Luanda - ACTO POLÍTICO DE MASSAS I DISCURSO DO PRESIDENTE DO MPLA, JOÃO LOURENÇO


 Saurimo, 25 de Junho de 2022.

Muito obrigado, muito obrigado!
Saurimo, Moyowenu !
Lunda Sul, Moyowenu !
MPLA, Ji !
OMA, Ji !
JMPLA, Ji !
Angola, Ji !

Caros camaradas da província da Lunda Sul,  todos aqui representados na cidade de Saurimo;


Eu gostaria de começar esta minha conversa convosco fazendo a apresentação do candidato ao lugar de Vice-Presidente da República.


Nós fomos os primeiros a apresentar junto do Tribunal Constitucional a nossa proposta de candidatos a deputados, deputados do MPLA obviamente, entre os quais se destacam o candidato a Presidente da República, que vocês conhecem, e o candidato a Vice-Presidente da República, para além de outros candidatos a deputados.


Nós tomámos a decisão de escolher alguém da OMA, uma senhora que não fez carreira nas fileiras do partido, mas fez carreira na Ciência, na Academia. Essa foi a nossa aposta, aquela que julgamos ter sido a melhor aposta para esse grande desafio que já estamos a enfrentar e que nos vai conduzir à estrondosa vitória do MPLA a 24 de Agosto do corrente ano.

A candidata é a camarada Esperança Costa, a quem eu peço que se apresente perante o Povo e os eleitores desta província da Lunda-Sul.

[ candidata apresenta-se e é efusivamente saudada pela população ]

Ok. Muito obrigado!

Os camaradas querem mesmo que ela seja a futura Vice-Presidente da República?

Querem ?

⁃ SIM!

Se querem, só há uma forma de conseguir: é fazer com que o MPLA saia vitorioso das eleições de 24 de Agosto.

Se o MPLA sair vitorioso, a camarada Esperança Costa será, com toda a certeza, a Vice-Presidente da República.

Queremos ou não queremos?

⁃ QUEREMOS

Caros camaradas,

Depois do Cunene, de Cabinda, do Huambo, do Zaire, e agora aqui na Lunda Sul, é caso para repetirmos a música de Gabriel Tchiema e dizer: “Mbunje yami wa tetele”.

“Mbunje yami wa tetele” quer dizer: o meu coração está feliz. É isso ou não é isso?
O nosso coração, com todo esse sucesso da caminhada gloriosa do MPLA rumo à vitoria, o nosso coração tem que estar ”wa tetele”, tem que estar satisfeito.

Caros camaradas,

Esta província fica a mais de 1.000 quilómetros do litoral, fica a mais de 1.000 quilómetros da cidade capital do país. E este facto, sem sombra de dúvidas, dificulta o desenvolvimento. Aliás, basta vermos que o próprio colonialismo começou por assentar no litoral do nosso país e levou cinco séculos a se estender e procurar desenvolver o nosso país na sua totalidade. Mesmo assim, não conseguiu! Criou assimetrias, que fazem com que alguns pontos do nosso país, sobretudo os que estão muito mais distantes do litoral, se tivessem desenvolvido menos que outros pontos de Angola. É o caso das províncias do Leste: da Lunda Sul, do Moxico, da Lunda Norte, do Cuando Cubango.


Situação essa que compete a nós corrigir. É uma tarefa que vai levar tempo, mas precisamos de dar sinais evidentes de que estamos engajados e interessados em corrigir esse desequilíbrio que acaba por ser fruto do colonialismo português.


E é assim que o Executivo angolano, neste mandato que está a terminar, tem olhado com alguma atenção para as províncias do Leste. Esta província da Lunda Sul beneficiou durante este mandato de um hospital geral bem equipado, beneficiou de uma maternidade para atender às nossas mamãs, maternidade essa também muito bem equipada e que já está ao serviço do povo, para não falar das inúmeras infra-estruturas da saúde de nível primário que estão a surgir ultimamente, fruto da implementação do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios, vulgo PIIM, que acabou de ser elogiado pelo camarada Daniel Neto, primeiro secretário, governador desta província.


Mas não é só a saúde das populações que nos preocupa. Preocupa-nos também a educação das populações, porque só com um povo educado, com formação, preparado para enfrentar o mercado de trabalho, podemos dizer que estamos em condições de desenvolver o nosso País.


Quem desenvolve o nosso País é o Homem, o Homem no seu sentido mais amplo. Quando digo Homem, não estou a dizer o homem do sexo masculino. O Homem, estou a dizer a pessoa humana, o angolano, a angolana. São estes que podem desenvolver o nosso País.

Nós podemos gastar muito dinheiro investindo em infra-estruturas: nas estradas, nos hospitais, na energia, na água, em todas as infra-estruturas. Mas, se não tivermos o Homem preparado para gerir, para lidar com essas infra-estruturas, podem ter a certeza que elas não serão úteis. O dinheiro terá sido gasto em vão. Temos, portanto, que preparar as nossas filhas, os nossos filhos, as nossas irmãs e os nossos irmãos.

E é neste sentido que - e porque a nível do ensino primário, a nível do ensino secundário, as infra-estruturas estão aí -, já vêm sendo usadas. Podemos dizer que não são suficientes, e não são, de facto. O esforço tem que ser contínuo. Temos que continuar a investir nestes níveis de ensino.

Mas há um terceiro nível de ensino: o ensino superior, que em todo o país é insuficiente, tem infra-estruturas insuficientes mas, sobretudo, aqui. E foi estando atento a esta realidade que nós decidimos construir um campus universitário na Lunda Sul, aqui na cidade de Saurimo.

A primeira pedra para este campus universitário, aqui em Saurimo, foi lançada há dias. Tomaram ou não tomaram conhecimento?

- TOMÁMOS.

Estiveram aqui o ministro dos Recursos Minerais, que patrocina, e a ministra do Ensino Superior que, em nome do Executivo, fizeram o lançamento da primeira pedra. Depois de ter feito o lançamento da primeira pedra, já não há recuo, já não há recuo possível. Significa que este centro universitário, este pólo universitário, já é uma realidade.


É uma questão de tempo. Mas vamos voltar aqui para inaugurar esta infra-estrutura do ensino superior e colocá-la ao serviço das populações desta província.
O Executivo investiu aqui em Saurimo, no domínio da energia, porque sem energia também não há desenvolvimento. Sem quadros não há desenvolvimento, sem estradas não há desenvolvimento, sem energia não há desenvolvimento. Por esta razão, o Executivo investiu aqui na Lunda Sul, mais concretamente em Saurimo, num complexo de stockagem de combustível que tem a capacidade de stockagem de cerca de 900 metros cúbicos de combustíveis diversos, entre os quais o diesel e a gasolina.

Mas a energia não se faz só de fonte de produção de fósseis que poluem o ar e prejudicam a Natureza. A energia deve ser feita, deve ser produzida preferencialmente por fontes amigas do Ambiente. Aquelas que poluem pouco ou, de preferência, aquelas que não poluem nada a atmosfera.


E é assim que nós vamos dar início, dentro dos próximos dias - portanto já é uma realidade praticamente-, a construção de um importante parque de energia solar aqui na cidade de Saurimo, para produzir energia limpa e, desta forma, pouco a pouco, irmos reduzindo a energia produzida à base do diesel, à base de combustíveis fósseis.
Mas vamos também - continuando a falar de energia - dar início, e quando digo vamos, não estou a falar no futuro, daqui a um ano, daqui a dois anos. Não! É agora. É agora! Vamos dar início à electrificação de oito comunas da província da Lunda Sul, nomeadamente do Chiluage, do Cassai Sul, Muriege, do Cazage, do Alto Chicapa e do Mona Quimbundo.


Com este projecto, nós vamos garantir oito mil ligações domiciliares. Oito mil ligações domiciliares serão feitas nas localidades que acabei de citar, tendo como fonte, também, fontes amigas do Ambiente, ou seja, energia solar.

Caros camaradas;

Eu comecei por dizer que as províncias do Leste de Angola são as que estão mais distantes do litoral, o que significa que as maiores distâncias do litoral para o interior são precisamente com as províncias da Lunda Sul, Lunda Norte, Moxico e do Cuando Cubango.

As distâncias terrestres - e mesmo áreas para estas províncias -, são as mais longas do país.

Então, temos que ter estradas, temos que ter caminhos-de-ferro para garantir a ligação fácil dos portos, quer de Luanda, quer do Lobito, às províncias da Lunda Sul, Lunda Norte, Moxico e Cuando Cubango.

E ao falar de estradas, ao falar de estradas nacionais, não podemos nunca deixar de falar da necessidade da conclusão das obras da Estrada Nacional 230. Esta é a principal via que liga o litoral à província, às províncias do leste do País. A Estrada Nacional 230, que sai de Luanda, passa por Malanje, passa por Saurimo.


As obras atrasaram. Temos de ser honestos em reconhecer que houve atrasos no início das obras desta estrada 230. Mas as obras estão em curso, as obras não estão paradas. E, neste momento, eu estou em condições de dizer quando é que vos entrego a estrada.

 

Nós vamos entregar a Estrada Nacional 230, com obra terminada, completa, em Agosto do próximo ano. Portanto, grosso modo, dentro de um ano. Um ano é muito e não é muito. Um ano passa muito rápido. Dentro de um ano a estrada chega a Saurimo toda ela inteirinha, toda ela feita, desde o início até ao fim.

Há outras vias também importantes e que devem completar a malha rodoviária desta província, para que se possa fazer a ligação entre todos os municípios e entre províncias vizinhas. É assim que estamos empenhados em encontrar uma solução, tão cedo quanto possível, para a conclusão da obra paralisada, há anos, da estrada Saurimo-Dala, que vai ligar à vizinha província do Moxico, assim como a conclusão da estrada Saurimo-Lucapa, que já tem cerca de 70 por cento de execução física. Precisamos de concluí-la e vamos concluí-la para ligarmos as duas províncias: a Lunda Sul à Lunda Norte.

Caros camaradas,

Esta província é uma província diamantífera, é uma província que produz muitos diamantes. Os principais projectos de produção de diamantes deste país encontram-se nesta província da Lunda Sul. O maior projecto diamantífero de Angola - estou a referir-me, por exemplo, ao Catoca -, está aqui na Lunda Sul.


Mas, lamentavelmente, até há relativamente pouco tempo, até há pouco mais de um ano, toda a produção de diamantes do nosso país, praticamente toda a produção, era exportada em bruto. Nós não só não dávamos emprego aos nossos jovens, como também não ganhávamos tanto assim. Não ganhávamos com a exportação do diamante em bruto o que podíamos ganhar se tivéssemos feito investimento local na transformação dessa matéria-prima, dessa matéria bruta, que é o diamante bruto, tal e qual como saiu da mina.


Então, nós tomámos a decisão de inverter as coisas, o que, às vezes, parece ser impossível ou muito difícil de se fazer. Mas, quando existe a vontade e a determinação dos homens, não há nada impossível, não há nada difícil, tudo é realizável, dependendo apenas da vontade e da determinação das pessoas, sobretudo de quem decide. E é assim que nós decidimos criar aqui na Cidade de Saurimo aquilo a que chamamos Pólo de Desenvolvimento Diamantífero de Saurimo, que eu tive a oportunidade de inaugurar. Inaugurámos e entrou imediatamente em serviço, e temos conseguido atrair os investidores a comprarem ou alugarem espaços nesse pólo industrial de diamante, tendo já neste momento três fábricas de lapidação de diamantes.


Portanto, uma parte - cerca de 20 por cento, creio -, dos diamantes explorados aqui, já não estão a ser vendidos em bruto. Estão a ser transformados, estão a ser lapidados aqui no Pólo de Desenvolvimento Diamantífero de Saurimo. Estas três fábricas já criaram 820 empregos, empregos para nacionais, obviamente, para vocês, para os jovens maioritariamente desta província e não só.


Mas o Pólo de Desenvolvimento Diamantífero de Saurimo tem espaço para atrair muito mais fábricas e elas vão chegar. Elas vão chegar, vamos ter mais fábricas! Portanto, vamos ter mais emprego para a nossa juventude. Mas, em termos de diamantes, nós ainda não estamos satisfeitos.


A nossa ambição é grande! Vamos e já estamos a fazer muito mais do que o Pólo de Desenvolvimento Diamantífero. Aqui mesmo em Saurimo, estamos a construir ou já construímos, para ser mais preciso, o Centro de Formação em Avaliação e Lapidação de Diamantes.


Os jovens angolanos que já estão a lapidar o nosso diamante no Centro de Desenvolvimento Diamantífero, a que me referi há bocado, tiveram de se formar fora. O nosso país teve que mandá-los para a Índia e outros países, mas sobretudo para a Índia, para receberem formação em termos de lapidação de diamantes.


Com este centro, que acabámos de montar, vamos reduzir consideravelmente a necessidade de mandarmos os nossos jovens para se formarem lá fora. Eles passarão a ser formados em matéria de lapidação de diamantes, lapidação e avaliação de diamantes, sem sair de casa. Aqui mesmo em Saurimo, eles vão aprender a fazer aquilo que foram aprender na Índia.


Mas também fizemos um centro de formação técnico-profissional, aqui em Saurimo, que vai formar serralheiros, electricistas, carpinteiros e outras profissões do género, no intuito de servir não exclusivamente a indústria diamantífera - mas são quadros nacionais que foram formados pelo sector diamantífero -, mas para servir o país em qualquer domínio. Eles vão estar habilitados, com a formação que receberam, a trabalhar, alguns no sector diamantífero, mas outros em outras indústrias aqui na província da Lunda Sul, nas províncias vizinhas ou em qualquer outro ponto do nosso país.


Na indústria diamantífera há aquilo que chamam micro-diamantes que, se não houver o investimento necessário para tirar proveito desses micro-diamantes, eles acabam por ser um desperdício.


Nós antes enviávamos este desperdício, entre aspas, para fora, para que ele fosse aproveitado lá, para que fosse transformado em jóias, mesmo sendo de dimensão muito pequena. Dai o nome de micro-diamantes.


Hoje, estamos a criar capacidade aqui em Saurimo, para fazermos esse aproveitamento dos micro-diamantes e eles não irem parar para o lixo.


Portanto, serão mais receitas, mais divisas que o nosso país vai arrecadar não apenas com os diamantes grandes, com os diamantes médios, com os diamantes de tamanho, digamos, de tamanho normal, mas com todo o diamante.


Vamos procurar tirar o máximo de proveito de todo o diamante, incluindo estes de tamanho tão pequeno, que se não tiverem estes centros para tratar os micro-diamantes, acabam por se transformar em lixo.


Durante este mandato, nós inaugurámos, em Luanda, um grande centro geocientífico para estudar os recursos minerais do nosso país, os mais diversos recursos minerais do nosso país, não só os diamantes, mas todos os recursos minerais que o nosso país tem, incluindo o petróleo, o ferro, cobre, o ouro, e outros.


Inaugurámos o grande centro em Luanda - creio que temos um de menor dimensão no sul de Angola -, mais concretamente na província da Huíla, e decidimos agora investir num centro do género, num centro geocientífico aqui na província da Lunda Sul, para fazer o mesmo que faz o centro grande em Luanda e o outro na Huíla: estudar os recursos minerais, os abundantes recursos minerais de que o nosso país dispõe.


Antes, as amostras eram enviadas para a África do Sul ou para o Botswana, porque não tínhamos capacidade para fazer isso aqui. Alguém que quisesse investir na exploração de qualquer mineiro tinha que tirar amostras, mandar as amostras para a África do Sul, esperar um mês, dois meses. Esperar pelos resultados do trabalho dos laboratórios que esses países tinham de fazer.


Estávamos a dar dinheiro aos outros mas, sobretudo, estávamos a dar emprego aos outros. Se a gente faz essas encomendas a laboratórios da África do Sul, estamos a dar emprego aos cidadãos daquele país. Não é que eles não mereçam, claro que merecem ter emprego, mas em primeiro lugar temos que pensar em nós, pensar nos nossos jovens, que têm direito ao emprego. E, por esta razão, este investimento também está sendo feito aqui na cidade de Saurimo para formar jovens nas ciências de petrologia, mineralogia, geoquímica, hidrologia e geotécnica.


Portanto, nós estamos muito empenhados em criar empregos aqui nesta parcela do nosso território nacional, criar outras capacidades, no sentido de tirarmos o melhor proveito possível aos enormes recursos minerais que esta parcela do nosso território dispõe.


Caros camaradas;

Logo, desde o início do nosso mandato, nós procurámos imprimir transparência na nossa governação no geral, mas, em particular, transparência no sector mineiro, entre eles no sector diamantífero. E começámos por atacar, de forma muito frontal, a necessidade de pormos fim ao monopólio existente na comercialização dos diamantes.
Nós acabámos com o monopólio da comercialização dos diamantes. Os investidores, que têm minas de produção de diamantes, hoje, têm a liberdade de comercializar, eles próprios, uma grande percentagem dos diamantes que produzem e a outra parte é que vendem à SODIAM, que é uma empresa pública.


Antes, eram obrigados a vender tudo à SODIAM, estavam proibidos de ter outro cliente. Tinham um cliente exclusivo e, como se não bastasse, a SODIAM também quase que tinha um cliente exclusivo. A SODIAM também estava amarrada pelo mesmo esquema e era obrigada a vender os seus diamantes também a um cliente quase que exclusivo.

Criou-se uma figura: a figura do cliente preferencial. Nós acabámos com isso!


Criou-nos alguns amargos de boca, como se diz, mas nós estamos aqui para servir a maioria, para servir os angolanos, para servir Angola, não para servir meia dúzia de pessoas que pensam que têm mais direitos do que os 30 milhões de angolanos.
Mas ainda não estamos satisfeitos. Em termos de transparência, ainda não estamos satisfeitos! E ainda não estamos satisfeitos, porque, amiúde, vamos vendo na imprensa nacional e internacional artigos que falam da falta de transparência no sector diamantífero, em relação aos acionistas das empresas…


Há muita especulação, muita insinuação! Algumas coisas são verdadeiras, é evidente, e se são verdadeiras precisamos de corrigir.

Tomámos a iniciativa de nos filiar a uma organização internacional que se chama Iniciativa da Transparência nas Indústrias Extractivas (ITIE) - Iniciativa da Transparência nas Indústrias Extractivas no geral, não só o diamante, diamantes e outros recursos minerais. Isso para imprimirmos maior transparência nesse negócio da indústria extractiva. E para aquelas pessoas atentas, que não perdem um noticiário, com certeza, terão constatado há poucos dias - creio que não faz mais de uma semana -, que Angola acabou por ser admitida, em Bruxelas, para fazer parte dessa família da Iniciativa da Transparência das Indústrias Extractivas.


Portanto, este é um passo muito importante que o país acaba de dar para imprimir maior transparência nos negócios dos diamantes, do petróleo, do gás, do ferro, do ouro, do cobre, enfim, de todos os recursos minerais que daqui para frente vierem a ser explorados em solo angolano.


Essa iniciativa a nível interno, a nível do nosso país, tem um board que, para além do Estado, além do Executivo, através do sector competente dos recursos minerais, envolve também a sociedade civil, a sociedade civil representada, obviamente - não podem entrar todos, alguém vai os representar -, terá assento nessa Iniciativa da Transparência das Indústrias Extractivas.

Caros camaradas;

Quando falei das estradas, das vias de comunicação, falei sem desenvolver os caminhos-de-ferro. Portanto, estradas, caminhos-de-ferro e portos são importantes para o desenvolvimento de qualquer país.


Nós precisamos de trazer o caminho-de ferro a Saurimo, numa primeira fase, na perspectiva de levá-lo também ao Dundo.


Desde o início do mandato que viemos pensando seriamente na necessidade de fazer esse investimento. Mas, naquela altura, era nossa ideia trazer até Saurimo o Caminho-de- Ferro de Luanda que, neste momento, termina em Malanje. Seria construir uma extensão que não é curta, é bastante longa, de Malanje a Saurimo. Mas, às vezes, as boas intenções não são suficientes. Temos de dar ouvido aos técnicos, porque afinal de contas eles é que constroem, não somos nós. E os técnicos são de opinião de que esse investimento algum dia vai ser feito, mas antes de pensarmos na extensão do Caminho-de-Ferro de Luanda, a partir de Malanje, temos primeiro que resolver e pôr a funcionar em melhores condições o troço actualmente existente (Luanda -Malanje), que funciona mal.


Dos três Caminhos-de-Ferro - de Benguela, de Moçâmedes e de Luanda -, o de Luanda é o pior! E é o pior porque o troço que vai de Maria Teresa a Cacuso, já muito próximo de Malanje, da cidade capital de Malanje, não foi bem intervencionado. E a prova disso é o que todos nós temos vindo a assistir infelizmente! Costuma a dizer-se que os angolanos são bafejados pela sorte, não temos tido perdas humanas, só perdas materiais.


Mas temos vindo a assistir, com regularidade, ao descarrilamentos do comboio nesse pedaço entre Maria Teresa e Cacuso.


Portanto, temos que fazer primeiro uma intervenção séria nesta linha, antes de pensarmos num segundo investimento, que será então o da construção de uma linha nova que estenda o Caminho-de-Ferro de Luanda de Malanje a Saurimo.


Mas existem probabilidades muito sérias de se resolver este problema, ligando Saurimo, não ao Caminho-de-Ferro de Luanda, mas ao Caminho-de-Ferro de Benguela. A exemplo do que se vai fazer com a construção do ramal Luacano-Zâmbia, pode-se resolver, perfeitamente, mediante estudos, a ligação do Caminho-de- Ferro de Benguela a Saurimo, que é uma distância muito mais curta. O Caminho-de-Ferro de Benguela é o principal dos três caminhos-de-ferro do país. Não liga com o Porto de Luanda, mas liga com o Porto do Lobito.


Portanto, nós estamos a trabalhar já nessa possibilidade e acreditamos que, logo no início do mandato, teremos boas novidades da possibilidade de começarmos as obras de ligação de Saurimo ao Caminho-de-Ferro de Benguela.


Caros camaradas;

Para que isso possa acontecer, o MPLA tem que estar no poder. Só o MPLA é quem pensa seriamente na resolução dos grandes problemas do Povo.
Os nossos adversários não conseguiram derrubar o MPLA pela força das armas. Durante 27 anos consecutivos, fizeram essa tentativa de retirar o MPLA do poder pela via das armas, fizeram as piores alianças imagináveis. Até ao regime do Apartheid, que oprimia os africanos, a nossa oposição teve o descaramento de se alinhar a ele. Não nos venceram! Nós estamos aqui de pedra e cal, como se diz. Pela via eleitoral também não!


O país já realizou quatro eleições gerais. Vamos fazer agora as quintas, e a nossa oposição concluiu que, lutando individualmente contra o MPLA, não vão chegar lá.

Então, entenderam juntar-se. Praticamente esvaziaram alguns partidos, que também não são grande coisa, e foram buscar os lideres desses partidos e meteram-nos todos na lista de candidatos a deputados de um único parido da oposição, convencidos de que, assim, serão mais fortes. Inventaram nomes: Frente Patriótica, que não conseguiram legalizar; foram buscar dissidentes desse mesmo partido para ingrossarem nas fileiras que o dissidente abandonou há alguns anos, andou a dar voltas com outros projectos que não conseguiu concretizar e, agora, volta ao sítio de onde não deveria nunca ter saído.


Mas isso nos amedronta?

- NÃO!
Amedronta-nos?
- NÃO!

O MPLA aguenta lutar, no bom sentido, não só contra um, mas contra dois, contra quatro, contra cinco. Mas temos que estar atentos, camaradas.

A nossa oposição quer fazer recurso a tudo o que tiver à mão, para ver se consegue derrubar o nosso grande MPLA. Portanto, nós temos que seguir ao milímetro todas essas manobras dos nossos adversários - a última das quais é um toque de ilusionismo, porque conseguiram fazer de um galo negro, galo branco...

Portanto, ao longo de muitos anos, nós tínhamos na nossa mira um galo negro. De repente, o galo negro desapareceu e aparece um galo branco. Fica como?
Eles podem ser muito bons ilusionistas - acho que algumas viagens que têm feito ultimamente é para aprender ilusionismo lá fora -, mas nós vamos continuar a trabalhar para a vitória e vamos conquistar essa mesma vitória.

É ou não é?
- É !
E, depois de um trabalho árduo, merecemos o quê?
Merecemos comemorar. E vamos comemorar! Como?
Vamos comer uma cabidela.
Vamos comer uma boa cabidela.

Não importa se as penas do galo são pretas ou se são brancas. Ninguém come as penas. As penas vão para o lixo. Pretas, brancas, castanhas...vão para o lixo!

O que se come é o galo, não é?

- É !

Então, bom apetite para a cabidela do depois dia 24 de Agosto.

⁃ JÁ GANHOU, JÁ GANHOU, JÁ GANHOU…


Muito obrigado!
Muito obrigado, povo de Saurimo!
Muito Obrigado, povo da Lunda Sul!
Temos todos de assumir aqui o compromisso de, no dia 24, ninguém ficar em casa. Todo o mundo vai às assembleias de voto para votar.
O voto do dia 24 é o nosso talão. Há Alguns restaurantes que dão um talão: você ao invés de pagar com o dinheiro, exibe esse talão para ter direito à refeição.
O nosso voto é o nosso talão que temos de mostrar para termos o direito a comer a cabidela.
Muito obrigado, povo da Lunda Sul!