Lisboa – A Presidência da República (PR) convocou recentemente quatro órgãos de comunicação social para uma limitada entrevista colectiva com o Presidente João Lourenço, agendada para quinta-feira (6) na qual foi “reativado” um modelo praticado no passado, em que os profissionais eram obrigados a submeter previamente as questões a serem colocadas ao entrevistado.

Fonte: Club-k.net

Uma convocatória atribuída ao assessor de imprensa da PR, Luís Fernando, comunica que “cada jornalista presente terá a possibilidade de colocar duas (2) questões ao Chefe de Estado”, realçando porém que “de modos a organizar devidamente o evento e por forma a evitar que se repitam perguntas, solicitamos que nos envie quanto antes as duas perguntas a fazer ao PR”.

 

O condicionamento do assessor presidencial está a dar azo a interpretações de praticas de censuras como atesta o ativista Edson Vieira Dias Neto, “a interpretação não é livre, os jornalistas, claramente, pactuam com essa ausência de liberdade”.

 

O assessor presidencial justifica que o procedimento se deve a questões de logística solicitando por outro lado confidencialidade quanto ao solicitado: “esta informação tem interesse meramente logístico/organizativo, pelo que agradecemos que não seja tornada pública em circunstância alguma.”

 

De acordo com precedentes, trata-se de uma pratica muito usado ao tempo do Presidente José Eduardo dos Santos. Em Agosto de 2009, quando a então secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, visitou Luanda, o ex- porta-voz da presidência, Aldemiro Vaz da Conceição convocou a imprensa para cobertura da conferencia de imprensa da responsável americana. Postos no palácio, o Porta Voz da presidência, entrou em contacto com os chamados “reportes presidências”, orientando que as perguntas que desejassem colocar a Hillary Clinton, deveriam ser colocadas num papel e depois entregues a ele (Aldemiro da Conceição) para aprovação superior.