Luanda - “O País tinha tudo para chegar a situação de insustentabilidade, pois não havia bases para a criação de riqueza com a qual se poderia pagar as dívidas contraídas”

Fonte: MERCADO

A acção governativa do Executivo sustentado pelo MPLA, nos últimos cinco anos, está marcada por uma evolução macro-económica, caracterizada pela saída de um quadro de défice negativo para situação de superavit até antes de 2017, disse (recentemente) à imprensa, Manuel Nunes Júnior, economista e membro do Bureau Político do MPLA.

De 2014 até à entrada em função do actual Executivo, dirigido pelo Presidente da República, João Lourenço (afirmou), o País assistiu a uma rota de dívida insustentável, mas de 2018 para cá o gráfico de evolução macro-económica conheceu uma inversão, caracterizado por receitas superiores às despesas.

"Em 2017, quando o presidente João Lourenço assumiu funções, a situação económica de Angola era caracterizada por um crescimento negativo. O País não crescia, estava a regredir todos os anos, défices orçamentais sistemáticos, as receitas eram inferiores às despesas, fortes défices externos. A nossa capacidade de absorção de divisas era inferior à saída que estavam a acontecer e por consequência a queda das reservas internacionais e também uma alta e descontrolada quase inflação."

Perante o gráfico de um endividamento constante (avançou) o País tinha tudo para chegar a situação de insustentabilidade, pois não havia bases para a criação de riqueza com a qual se poderia pagar as dívidas contraídas.

"Diria numa só palavra que nesta altura o País estava à beira do abismo porque quando um país não cresce e ao mesmo tempo está sistematicamente a endividar-se há de chegar uma altura em que esta dívida se vai tornar insustentável, porque para se pagar as dívidas contraídas é preciso criar riqueza para pagar em tempo oportuno, ora se o crescimento da economia está a ser negativo, não estamos a criar riqueza e ao mesmo tempo estamos a endividar-nos. Esta era a situação de 2017".

Manuel Nunes Júnior recorre aos dados estatísticos, referente à evolução macro-económica de 2014 a 2022 com indicadores que demonstram como o saldo global das finanças públicas deixou de ter défices orçamentais.

"Em 2014 foi negativo em 5,7; 2015 foi negativo em 2,9; 2016 foi negativo em 3,8; 2017 foi negativo em 6,3. A partir de 2017 foi feito um trabalho sério para deixarmos de ter défices orçamentais. Isto é, fazer com que as nossas receitas passassem a ser superiores às despesas e foi conseguido a partir de 2018.

Tivemos um superavit de 2.1 em 2018, tivemos um superavit de 0.6 em 2019. O ano de 2020 começava e foi terrivelmente difícil para todo mundo devido aos efeitos da COVID-19. A esse respeito tivemos um défice de 1,9, mas no ano seguinte (em 2021) voltamos a ter um superavit de 3,8. Portanto, isto revela o grande esforço que se fez para equilibrar as nossas contas".