Lisboa – Os Estados Unidos da América (EUA) e o Estado de Israel, as duas maiores potencias do mundo em matéria de segurança e tecnologia, nomearam para Angola embaixadores que nasceram em África, segundo investigação do Club-K.  Israel é, atrás dos Estados Unidos e Canadá, o país com maior número de empresas listadas na NASDAQ.

Fonte: Club-k.net

Um nasceu na RDC e outro na Etiópia: Sensíveis a “perversões” a opressão política 

Em Abril do ano passado, os EUA anunciaram a nomeação de Tulinabo Salama Mushingi, um cidadão nascido na República Democrática do Congo, como novo embaixador em Luanda. De 65 anos de idade, Tulinabo Mushingi, chega a Luanda dentro de dias, já serviu a diplomacia norte americana como embaixador no Senegal, na Guiné-Bissau, em Burkina Faso.


De acordo com o “Africa Monitor Inteligence”, o novo embaixador dos EUA, é descrito em meios próximos como um individuo especialmente sensível a “perversões” como a opressão politica, a má governação e a pobreza extrema, com as quais dizer deparado em quase todos os postos diplomáticos em que esteve colocado em Africa , inicialmente ao serviço do Peace Corps, a seguir como diplomata de carreira. As suas origens na RD Congo, onde inicialmente convive com tais “perversões”, é apontada pelo próprio como causa da sensibilidade com que reage a desigualdade/injustiça a que estão sujeitas as populações de múltiplos países africanos.


Tal como fez os EUA, os Estado de Israel fizeram o mesmo nomeando Shimon Solomon como embaixador em Angola e embaixador não residente de Israel em Moçambique, República Democrática do Congo e São Tomé e Príncipe.


O embaixador Shimon Solomon nasceu na região de Tigray, na Etiópia, e imigrou para Israel em 1980 como parte da conhecida Operação “Brothers”. Entre 2005 e 2007 trabalhou na embaixada israelita em Adis Abeba, antes de se tornar director de um centro de absorção de imigrantes na cidade de Beersheba.


Shimon Solomon foi um dos fundadores do novo partido Yesh Atid antes das eleições de 2013, e foi colocado em décimo segundo lugar na lista do partido, tornando-se membro do parlamento. Antes das eleições de 2015, optou por não concorrer à reeleição.


Angola e Israel estabeleceram relações diplomáticas em 1993 resultando em instalações de missões diplomáticas. Antes disso, ainda ao tempo da luta de libertação nacional, o governo de Israel ajudou a FNLA no período de 1963 a 1969. De acordo com dados históricos disponíveis, o então líder histórico da FNLA, Holden Roberto, visitou Israel e os membros do seu movimento foram enviados a Israel para treinamento. Na década de 1970, Israel enviou armas para a FNLA através do antigo Zaire.


A primeira embaixadora de Israel em Angola foi Tamar Golan, uma renomada diplomática que depois de exercer funções entre 1995 a 2002, regressou a Angola mais tarde a pedido do Presidente angolano José Eduardo dos Santos para ajudar a estabelecer uma task force, sob os auspícios da ONU, para a remoção de minas terrestres.

 

Em 2010, o governo angolano recusou-se a receber Isi Yanouka assumidamente gay como novo embaixador  de Israel devido à sua orientação sexual. Foi o primeiro incidente de Angola quanto ao envio de um chefe de missão diplomática israelita.


Com a nomeação que entrou em vigor desde o dia 14.10.2021, o novo embaixador Shimon Solomon de origem etíope, aguarda pela acreditação do governo angolano que o permitirá viajar a Luanda para ser acreditado. Nas últimas semanas, Luanda manifestou reservas ao tomar conhecimento que Israel concedeu no passado dia 11 de Janeiro, um visto de viagem ao líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior que deslocou-se a Jerusalém para contactos do interesse do seu partido. Luanda, suspeita que Costa Júnior estará a buscar apoio junto de consultoras especializadas em detectar fraudes eleitorais.


Entidades que agiram em nome do regime de João Lourenço, moveram influencia junto das autoridades israelita a fim de esta anular o visto de viagem concedido ao Presidente da UNITA. Por ausência de atendimento no pedido, Luanda decidiu aplicar “castigo” a Israel demorando propositadamente com o processo de acreditação do novo embaixador que o país da Mossad, nomeou para Angola.