DISCURSO DE VICTORIA - ADALBERTO COSTA JÚNIOR

Angolanas e angolanos,
Caros Delegados, ao XIII Congresso Ordinário da UNITA; Membros, amigos e simpatizantes da UNITA;
Distintos convidados, caros jornalistas,


Este é um dia para todos nós festejarmos. Terminamos hoje um Congresso, seguido dentro e fora de Angola, com muita ansiedade e também muita expectativa. O Congresso correu bem.


O dia de hoje encerra um capítulo que certamente ficará registado na história política do nosso país. Uma história que tocou praticamente todos os angolanos que reagiram negativamente ao Acórdão 700/2021.


A UNITA acaba de deixar uma singela e eficaz demonstração da sua capacidade de realizar um Congresso que respeitou todas as exigências estatutárias, numa exemplar mobilização de todas as suas estruturas, com conferências comunais, com conferências municipais e com conferências provinciais, que debateram as teses e que elegeram delegados ao congresso e candidatos à comissão Política do Partido. Estão aqui presentes delegados em representação de todo o país, das estruturas nacionais e também os representantes das comunidades de membros da UNITA, no exterior de Angola.


Está a Comissão Organizadora do Congresso de Parabéns e todos nós temos razões para nos sentirmos orgulhosos pela maturidade e organização demonstradas pela UNITA.


Uma palavra de apreço ao MV Isaías Samakuva que herdou uma ingrata missão e soube trazer-nos até aqui.


Esta etapa mostrou a capacidade das nossas estruturas partidárias de ser organizarem, de resolverem os problemas que aparecem, de se superarem.


Mostrou também através de milhares de mensagens, o apoio dos angolanos de todos os quadrantes ao Partido. Em manifestações, nas ruas, no dia a dia, os angolanos mostraram o seu desagrado pelo Acordão 700 do Tribunal Constitucional.


Mas este segundo XIII Congresso Ordinário mostrou também que o Partido pertence aos seus militantes. São os militantes que decidem democraticamente o que o Partido é, o que o Partido quer, o que o Partido fará. Não será o partido do governo ou qualquer pequeno grupo minoritário que poderá impor as suas decisões ao nosso Partido.


Esta vitória, esta segunda vitória no segundo XIII Congresso Ordinário do Partido, não me pertence, pertence-vos Senhoras e Senhores Delegados, pertence aos militantes da UNITA, pertence ao povo angolano que anseia pela mudança, que anseia pela alternância democrática, que anseia pela verdadeira democracia.


É a vitória de um projeto democrático, nascido e assumido pela maioria dos militantes do Partido.

É a vitória de um projeto unificador, que não distinguindo os Angolanos nem pela família, nem pela etnia, nem pela religião, nem pela classe sócio-económica, conta com todos para a construção de uma nova Angola. Uma Angola em que a dignidade, a liberdade e o bem-estar sejam de novo os valores que norteiam a nossa ação.


É uma vitória cujo peso nos traz também responsabilidades. Responsabilidades que aqui assumimos. A responsabilidade de conduzirmos o Partido à vitória em 2022.


Conheço profundamente os desejos dos militantes da UNITA, os desejos do Povo Angolano, os seus problemas, as suas carências, os seus sonhos.


Conheço na UNITA, as suas bases e as suas estruturas. Conheço a História do Partido, porque ma ensinaram, porque a vivi, porque a ouvi dos nossos Mais Velhos com quem trabalhei e trabalho e a quem escuto.


E conheço a nossa juventude. Sei dos seus sonhos e do seu sofrimento. Sei que futuro desejam. Angola é um País jovem, com a maioria da população jovem. E a UNITA é um Partido de jovens. É o Partido dos jovens. É o Partido do futuro.


Esta maioria absoluta que aqui toma forma com esta eleição, repetindo o primeiro XIII Congresso de 2019, assume o projeto para todos os Angolanos, dentro e fora do Partido. Recebe com agrado todos, mesmo aqueles que pensam diferente, desde que aceitem as diretivas democráticas do Partido e lutem pelos objetivos fixados.


Permitam-me agora Senhoras e Senhores Delegados que me dirija ao Povo Angolano.


Angolanas e Angolanos chegou a hora da Esperança. Esperança numa Angola verdadeiramente democrática e independente. Chegou a hora de abraçarem o desejo de uma vida diferente, melhor, mais digna, mais solidária. Chegou a hora de construirmos uma Angola nova e melhor, sem fome, com escolas, com hospitais e com dignidade para todos os Angolanos.


Este não é um projeto só para os militantes da UNITA, mas para todos os Angolanos. Venham connosco. Chegou a hora de construirmos uma Angola nova e melhor, sem promessas irrealistas e sem projetos megalómanos. Uma Angola de trabalho, em que todos tenham o seu lugar, todos possam contribuir. Chegou a hora de uma Angola sem corrupção e sem roubos. Chegou a hora da alternância democrática.


Quis o destino que este Congresso terminasse numa data histórica para a UNITA: no dia 04 de Dezembro de 1966, portanto há 55 anos , em Cassamba, Província do Moxico, o Presidente Fundador da UNITA, Dr. Jonas Malheiro Savimbi, protagonizava o seu baptismo de fogo. Era a assumpção voluntária, corajosa e patriótica de uma liderança pelo exemplo, uma liderança que uniu energias, vontades, povos e nações do rico mosaico cultural de Angola; sobretudo, uma liderança que se sacrificou e renunciou a privilégios e a benesses em nome da Causa dos menos equipados e da dignidade de todos os angolanos.


Muitos dos precursores desta epopeia gloriosa estão nesta sala, de que cito o Gen Chiwale, as mamãs Isalina Kawina e Salomé Chinhama, os Generais Vituzi, Antonino e Vicente Vihemba.

Agradeço que se ponham em pé.

(Eis as testemunhas da história!)


A luta pela realização dos angolanos é permanente. Só os desafios vão mudando, sendo em 2021: a necessidade de implementação da democracia plena; a passagem da gestão do país a cidadãos comprometidos com a transparência e a boa governação.


Hoje, com a mesma determinação de 1966, com a coragem de Kazombuela, a confiança de Gaio Kakoma e a visão estratégica do Dr. Savimbi renovamos o nosso compromisso de servir Angola e os angolanos em primeiro lugar!

Caros Delegados,


Agradeço a confiança que me foi depositada. Agradeço o carinho e o permanente apoio que me demonstraram.


Recandidatei-me à Presidência da UNITA com o propósito de liderar a UNITA à governação do país e ao resgate da liberdade, da dignidade, da justiça e inclusão social, da unidade nacional, comprometidos com a construção de um verdadeiro Estado de Direito Democrático.
Recandidatei-me para o resgate da soberania da UNITA e da autonomia dos membros decidirem sobre sua a liderança.


Para nós este é um novo recomeço, 2 anos depois de termos vencido um congresso plural e totalmente democrático. Fiz desta vez uma experiência diferente, com uma candidatura única, não comum na UNITA, quiçá porque este foi um congresso de Resgate da soberania do nosso Partido!


Dois anos depois, os desafios do país apresentam-se bem mais difíceis: há uma clara degradação do tecido económico, social e político-institucional do nosso país. Assistimos todos os dias ao derrube dos pilares de um Estado de Direito Democrático. Abateram-se sobre nós os actos da intolerância, da falta de justiça e da agressão ao direito. Mas nós permanecemos calmos e focados na missão de servir o Partido e através deste, Angola e os Angolanos.


O presente indica-nos que precisamos de ser bem mais criativos para restaurar o diálogo institucional. Nós vamos limpar o passado negativo, de falta de diálogo e tudo faremos para no melhor da nossa tradição africana, nos sentarmos num Ondjango com o Sr. Presidente da República e falarmos com maturidade dos nossos desafios e passarmos ao país uma mensagem positiva e de incentivo à sã convivência, na diferença.


Nós aqui não repetimos apenas um Congresso. Não aprovamos apenas documentos reitores do Partido. Não ocorreu apenas a eleição do Presidente da UNITA. Retemperamos as nossas energias e amanhã retomaremos com todo o vapor os desafios de contribuir para o registo de todos os cidadãos com idade eleitoral e trabalharmos para a segurança do voto! Todos arregaçarmos as mangas e trabalharmos junto das comunidades, junto do cidadão, com passos seguros rumo à alternância.


O nosso futuro começa em Agosto de 2022, mas tem de ser conquistado todos os dias, com o concurso de todos os patriotas e democratas angolanos de todas as matizes políticas, filosóficas, culturais e religiosas, por isso, renovamos o nosso compromisso de liderarmos uma ampla frente patriótica para a alternância. O nosso propósito é governar com todos os angolanos, governar para todos os angolanos. Os principais vectores da nossa acção serão a democracia e a boa governação. Angola tem que erradicar a pobreza. Angola tem que erradicar as desigualdades sociais e as assimetrias regionais.


O meu agradecimento a todos os angolanos que se solidarizaram com a UNITA e contribuíram para que este Congresso fosse uma realidade. Um gesto que muito nos sensibilizou.


O nosso país tem assistido a um movimento de cidadania sem precedentes, a voz de um povo oprimido e explorado, a voz de mulheres angolanas que nunca se resignaram, a voz uma juventude heroica e corajosa, que tanto assuntam quem governa.


A nossa luta é comum e juntos vamos realizar a Angola dos nossos sonhos. O meu obrigado à minha equipa da campanha. Agradeço à minha esposa pelo apoio de todos os momentos.
É um chamamento da Pátria e respondemos PRONTO!


O governo inclusivo e participativo que vamos constituir assume o desenvolvimento sustentável de Angola como a meta estratégica da acção governativa. Angola merece ser próspera e digna.


Que os nossos heróis e mártires nos inspirem maior devoção à causa pela qual partiram! Que Deus abençoe Angola!

Viva Angola
Viva a UNITA

Muito obrigado a todos.
Declaro encerrado o XIII Congresso Ordinário