piro, nas proximidades de Gorongosa, um outro encontro a que chamou de “conselho nacional extraordinário” fazendo-se eleger como “candidato único”. Chamou a sua estrutura de Junta Militar passando a realizar ataques e desmandos no centro do país pondo em risco a vida das populações.


Com estes actos, Moçambique passou a enfrentar desde algum tempo três fenómenos de ameaças a sua segurança nacional. 1. A insurgência terrorista em Cabo Delgado, 2. A vaga de raptos de cidadãos iniciada desde 2011, e os ataques no centro do país desencadeados pela Junta Militar de Nhongo que contestava a liderança Ossufo Momade.


Por se registar percas de vidas humanas, o governo tentou ouvir e negociar com esta junta militar da RENAMO, a fim de serem reintegrados na vida nacional no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR). Nhongo envaideceu-se, e no seguimento de sinais de indefinição que se vinha notado nele, agravados com os ataques militares que perpetrava, o Presidente Filipe Nyuse foi dando sinais nos seus discursos de alguma saturação para com o líder da Junta Militar. Deixou-lhe seguir para um campo de banditismo e criminalidade e não mais um convidado para aderir ao DDR, como fê-lo, em Chimoio, Manica.


Nhongo foi perdendo os seus principais colaboradores (André Matsangaíssa Jr e João Machava) o que indiciava que o governo passou a ter informações precisas sobre o seu paradeiro e a estudar a sua forma de ação. As declarações de Nyuse na data alusiva aos 30 anos de assinatura do Acordo Geral de Paz em Moçambique, apelando a rendição de Nhongo indicava que já se encontrava cercado. No terreno, as Forças de Defesa e Segurança, já estavam desde o dia 28 de setembro a persegui-lo nas matas de Sofala, e teriam chegado ao seu esconderijo mas Nhongo se tinha colocado em fuga. Na manha do dia 11 seria a data da fatalidade. As autoridades anunciaram que morreu em combate, concorrendo com versões avulsas de que o terão apanhado vido e morto por asfixia. As imagens do seu cadáver falam por si. Ausência de balas cravadas no seu corpo como também noticiou a TV sucesso.

 

É algo lamentável. Nhongo enveredou para uma causa de banditismo, desprezando todas as propostas de abertura para um dialogo com o governo.