Luanda - Uma trabalhadora da Comissão Nacional Eleitoral de Angola verifica uma tabela de votação para as eleições gerais no país, Luanda, Angola, 23 de Agosto de 2017.

Fonte: Lusa

14 milhões de eleitores poderão votar nas eleições angolanas de 24 de Agosto, anunciaram as autoridades. Porém o ficheiro eleitoral, entregue nesta segunda-feira, pelas autoridades à Comissão Eleitoral Nacional é já alvo de contestação por abranger cidadãos falecidos.

 

Continua o processo de preparação das próximas eleições gerais angolanas, previstas para o mês de Agosto, apesar de persistirem as divergências entre o governo e os partidos da oposição que criticam a falta de transparência na organização das mesmas.

 

No quadro do calendário das eleições, a Comissão Nacional Eleitoral entregou ao Tribunal Constitucional o ficheiro informático da base de dados dos cidadãos maiores de idade habilitados a votar nas próximas eleições.

 

De acordo com a Comissão Nacional Eleitoral, foram registados para votar cerca de 14,3 milhões de eleitores, incluindo cerca de 18 mil angolanos da diáspora.

 

Entretanto, segundo o Ministério da Administração do Território responsável pelo registo oficioso, não foi possível eliminar da base de dados os cidadãos falecidos no período de 2017 a 2022, devido a dificuldades administrativas.

 

Muitos cidadãos falecidos não constam na base de dados do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos que alega, entre outras dificuldades, a existência de cemitérios clandestinos no país que escapam ao controlo das autoridades.

 

Os partidos da oposição questionam a transparência do ficheiro informático e exigem uma auditoria independente à base de dados dos eleitores, para descartar uma possível fraude eleitoral.

 

A Comissão Nacional Eleitoral já anunciou a contratação de uma empresa para o efeito, mediante concurso público internacional, a CNE referindo que vai ser igualmente submetida a auditoria todo mecanismo tecnológico que está a ser elaborado na perspectiva das eleições gerais e isto até 15 dias antes da realização do pleito. Este órgão avançou ainda que vai formar 220 mil agentes eleitorais até à realização das eleições de 24 de Agosto.

 

Refira-se ainda que está já a decorrer o período de apresentação de candidaturas, desde o dia 6 até ao dia 25 de Junho, para a sua subsequente validação pelo Tribunal Constitucional, período após o qual, os partidos terão dez dias para dar resposta a insuficiências que possam ser identificadas nos seus processos.

 

Da dezena de partidos habilitados para concorrer às eleições, o MPLA no poder foi a primeira formação a apresentar no passado dia 8 de Junho a lista dos seus 355 candidatos a deputados.