Luanda - A Afrobarometro, uma empresa pan-africana de estudos de opinião, realizou uma pesquisa em Angola sobre as intenções de voto nas eleições gerais deste ano, concluindo que, se as eleições fossem hoje, a UNITA ganharia em Luanda, a principal praça eleitoral do País, mas o MPLA continuaria a ser o partido mais votado na soma das 18 províncias de Angola, mas longe da maioria absoluta.


Fonte: NJ

Nenhum partido terá maioria absoluta



Esta pesquisa foi feita em nove das 18 províncias do País e aponta para um cenário, no presente, e quando faltam 100 dias para as eleições, previstas para o mês de Agosto, onde o MPLA teria, no resultado global, 29% dos votos e a UNITA 22%.


Já em Luanda, a principal praça eleitoral do País, o maior partido da oposição levaria de vencido o partido no poder, arrecadando a UNITA 23% contra os 16% do MPLA,

 

O Afrobarometro, com sede no Gana e com equipas a trabalhar em 30 dos 54 países do continente africano, é o centro de pesquisa mais credível a realizar inquéritos de opinião em Angola

Nesta pesquisa fica ainda em evidência que, quando comparado com idêntico estudo de opinião realizado em 2019, a proporção de entrevistados que dizem que votariam na UNITA aumentou de 13% para 22%,e a proporção que diz que votaria no MPLA diminuiu de 38% para 29%.


Ainda segundo a pesquisa, quase metade dos entrevistados (31%) recusaram-se a responder à pergunta e 9% disseram que "não sabem" enquanto 6% asseguraram que "não votariam" se as eleições tivessem lugar no dia em que o inquérito foi realizado.


Conforme a pesquisa, 51% dos angolanos consideram como principal motivação para votar no candidato do partido político as suas propostas contidas no programa de Governo.


A pesquisa revela ainda que a maioria do eleitorado do MPLA está nas zonas rurais e com baixo nível de escolaridade e com mais idade, enquanto o grosso dos eleitores da UNITA, segundo o mesmo estudo, são maioritariamente residentes nas zonas urbanas, com menos idade e com mais escolaridade.


A Afrobarometro admite que a esta distância das eleições e com os dados apurados nesta pesquisa não é possível prever um vencedor nas eleições de Agosto próximo.


A organização com sede em Acra onde a coordenação é realizada com o apoio do Centro para o Desenvolvimento Democrático (CDD-Gana), o Instituto para a Justiça e Reconciliação (IJR) da África do Sul, e o instituto para o Desenvolvimento de Estudos (IDS) do Quénia, sendo o apoio técnico das Universidades de sul-africana de Cape Town e do Michigan, no EUA.


O seu financiamento é proveniente de instituições estatais de apoio ao desenvolvimento da Suécia, do Japão e dos Estados Unidos, da Fundação MO Ibrahim, da Open Society Fundations e ainda da Fundação Bil & Melinda Gates, e, entre outros, a União Europeia.


O trabalho desta instituição em Angola deu os primeiros passos em 2019, como o Novo Jornal noticiou aqui, na entrevista feita ao responsável ao CEO da Afrobarometro Emmanuel Gyimah-Boadi, em 2018.