Luanda -  Para se manter a ordem e a coabitação entre pessoas, foi criado, há milhares de anos, o sistema de justiça: Juízes, Leis e Tribunais. 

Fonte: Club-k.net

Infelizmente, aquilo que a história da humanidade nos dá a observar, permite-nos concluir que os Juízes, na maioria das vezes, estiveram sempre mal quando deveriam evitar o mal-maior. Por outras palavras, as decisões dos juízes prejudicaram mais a sociedade do que a própria maldade. – Lembrando que: foram os Juízes que condenaram o maior filósofo de todos os tempos, Sócrates, que viveu cerca de 400 anos antes de Cristo, por ensinar aos jovens da Grécia antiga a questionar e a fazer escolhas de quem os governaria; foram os Juízes que condenaram Jesus Cristo, o filho de Deus, por defender a justiça social e o amor ao próximo; foram os Juízes que condenaram Nicolau Copérnico, ao defender que a terra girava em volta do sol, e não o contrário; foram os Juízes que decidiram colocar Nelson Mandela na cadeia, entre outros exemplos. 

 

Hoje, mais uma vez, os juízes mostram-se insensíveis à verdadeira justiça e escondem-se nas endumentárias arcaicas, como se fossem os sábios da Grécia antiga, e socorrem-se de dizeres em latim, uma língua morta, para iludir a sociedade com expressões milenares e radicais, como: dura lex sed lex(a lei é dura, mas é a lei). Para eles, quanto mais usarem nas suas falas a língua morta, acham-se doutos e vaidosos, porque, assim, supõem que ninguém os apanha.– É essa vaidade que aprisiona a justiça e não faz justiça. 

 

A nossa justiça, para além das leis duras, a tal dura lex sed lex, precisa do saber e da sensibilidade do homem humano, aquele homem que tem sentimentos e emoções. Daí o apelo aos Juízes a trabalharem um pouco mais nos seus valores como pessoas e, às vezes, colocarem-se honestamente no lugar de quem é injustiçado, de forma a evitarem agir como Pôncio Pilatos, que, no Pretório,  tendo o poder de anular a sentença de morte de Jesus Cristo, preferiu dizer: quod scripsi, scripsi (o que está escrito, está escrito). 

 

Em verdade, a atuação de Pilatos, considerado por muitos como um juiz sem juízo, não devia ser seguida por nenhum JUÍZ ANGOLANO. Não é sábio continuar a dar os passos comprovadamente errados dados há mais de dois mil anos!


Há que corrigir o que está mal... Alguma coisa tem de mudar para que os juízes sem juízo passem a ter, pelo menos, vergonha na cara. Porque a Justiça no sec. XXI não pode ser uma justiça Primitiva, daquelas de há milhares de anos, com Leis duras para os desprotegidos, e Penas brandas para os protegidos.


Para finalizar, nada melhor do que acalentar as mentes dos amantes da verdadeira Justiça, aquela que está ao serviço da Verdade, da Paz e da Democracia; recordando o ditado popular: “não há Mal que sempre dure.” E, na mesma linha de pensamento, Kierkaagard dizia: “Aquele que anda eticamente, encontra sempre uma saída, mesmo quando tudo lhe é adverso”.

Andemos todos eticamente! 

Luanda, 19 de Janeiro de 2022 

Gerson Prata