Luanda - Estado angolano diz não ter recebido propostas que "refletissem o valor real" da seguradora. Fechado este capítulo, aposta passa agora por vender o capital da ENSA em bolsa

Fonte: Negocios

O Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE) de Angola decidiu fechar a operação de privatização de 51% do capital da ENSA – Seguros de Angola "por não ter recebido propostas que refletissem o valor real" da seguradora.

 

O processo de alienação da ENSA tinha sido aberto em junho de 2021 e visava a venda de 51% através de um concurso limitado por prévia qualificação dirigido a investidores nacionais e estrangeiros.

 

Segundo o IGAPE, "o processo atraiu o interesse de vários investidores de referência, quer angolanos, quer além-fronteiras, porém, o contexto económico e financeiro conturbado pelo impacto da pandemia de covid-19 impediu o alcance dos objetivos pretendidos". Ou seja, o concurso acabou por ficar deserto.


No exercício de 2021, a ENSA registou um lucro de 6,3 mil milhões de kwanzas, (9,8 milhões de euros ao câmbio de 31 de dezembro do ano passado), uma queda de 64% face a 2020.

 

Encerrado este capítulo, o Estado vai agora adotar uma nova estratégia para vender a ENSA, a qual passará pelo mercado de capitais, à boleia do sucesso obtido com a venda de 10% do capital do BAI e das prometidas entradas em bolsa de outros dois bancos, o Caixa Geral Angola e o Millennium Atlântico.

 

O IGAPE, em comunicado, adianta que "o procedimento em perspetiva consistirá na alienação de um bloco de ações, preferencialmente por via de um procedimento em bolsa de valores, cujo processo permita abarcar parceiros da indústria, capazes de agregar valor e know-how à ENSA e pequenos subscritores, em particular os colaboradores".

 

O referido instituto público sustenta que "as alterações do contexto macroeconómico de Angola para um novo ciclo de crescimento" e "a abertura do mercado de ações na BODIVA (Bolsa de Valores e Derivados de Angola)" constituem fatores "que contribuirão sobremaneira para a valorização da ENSA e maximização dos resultados económicos e financeiros da privatização".