Luanda - O tempo nos ensina quem é quem, só andando veremos como as pessoas são coerentes ou demagógicas, os mesmos que nos criticavam, fazem pior, ameaçam outros candidatos que discordaram do método optado, sancionando-os. Se JL é coerente moralizando a sociedade mesmo com riscos para altos dirigentes a conta com a justiça, UNITA recua na democracia interna, usando violência e faz alianças com suspeitos de obter patrimônio incongruente no combate à corrupção e transparência.

Fonte: Club-k.net

Tudo que corre mal busca -se à santidade, quando algo corre mal, lembra -se Lucifer na busca do dualismo maniqueísta, quando corre bem são gloriosos, quando borram a culpa é do regime. Essa mentalidade servil e miserável mostra que os nossos adversários confundem oposição com contestação, discordância com ódio mas no fundo admira ou inveja o MPLA.


Ouvimos discursos e lemos textos de pseudos analistas que parecem mais catequistas que pensadores que não podem discordar da sua simpatia política ou dos conterrâneos, amigos ou familiares e apresentam -se como independentes para disfarçar a relação. Ora estes intelectuais são tão toscos ao ponto de ser notório a sua indisfarçável empatia kwacha.


Temendo represálias politica, familiares ou outras, tentam sempre desacreditar, minimizar tudo que o MPLA faz de bom, exaltam defeitos ou erros que já foram assumidos publicamente pelo JL como males a combater. Durante muito tempo havia o complexo do aula no versus nortenho como se o norte não tivesse Sul e este não tivesse Norte este raciocínio não ultrapassado e mesquinho. É curioso que muitos críticos como Rafael Marques, Macedo e quejandos são filhos ou vieram das hostes do MPLA. Celso Malavoloneke que é do Planalto é insultado por desconstruir os preconceitos que a UNITA criou de discriminação do Sul como Savimbi ensinou quando Huambo e Bie fica no Planalto Central e muitos Umbundus votam no MPLA por escolha. Estes preconceitos foram derrotados com a eleição de JL que é curiosamente do Lobito e sua infância é do Bié onde suas amizades de infância curiosamente está associada à altos dirigentes da UNITA ou com ligação à UNITA. Claro que para nós nascer no centro, Sul, Norte ou leste não é problema, muito menos a cor ou origem é bom que aprendam com o MPLA. Contrariamente à UNITA que procurou sempre associar -se à vitimização contestando o regime usando a pressão e a chantagem por via do terror, quando provou-se que os conflitos de 1975 até 2002, não tiveram etnia ou motivação racial, foram conflitos ideológicos resultante da excessiva desconfiança política onde quem fosse identificado com o regime nas zonas sob domínio da UNITA foi sujeito ao tratamento do conflito ou quem fosse apanhado nas zonas sob controlo do regime . É a guerra que superamos com a tolerância e o pedido de desculpas que JL mostrou a 26 de Maio do corrente.


O nosso debate tem sido sectário, acusações, desconfiança visando desacreditar herança da Guerra Fria, Socialista versus Capitalistas ou democratas versus não democrata que neste caso era uma guerra psicológica ou ideológica visando desmotivar para gerar apoios ou deserção. É neste ambiente de confrontação que o MPLA sempre procurou reformar criando um ambiente de confiança como um Partido com vocação nacional e plurietnico ou racial contrariando a narrativa da UNITA do " Primeiro Angolano" de Savimbi atacando JES e outros dirigentes de assimilados ou crioulos contrariamente à base social rural, acusando o MPLA de ser burguês e urbano, classificando-se de mais angolano que os outros.


Quebram-se tabus com as polêmicas eleições quer na UNITA, quer no MPLA com opções mais estratégicas embora com alguma tendência para a UNITA vitimizar-se por ter um líder improvável na sua velha tradição de Mwangay contrariamente ao JL como líder do MPLA onde fez carreira como Director da direcção Política das FPLA, Comissário Provincial do Moxico e Benguela na Primeira República e Comandante em Cabinda muito antes da independência, tendo sido Secretário-geral, Presidente da Bancada Parlamentar, Primeiro vice-Presidente da Assembleia Nacional por mais de uma década, Ministro da Defesa e Vice-presidente do MPLA escolhido por JES. Surpreendeu pela forma como arriscando o prestígio de quem que não respeitou as leis de repatriamento de capitais não cooperou com políticas que visam moralizar a sociedade por ter havido actos poucos transparentes ou incongruente por acumularem riqueza sem justificação transparentes. É um acto de coragem por cumprir um Programa aprovado nas eleições de 2017, nisto, com a crise as pessoas procuram desacreditar o regime esquecendo que a transparência ou combate à corrupção exige cooperação para gerar confiança futura para investidores.


Curiosamente suspeita que quem pretende ser alternância padece de integridade acadêmica por se ter apresentado como Engenheiro durante décadas para se saber que não é por nunca ter concluído sequer a licenciatura. Padece de integridade patriótica por só ter renunciado à nacionalidade estrangeira nas véspera de candidatar-se para a direcção da UNITA e sem respeito pela formalidade, por impugnada a eleição pelo Acórdão 700/2021, organizou Congresso sob coacção e disto, foi contestado com uma Providência cautelar para impedir sua eleição e uma acção principal por militantes do mesmo Partido. Surpreende ainda que um ex candidato no pleito eleito foi castigado por discordar das opções e eleito ontem concorreu sozinho obtendo mais de 90%, os mesmos resultados que alguns analistas sempre disseram que o MPLA e seus dirigentes concorriam sem adversários quando é um Partido que está no poder e faz reformas.


É surpreendente reparar que na eleição onde havia mais candidatos quem vencera tinha 53%, para no segundo pleito do polêmico Congresso concorrer sozinho apressadamente que o discurso de abertura de Samakuva veio mostrar haver ambição demais e pouca ética perigando a coesão e confiança que a UNITA tentou mostrar nos seus Congressos com múltiplas candidaturas.


O apressado come cru, o tempo vem mostrar que afinal não há coerência e que a UNITA sempre invejou a coesão e disciplina do MPLA. A ambição pelo poder parece que quem atacava as elites governantes como " corruptas e comunistas" hoje procura ser financiado pelos supostos endinheirados a contas com a justiça por não terem colaborado depois das leis de repatriamento de capitais apresentando fortunas incongruentes que podiam justificar. Claro que para nós, isto desacredita a tal obediência à ética que a política da UNITA preconiza nos seus Estatutos e toda retórica que não passa de demagogia. Uma eleição polêmica gera sempre conflitos posteriores depois das denúncias de Kupume e Samakuva com sanções que nos parecem ameaçadoras e até mesmo pelo facto de haver um retrocesso democrático-plural e incoerência jurídica neste processo polêmico Congresso que se apreciado judicialmente pode gerar outros dissabores...

JP