Luanda - É muito comum em épocas pré-eleitorais observar-se comportamentos sociais patológicos, que de certa forma não são consideráveis para uma interacção social saudável e um clima de paz permanente, para um país, que queremos que seja unido de Cabinda ao Cunene. Os partidos políticos em Angola ganharam centro de debates, discursos e adjectivos não muito agradáveis, em detrimento de vários problemas sociais que afligem os angolanos. Como os citamos a seguir, o índice elevado de desemprego que tem assolado os angolanos, em particular os jovens, falta de condições de saneamento básico nos bairros, falta de fármacos e assistência médica condigna em centros de saúde e hospitais de referências públicas, falta de escolas para acesso de crianças em idade escolar, adolescentes e jovens que estão fora do subsistema normal de ensino e educação, aumento de propinas em todos os subsistemas de ensino e educação privado, o aumento da criminalidade e delinquência juvenil no país, consumo excessivo de bebidas alcoólicas por parte de adolescentes e jovens, a nova dinâmica e o crescimento da prostituição, falta de água potável e rede de energia eléctrica pública, más condições das estradas e entre outros problemas sociais.

Fonte: Club-k.net


Os partidos políticos em Angola procuram alienar os cidadãos em suas ideologias politico-partidárias, alguns procuram perpetuar-se no poder ou governação do país, como é o caso do MPLA, outros partidos políticos de /e ou na oposição procuram antigir o poder, como é o caso da UNITA, PRS, Bloco Democrático, FNLA e CASA-CE coligação de partidos políticos.

Nesta senda, cada partido politico aplica a sua táctica de guerra ideológica e hegemónica politica e económica de forma a persuadir o povo e/ou eleitor. Ser militante, simpatizante e amigo de partido politico não é um fenómeno social patológico, é acto socio-politico normal, mas torna-se necessário transmitir aos cidadãos, sobretudo, os mais jovens que ‘servir a patria é uma acção mais importante e nobre de um cidadão’, esta máxima nos faz reflectir que o país está em primeiro lugar e deve ser a nossa prioridade, não importa a cor partidária e/ou alienação politico partidária, porque vê-se Angolanos servindo o seu partido politico com muita honra, prestígio, nobreza, mas o seu comportamento social na sociedade, enquanto cidadão Angolano demonstram indicadores de anomia social no seu comportamento social. Por exemplo: o cidadão A é um militante exemplar que cumpre sempre com o programa de actividades do partido sem promover a corrupção e outras práticas más, mas enquanto simplesmente membro da sociedade civil não consegue desenvolver acções patrióticas em nome da unidade nacional e/ou desenvolvimento do país. Onde há fome diz que há pão para todos, onde há desemprego diz que a juventude é que não procura, e alguns dizem que em uma casa luxuosa há sobrefacturação de compras de veículos automóveis para si mesmo, mas recebem na mesma e assim vamos (...).

 

Por outro lado, quando reflectimos sobre ‘servir a patria’ estamos a usar a nossa imaginação sociológica para reflectir em torno da sociedade como um campo social, onde os partidos políticos não promovem desigualdades de oportunidades, onde as instituições de administração pública devem servir os utentes sem desprimor de alienação aos partidos políticos, onde a corrupção e o nepotismo não são as variáveis que promovam a empregabilidade dos cidadãos e a mobilidade social ascendente, onde o capital cultural (nível de ensino e instrução) e o capital económico elevados não promovam a macro perda dos valores morais e tradicionais que são identidades socioculturais dos grupos etnolinguisticos de Angola. Reflecte-se também um campo social, onde o capital económico de algumas elites em minoria não promova bloqueios para outros investidores nacionais, quer sejam pequenas, micro e macro empresas que queiram investir em diversos sectores de actividades para o desenvolvimento e crescimento da economia nacional. Por outro lado, reflecti-se um campo social onde Entidades Religiosas de associações paraeclesiásticas, eclesiásticas e seitas religiosas não são alienadas aos partidos políticos, fazendo promessas espirituais que desencorajem os cidadãos, com vista agradar uma elite politica do país, como diz a socióloga e professora angolana Fátima Viegas (2012) 2‘A Igreja [...] é uma instituição que onde os seus discursos e práticas estão voltadas a resolver os problemas sociais e espirituais’, então, não deve ser promotora de injustiça social e alienada aos partidos políticos. Por fim, reflecti-se um campo social onde as Entidades Tradicionais dos diversos grupos etnolinguisticos minoritário e maioritário não são alienados aos partidos políticos, alguns até promovem campanha em 2 Igrejas e Conflitos em Angola. In Santos, Boaventura de Sousa e Vandúnem, José Serra (orgs). Sociedade e Estado em construção: desafios do direito e da democracia em Angola: Luanda e justiça: pluralismo numa sociedade em transformação, Coimbra, Portugal: edições Almedina. favor de outrem. Essas Entidades são soberanas e não devem submeter-se as ideologias dos partidos políticos.


Em nossa humilde opinião, a alienação politico-partidária em Angola é uma variável dependente para o não desenvolvimento do país, em todas as dimensões, quer seja social, económica, tecnológica e industrial. Enquanto estivermos alienados na razão ideológica politico-partidária o país não avançará. Para finalizar, hoje, a Sociologia em Diálogo, é um paradigma contemporâneo que aborda a necessidade dos Estados resolverem seus problemas sociais nos mais diversos extremos, pautando em em fórum de diálogo nacional, aberto, transparente, democrático, onde cada um apresenta seu ponto de vista, mas no final encontra-se o paradigma do consenso, afinal esta última tese é uma variável fundamental na teoria dos conflitos sociais, espera-se um diálogo onde os cidadãos não representam o seu partido politico, mas sim o país e os Angolanos.