Lisboa – Uma corrente de académicos internacionais usou a rede social (twitter), esta semana, para lançar fortes criticas ao Presidente dos EUA, Joe Biden, por ter incluído o nome de Angola na lista dos 110 países que vão participar na cimeira virtual sobre democracia que acontece de 9 a 10 de dezembro. No ponto de vista destes especialistas Angola não é um país democrático.

Fonte: Club-k.net

Académicos dos EUA alegam que Angola não é um país democrático

As criticas avolumaram-se depois da edição de 6 de Dezembro da revista ECONOMIST, ter produzido um artigo intitulado “A cimeira de Joe Biden pela Democracia não é tão democrática: Os países convidados refletem mais a política americana do que os valores democráticos”.

 

Segundo o The Economist, neste encontro, um “grupo diversificado de democracias mundiais” discutirá a defesa contra o autoritarismo, o combate à corrupção e a promoção do respeito pelos direitos humanos. No próximo ano, eles serão convidados a relatar (pessoalmente) como combateram essas ameaças. “Biden espera que o evento possa apoiar a causa da democracia. Quem ele convidou?”, questiona a publicação gerando reações no twitter.

 

Em reação alguns académicos começaram a reagir, como foi o caso de Laura Thornton, directora da Alliance for Securing Democracy, uma iniciativa não-partidária transatlântica com sede em Washington. Apoiando-se em dados do Instituto Internacional para a Democracia e Assistência Eleitoral, Thornton diz que a avaliação da democracia, e as suas inconsistências são abundantes. “O regime autoritário do Congo RDC e as democracias débeis como da Zâmbia, Níger e Angola são convidadas; porem países com desempenho semelhante como Bolívia, Sri Lanka, Tunísia, Serra Leoa não foram convidados”.

 

“É fácil criticar a cimeira pela Democracia de Biden, que acontece esta semana. Obviamente, os EUA incluíram algumas não democracias (como Angola), embora ignorassem algumas democracias (como a Bolívia), aparentemente por motivos geopolíticos”, escreveu Oliver Stuenkel que é professor associado e pesquisador de relações internacionais, e mestre em Políticas Públicas pela Kennedy School of Government.

 

“RDC e Angola incluídas, Etiópia excluída! Democracia?”, questiona Lemma W. Senbet, um conceituado académico etíope que leciona finanças na Universidade de Maryland, nos EUA e que este ano foi promovido para o recém-criado Conselho de Consultores Econômicos Independentes pelo Primeiro-Ministro da Etiópia.

 

Lakhdar Belloumi, um ex-futebolista argelino que na década de 80, já foi considerado o melhor jogador de todos os tempos no seu país, lamentou que “Biden não convidou Victor Orban, actual primeiro-ministro da Hungria para sua cimeira pela democracia, mas convidou o presidente de Angola, um país com democracia apenas nos papéis. isto é extremamente absurdo”.

 

Oleg Shakirov que é um especialista em Política Externa e Segurança no Centro de Pesquisa Estratégica de Mosvoco, chama atenção as pessoas interessadas. Segundo o académico que comparou a lista dos Estados convidados para a cimeira para democracia, e o índice de democracia EIU 2020, há vários países convidados que estão na classificação abaixo de 100 tais como Paquistão, Nigéria, Angola, Iraque, Níger, RDC”.