Lisboa – Deram certas as investigações do académico português Ricardo Soares de Oliveira, ligado à Universidade de Oxford, segundo a qual metade da elite politica angolana detém nacionalidade portuguesa. Na sua obra “Magnífica e Miserável: Angola desde a guerra civil” lançada em 2015, Ricardo Soares, defende que estes estão mais ligados a “Portugal do que África”.

Fonte: Club-k.net

Uma investigação levada a cabo pelo Club-K, apurou que os detentores de dupla nacionalidade estendem-se entre membros do governo, da magistratura judicial e nas Forças Armadas angolanas.

A saber:

CAROLINA CERQUEIRA - ministra de estado para área social; detém cidadania portuguesa por conta do seu pai Clementino Cerqueira, nascido em amarante, nos arredores da cidade do Porto, em Portugal, conforme lê-se o seu assento de nascimento 94418 do ano de 2009, que o Club-K acesso, emitido pela conservatória dos registros centrais de Lisboa.

 

FRANCISCO PEREIRA FURTADO, Ministro de Estado e Chefe da Casa Militar. Filhos de pais  cabo verdianos. Pai natural das ilhas de Santiago e mãe de Santo Antão. O Jornal caboverdiano "Santiago Magazine" apresenta-lhe como dono de herdades vinícolas em Angola além de outras participações em empresas de peso nesse país, pretendia investir em Cabo Verde nas áreas de comunicação e educação, mas tudo foi abaixo depois de perder milhares de dólares. Durante uma visita a Cabo Verde, em 2016, disse a agencia InforPress, que “Sempre que temos a oportunidade de visitar Cabo Verde, aproveitamos para conviver com as nossas origens”.


MARCY CLAÚDIO LOPES - Ministro do MAT, nacionalidade portuguesa conforme o assento 27839, emitido pela conservatória dos registros centrais de Lisboa, aos 19 de Julho de 2017. 

FRANCISCO MANUEL MONTEIRO DE QUEIROZ - Ministro da Justiça e dos Direitos Humanos; dupla nacionalidade conforme o assento de nascimento numero 308, passado conservatória do registro civil/predial/Comercial Vila Nova de Poiares, 11 de Março de 2014.

 

VICTOR FRANCISCO DOS SANTOS FERNANDES - Ministro da Indústria e Comércio, nacionalidade portuguesa conforme o assento de nascimento 23195 do ano de 2007, passado pela conservatória dos registros centrais de Lisboa.

 

MANUEL TAVARES DE ALMEIDA - Ministro das Obras Públicas e Ordenamento do  Território, nacionalidade portuguesa conforme o assento 640-A, emitido pela conservatória dos registros centrais de Lisboa, aos 19 de Novembro de 2001.

 

JOÃO BAPTISTA BORGES - Ministro da Energia e Águas, nacionalidade portuguesa conforme o assento 708-A, emitido pela conservatória dos registros centrais de Lisboa, aos 03 de Julho de 1985. Obteve pelo seu progenitor Armando Borges, que é natural da freguesia de Samões, município de Vila Flor, Bragança, Portugal.

 

RICARDO DANIEL SANDÃO QUEIRÓS VIEGAS DE ABREU - Ministro dos Transportes; dupla nacionalidade conforme atesta o seu assento de nascimento no 12678, emitido aos 22 de Julho de 2014, pela Conservatória do registro Civil Viana de Castelo. Ricardo Abreu obteve a cidadania portuguesa por via de um bisavô materno, Diogo Filipe Sandão, natural da freguesia de São Pedro.

EUGÊNIO CÉSAR LABORINHO - Ministro do Interior, dupla cidadania conforme, o assento de nascimento No 79135, passado pela conservatória dos registros centrais de Lisboa, aos 29 de setembro de 2009.

 

TERESA RODRIGUES DIAS - Ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social. Filha de pais são-tomense. 


GOVERNO PROVINCIAL

LUIS MANUEL DA FONSECA NUNES, Governador de Benguela, nacionalidade portuguesa conforme o assento 956-D, emitido pela conservatória dos registros centrais de Lisboa, aos 16 de Maio de 1990.

 

ANA PAULA CHANTE DE CARVALHO “PAULINHA”, Governadora de Luanda. Nascida em Cuvango, província da Huíla. Filha de países cabo-verdiana. A família Chantre é o clã bem presente na cultura, no nacionalismo e na governação de Cabo Verde. O antigo combatente Honório Chantre Fortes que faleceu em 2020, foi ministro da Defesa deste país. A veterana Josefina Chantre, é a fundadora da Organização das Mulheres de Cabo Verde (OMC). O músico Teófilo Chantre é conhecido pelos temas da sua autoria, popularizados pela Cesária Évora.

 

FILIPE SILVINO DE PINA ZAU - Ministro da Cultura, Turismo e Ambiente. Nascido em Portugal aos 2 de Novembro de 1950. O seu pai era marítimo, nascido em Cabinda, e a sua mãe era cabo-verdiana, da familia De Pina.

PODER JUDICIAL

LAURINDA JACINTO PRAZERES, Juiz Presidente do Tribunal Constitucional. É detentora de cidadania portuguesa , conforme atesta o Assento de Nascimento numero 62026, emitido pela conservatória dos registros centrais de Lisboa, aos 21 de Outubro de 2014.

JÚLIA DE FATIMA LEITE DA SILVA FERREIRA, Juiz do Tribunal Constitucional ex - Porta Voz da CNE. Dupla cidadania conforme, o assento de nascimento No 27682, passado pela conservatória dos registros centrais de Lisboa, aos 28 de Dezembro de 2007.

 

DIPLOMACIA 

 

JOSÉ PAULO ISSUAMO MOUTINHO ABRANCHES, Adido de Defesa junto a embaixada de Angola em Lisboa. Nascido aos 20 de Julho de 1970, portador do passaporte diplomático angolano numero D00***345 (Propositadamente ocultado). Dupla cidadania conforme, o assento de nascimento No 15946, passado pela conservatória dos registros centrais de Lisboa, aos 20 de Março de 2018.

 

VICTOR MANUEL BRANCO SILVA CARVALHO, adido de imprensa da embaixada de Angola em Lisboa. Nasceu e cresceu em Portugal. Chegou à Luanda nos anos 90 como delegado da agência Lusa. Aqui chegado “descobriu” o seu pai biológico, e acabou por se tornar angolano, não regressando mais a Portugal. Seu pai de nome “Marques”, era a época um responsável do sector de publicidade do Jornal de Angola.


SUSPEITOS DE DUPLA NACIONALIDADE

 

ESPERANÇA EDUARDO FRANCISCO DA COSTA, candidata a Vice-Presidente da República pelo MPLA. Suspeita de ter nacionalidade portuguesa.


MÁRIO AUGUSTO CAETANO JOÃO - Ministro da Economia e Planeamento. Filho de angolano e  uma cidadã Checa. Suspeito de ter uma segunda nacionalidade.

 

Durante um comício proferido no passado mês de Julho na província do Kuando Kubango, o líder do MPLA, João Lourenço – sem nomear ninguém - atacou os políticos que tem dupla nacionalidade acusando-os de desonestos com o povo.

 

«(…), Os candidatos do MPLA á Presidência da República, Vice-Presidência e Deputados, não têm dupla nacionalidade e não foram desonestos com o povo, os partidos onde os políticos são apenas angolanos a escolha é óbvia, «o candidato da UNITA Adalberto Costa Júnior» tem dupla nacionalidade», disse João Lourenço.

 

«Hoje estão a concorrer nessas eleições (Angola) amanhã, vão poder concorrer às eleições nos outros países(Portugal), porque esses candidatos não são só cobardes como são também desonestos», repontou o líder do MPLA

 

«Por isso o MPLA é a escolha óbvia, porque não tem candidatos com dupla nacionalidade», disse o candidato do MPLA João Lourenço, no acto de massa na província do Cuando Cubango.