Luanda - As obras de construção do futuro Centro de Formação Profissional de Jornalistas no Huambo (Cefojor), adjudicadas à Omatapalo, à luz da contratação simplificada por critério material, vai permitir àquela empresa um encaixe de mais de 23 mil milhões de dólares norte-americanos.

*Jaime Tabo
Fonte: Istoenoticia

A informação consta de um despacho presidencial, no qual João Lourenço autoriza “a despesa em kwanzas no valor equivalente a USD 23.155.756,95 (vinte e três milhões, cento e cinquenta e cinco mil, setecentos e cinquenta e seis dólares dos Estados Unidos da América e noventa e cinco cêntimos)”.

 

O Despacho Presidencial n.º 204/21, de 26 de Novembro, que formaliza a contratação, refere-se à necessidade de se atender à carência na área da comunicação social na República de Angola, através do reforço da formação, valorização e dignificação dos jornalistas a nível nacional, regional e internacional.

 

A aprovação das peças do procedimento, a verificação da validade e legalidade de todos os actos a serem praticados no processo de celebração do contrato com a empresa Omatapalo — Engenharia e Construção, S.A. (Angola), está sob responsabilidade do ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Manuel Homem, podendo este subdelegar as tarefas à si atribuídas.

 

O Ministério das Finanças, nesse processo, ficou com a missão de assegurar a disponibilidade dos recursos financeiros necessários à implementação do contrato.

 

Só este ano, a Omatapalo, além de outras obras, ficou também com a responsabilidade de construção do Cash Center do BNA, orçada em 32,7 mil milhões de kwanzas, e com a conclusão do edifício do antigo Ministério do Planeamento, avaliada em 5,9 milhões de dólares norte-americanos.

 

A empresa é também a construtora do Novo Hospital Sanatório de Luanda, inaugurado esta terça-feira, 30, rebaptizado com o nome de “Complexo Hospitalar Cardiovascular Dom Alexandre do Nascimento”.

 

As constantes contratações simplificadas, envolvendo a Omatapalo, levantou, entre a opinião pública, suspeitas de que a empresa esteja ligada a figuras do governo angolano.

 

Em Setembro de 2020, o presidente do conselho de administração da construtora, Carlos Alves, negou, em entrevista à agência Lusa, ser uma “empresa do Estado” e, por isso, estar a beneficiar de adjudicações directas.

 

“Não somos beneficiados em nada, somos, sim, um parceiro do Estado, como sempre fomos e seremos, e onde estamos assim o fazemos, não só em Angola, como noutros países. Sempre que é necessário responder a qualquer desafio, nós fazemo-lo”, esclareceu.