Lisboa - A Presidente do Tribunal Constitucional, Laurinda Jacinto Prazeres Cardoso, denota dificuldades em afastar um rol de empresas (de segurança, informática, limpeza) que prestam serviços no TC há mais de 10 anos. As empresas em causa são ligadas ao antigo Presidente do TC, Rui Constantino da Cruz Ferreira, figura com quem ela trabalhou durante muitos anos e partilham negócios.

Fonte: Club-k.net

 

Corrupção e tráfico de influencia no Tribunal Constitucional

Meses depois de ter sido nomeada chefiar o Tribunal Constitucional, Laurinda Cardoso, tomou como primeira medida  a revogação/anulação de uma comissão criada pelo seu antecessor Manuel Aragão que visava desativar todas as empresas de Rui Ferreira que prestam a vários anos serviços ao Tribunal Constitucional sem nunca terem passado por um concurso público.

 

A referida comissão era coordenada pelo Juiz conselheiro do Tribunal Constitucional, Carlos Manuel dos Santos Teixeira, pelo Secretario Geral da Instituição, e pelo director da área das tecnologias.

 

A protecção aos negócios de Rui Ferreira que Laurinda Cardoso empenha-se, é associada a ligação que tem por este que é tido como o responsável pela sua inserção política no regime angolano. Laurinda Cardoso foi aluna de Rui Ferreira na Universidade Agostinho Neto (UAN) e viria a se casar com um primo português deste, Pedro Monteiro Cardoso.

 

Quando terminou a formação em direito, passou a trabalhar como advogada nos escritórios de Rui Ferreira e Guilhermina Prata. À confiança estabelecida entre as partes levou com que Laurinda Cardoso passasse a dada altura a encabeçar alguns negócios que Rui Ferreira, tinha com um sócio  libanês Kassim Tajideen que fora acusado pelo Departamento de Estado norte americano de financiar a rede terrorista do Hezzbollaz. Como Rui Ferreira não podia aparecer por causa das funções que exercia  no aparelho do Estado, os seus negócios estavam em nome de um filho Sidney Carlos Manita Ferreira, e de Laurinda Prazeres Cardoso.

 

Até aos dias de hoje, Laurinda Cardoso cultiva uma forte devoção a Rui Ferreira pela importância que teve na sua projeção nos negócios e na política. A consideração que mantem por aquele foi recentemente verificada pela forma como reagiu a uma entrevista na “Camunda TV”, em que um Juiz angolano  Agostinho Santos,  levantava contestações contra Rui Ferreira. Em círculos privados Laurinda fez transparecer  que as criticas feitas  afectariam o nome da instituição.

 

A mais notada empresa de Rui Ferreira que presta trabalhos no Tribunal Constitucional, é a MERAP CONSULTING, na qual fazem parte como sócios, a Vice-Presidente do TC, Guilhermina Prata e o jurista Raúl Carlos Vasques Araújo. A outra empresa é CLEAN que faz trabalhos de limpeza, não obstante a uma que presta trabalho de segurança.

 

Desde que Angola passou a realizar eleições em período de paz, uma consorcio criado por Rui Ferreira, Guilhermina Prata, Manuel Vieira Dias “Kopelipa”, e o Rogério Ferreira, um oficial da Casa Militar que controla o centro do escrutínio da CNE, operam no Tribunal Constitucional a titulo de subcontratados para cuidarem das questões eleitorais.

 

Guilhermina Prata, a sócia de Rui Ferreira e de Laurinda Cardoso, tem mostrado resistência em aceitar a sua jubilação prevista para o próximo dia 8 de Maio, alegando que deseja apenas sair depois das eleições. Invoca a sua experiência em assuntos eleitorais, apesar de fontes do Club-K, alegaram que o motivo de Guilhermina Prata em não largar agora o Tribunal Constitucional poderá ser outro. De acompanhar de perto os negócios que as suas empresas irão fazer com a Comissão Nacional Eleitoral.

 

No passado era a MERAP CONSULTING, que tinha os contratos para a fabricação dos cartões eleitorais.

 

“Assim se explica as motivações que levaram Dra Laurinda Cardoso a revogar a comissão criada pelo Dr Manuel Aragão que visava desativar as empresas que prestam serviços no Tribunal Constitucional para que a contratação de prestadoras passassem a ser contratas por via de um concurso público”, notou uma fonte que acompanha o assunto, declarando não ter reservas face a conduta da nova Presidente do TC em manter as empresas do seu mentor (Dr Rui Ferreira) na instituição que ela lidera.

 

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