Luanda - A Coluna era o nome dado à estrutura móvel, composta pelo pessoal das distintas áreas de apoio ao Alto Comandante (A.C.), com destaque: a estrutura do General Beguin e do Coronel Joel; os Pelotões de Comandos Especiais e Protectores ( Brigadeiro Pelembi, Coronel Toy, Brig. Lulu, Brig. Jonas, Brig. Kalulu); efectivos do Batalhão Mocho (Brig. Amilcar Katokessa; Gen. Kassesse, Rinô; Cor. Handa; Gen. Samy; Brig. Menezes); Ajudante de Campo do A.C., Gen. Jacinto Bandua; Oficial às Ordens do A.C., Gen. Kalias Pedro; Directores do Gabinete do A.C.(Gen. Paulo Lukamba Gato; Gen. Alicerces Mango; Brig. Isaias Samakuva, Lissumbissa; Gen. Altino Sapalalo, Bock; Brig. Boris Mundombe; Cor. Kassiky Pena e o Arq. Adélio Tchiteculo); os da Administração do A.C. ( Brig. Eliseu Tchimbili, Brig. Tchissanga, Brig. Karriça Dachala e os seus colaboradores directos: o mano Chondily, o mano Zé Mavango, o Quintino e o tio Guido Njunjuvili); os da REOP (Brig. Jomy, o Captião Tchipasso); o pessoal do Control(Coronel Amões); os da saúde ( Brig. Uliengue, Brig. Morgado, Brig. Tino); Equipa dos Audio-Visuais, Brig. Kamunha;Telecomunicões do A.C. (Brig. Fuma, Cor. Vatutuva, Brig. Mwalupassa, Cor. Chinga, Cor. Kate Hama), entre outros.

Fonte: Club-k.net


Apesar de o Dr. Savimbi ter tido a Residência Oficial na Jamba, o certo é que passava mais tempo nas Posições/Bases (Nanguelengue, Etalala, Ponto Trinta, Nkuamen Nkrumah, Mbembwa, Salva Terra, Sacha etc.). É dessas posições que a Coluna partia com os Kaspiri, Samil, Kwefu, Kamaze, Unimog para as áreas de guerra. Mas, quando estivessem na Jamba, circulavam em carros ligeiros: Toyota Land Cruiser "Station", geralmente, conduzida pelo Coronel Abel - motorista pessoal do Dr. Savimbi. E Toyotas Caixa- Aberta, com sirenes, do Capitão Tchissende; do Tenente Kambinda, do Ten. Mulamba, ten. Kanjangala, Alf. Januário; Ten. Kaputo, que faziam a escolta.


Também foram motoristas do Mais-Velho: Cor. Ferreira, Cor. Balão, T.C Sambaka, Maj. Yano (irmão do Telestoi, meu colega de turna na 3 classe, em 1983) , o Cor. Sella, Cap. Sukumulã e o Major David.

 

Outros motoristas da Coluna presidencial que tinham a fama de pisarem bem o acelerador, e, por isso, cumpriam sempre as missões urgentes, daquelas em que não se podia atrasar, nem um segundo, eram: Da Silva, Ndessi, Kafindo, João Anacleto, kaluvale, André Sukumunla, Tito Chitombi, Lukunde, Januário, Trigo, Lulu, Caseiro, Cheya, Herculano, Katchiyo e o Tenente Ndjeke. Boa parte desses motoristas pertencia à frota de camiões da Logística de Guerra da UNITA. Eles eram seleccionados a dedo pelo General Bock, que, depois de um acompanhamento rigoroso os despachava para a Jamba a fim de integrarem a Coluna presidencial. Muitos deles, os mais destacados, foram submetidos à formação nos Estados Unidos da América, na Alemanha, na África do Sul e em Kinshasa. Diga-se a verdade, eles conduziam de verdade, eram motoristas profissionais e garantiam segurança ao volante. Cada um deles tinha o seu estilo de condução, só pela aceleração, sabia-se logo, aquela aceleração é do Tenente Caseiro ou aquela redução brusca só pode ser do Alferes Kandendere, ou ainda, a música de Bob Marley que saía em volume muito alto da cabine da Samil 50, era, certamente, o kota Sapalo, amigo do mano Da Silva.


A verdade é uma, a presença da Coluna na Jamba era notória, e motivo de alegria para muitos de nós: passava a haver mais carros a circular, uns, a alta velocidade, provavelmente a cumprir as tais missões urgentes, muitas vezes, em direcção ao aeroporto internacional da Jamba( Comandante Kazombuela); também a energia do Grupo Gerador( Major Wassuka, Maj. Lohoka, tio Daniel Mukissi, Maj. Azevedo e Capitão Girafa) passava a ser mais constante; aumentava o movimento de comandos nas ruas, enfim, a Jamba ganhava uma nova dinâmica. Havia vezes em que o Dr. Savimbi saía, a pé, para visitar a avó Melina, que vivia depois do tio Somakessenje, e ao lado do General Bula Matadi, mas antes da casa do professor Tertuliano e da manivela do tio Carneiro, na direcção da casa do tio Bonga do orfeão, e do tio Katombela, pai do kota Belmiro, o Adidas; no Bairro Kazombuela.


Assim que o Mais-Velho chegasse à casa da avó Melina, os guardas posicionavam-se no perímetro da residência, e, quem os visse, levava a mensagem: o Velho está na avó Melina. Outro indicador da presença do Mais-Velho era a presença do mano Zezito, um jovem na casa dos 20 anos de idade e homem de confiança do Dr. Savimbi. Ele jogava futebol, como atacante, na melhor equipa de futebol da Jamba - a Estrela Vermelha.

O hábito de ir ao encontro das pessoas criava mais afectividade, e muita informação, que não chegava à mesa do Presidente, podia ser recebida nessas ocasiões. O Dr. Savimbi manda chamar alguns mais velhos da vizinhança, e cada um falava, de forma descontraída, o que sabia da comunidade. Dessa forma, o Dr. Savimbi tinha noção dos reais problemas das populações, e, assim, facilmente, dava solução...


A nossa história é o nosso passado.
Luanda, 16 de Maio de 2022

Gerson Prata