Luanda - A maioria dos angolanos está insatisfeita com o desempenho do Presidente da República João Manuel Gonçalves Lourenço, no seu mandato prestes a findar, segundo apurou a última sondagem de opinião da AngoBarómetro , realizada no período de 15 a 24 de Junho de 2022. Enquanto uma maioria qualificada de 71,89% num universo de 1302 participantes, acredita e quer mudança em Agosto próximo, outros 25,35% prefere continuar com o estado actual, outros 2,76% não emitiu qualquer opinião.

Fonte: Club-k.net


Relativamente ao conteúdo de programas de governo, 72,12% dos participantes afirma que os partidos na oposição teriam melhores políticas verdadeiramente convincentes e alternativas em termos de conteúdo de programa de governo contra 23,58% á favor do partido no poder.

Panorama político e dispersão de votos


Neste mesmo inquérito de opinião, a equipa de especialistas da AngoBarómetro, teve em conta a nova paisagem política nacional na sequência da legalização de mais duas formações políticas a saber, o Partido Humanista e o P-NJANGO.


Com esses dois factores, vislumbra-se duas tendências na paisagem política nacional nomeadamente: 1. a dispersão de votos e 2. O voto protesto. Ambas tendências acabam por favorecer a UNITA, na medida em que ela consegue beneficiar dos votos do Bloco Democrático e dos adeptos do projecto político PRA-Já, para além de uma boa porção dos votos de protesto.

UNITA E SEU LIDER ACJ CONTINUAM NO COMANDO


O partido que sustenta o actual Governo em fim de mandato, embora tenha registado um ligeiro crescimento obtendo 31,57%, um aumento na ordem de +1,64% em relação á Maio de 2022, ainda assim não parece muito realístico que recupere até Agosto próximo, os mais de 20 pontos percentuais que o separa de seu principal rival, UNITA, agora com seus aliados, que se mantém confortavelmente estável com os seus 51,24% (+0,89%, Maio).


As duas recentes agremiações políticas estreantes na nossa sondagem de opinião, nomeadamente o NJANGO e P-HUMANISTA, obtiveram respetivamente 0,76% e 0,84% nas intenções dos eleitores, o que não lhe valeria sequer eleger um único deputado á Casa das Leis(AN).


A leitura que se pode fazer desses resultados é de que os votos de protesto penalizam o MPLA, cuja impopularidade é notável pese embora a campanha mediática exacerbada nos órgãos de comunicação social do Estado.

Simpatia para com os pré “Cabeça de Lista”


Segundo o princípio de que toda acção tem uma reacção, a impopularidade do pré -candidato João Lourenço, vem se reflectindo no afundandamento do “glorioso” MPLA.

Assim sendo, á Adalberto da Costa Júnior, Presidente da UNITA, lhe foi conferido 53,61% (+1,64% em Maio), enquanto o líder do MPLA, João Manuel Gonçalves Lourenço recupera +1,98 % (Maio) atingindo os 31,11%. Já o pré-candidato Manuel Fernandes da CASA-CE, ocupa a terceira posição com 6,37.

Eleitores exigem debates televisivos entre candidatos


De um universo de 1302 participantes, 92,63% (+7,63%/Dezembro 2021) quer ver os candidatos debaterem as questões mais candentes da vida política, social e económica do País, apresentando as melhores opções para a sua resolução, porque acredita que isto ajudaria a conhecer melhor os candidatos e influenciar o direccionamento de seu voto

Participação e local de residência


De uma amostra representativa de 1302 inquiridos, 75,65% são homens e 24,35% são mulheres. No que tange à faixa etária, a de 18 a 25 anos teve uma participação na ordem dos 9,68%, enquanto faixa dos 36 a 45 domina com 31,80%.


Quanto a região de residência, Luanda/Bengo e sua periferia continua a liderar com uma participação de 53,92. A margem de erros desta sondagem é de 3%, calculada com base numa amostra de 14 milhões de eleitores de acordo com os números oficiosos do Ministério de Administração do Território, seguindo os padrões aritméticos recomendados para o efeito.


Para obter o relatório integral bem como todos os suportes gráficos, contacte: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.

A Equipa
AngoBarómetro