Luanda - Sob a escusa de celebrar o centenário do fundador da República (Popular) de Angola, o secretariado da Comissão Executiva do Comité Municipal de Luanda do MPLA elaborou um “calendário” de actividades para os largos 1.ºde Maio e das Heroínas, em Luanda, com o alegado objectivo de realizar actividades de cariz político-partidária para exaltar a vida e obra do Dr. António Agostinho Neto.

Fonte: JornalOkwanza

De acordo com um documento a que “O Kwanza” teve acesso, o MPLA será “dono” , “barão” e “senhor absoluto” dos referidos espaços públicos até Setembro, um mês depois das eleições gerais a serem realizadas em Agosto. Dito de outro modo: o MPLA tem privatizado os largos 1.º de Maio e o das Heroínas desde o passado dia 5 do mês em curso, período que vai até ao dia 30 de Setembro, altura que poderão ser anunciados os resultados as eleições gerais.


Para além dos largos 1.º de Maio e das Heroínas, reza o documento, o secretariado da Comissão Executiva do Comité Municipal de Luanda do MPLA exorta os distritos da capital angolana a elaborarem um plano de ocupação dos largos no interior dos respectivos distritos urbanos.


Convidado a comentar o “abuso” do MPLA, um académico – que se recusou ser identificado – afirmou que a iniciativa do Comité do partido no poder em Angola voltou a adoptar o Regime monolítico e que ela representa uma manobra que visa afastar as organizações da Sociedade Civil e de partidos políticos dos largos 1.ºde Maio e das Heroínas para se manifestarem devido ao seu simbolismo.


“Aproximam-se as eleições. Sabe-se que alguns segmentos da Sociedade Civil e partidos políticos poderão querer manifestar-se, pois sabe-se, à partida, que o jogo eleitoral está inquinado e os seus resultados são previsíveis. É natural que alguns segmentos da sociedade angolana se manifestem e nada melhor que os largos 1.º de Maio e das Heroínas para tal”, afirmou a fonte deste jornal.