Luanda - Os membros da banda Tabanka Djaz, a celebrar 30 anos de carreira, lamentam que os sucessivos Governos da Guiné-Bissau nunca tenham reconhecido o papel da banda e da cultura guineense para a imagem do país.

Fonte: Lusa

"Infelizmente, nunca fomos reconhecidos e nem estamos mais a contar com isso. (...) Posso até dizer mais, já tivemos apoios, mas talvez de Angola de outros países, não da Guiné-Bissau. Para as nossas entidades, parece que os Tabanka Djaz não existem. E quando falo dos Tabanka também falo de muitos outros artistas", disse o teclista Jânio Barbosa.

 

Em entrevista à Lusa a propósito da celebração dos 30 anos de carreira, Jânio Barbosa, acompanhado dos restantes elementos da banda - o cantor e guitarrista Micas Cabral, e o baixista Juvenal Cabral -- lamentou que, para os governantes guineenses, a cultura esteja "morta".

 

"Não se fala. Não compreendem que talvez a cultura, a música possa ajudar muito um país. Infelizmente, os nossos governantes não olham para isso e Tabanka Djaz é mais uma vítima desta situação", afirmou, manifestando a esperança que "um dia haja um governante que possa dizer" que a banda fez muito pela cultura da Guiné-Bissau.

 

Apesar de até hoje isso não ter acontecido, o músico garantiu que a banda irá continuar a levar a imagem de uma Guiné-Bissau positiva aonde quer que vá.

 

"Nós vamos continuar sempre a levar a imagem da Guiné-Bissau, de uma Guiné-Bissau positiva, porque na verdade, o povo guineense é um povo alegre. É um povo muito positivo e com muita esperança", disse Jânio Barbosa.

 

Se não fosse a alegria e a esperança do povo, afirmou, "talvez a Guiné já estivesse na beira do abismo".

 

O grupo, que divulgou o `gumbé`, estilo musical da região de Bissau, e é uma banda ícone da `world music` e da música lusófona, com concertos "pelos quatro cantos do mundo", celebra em 18 de novembro os seus 30 anos de carreira com um concerto no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

 

Além de Micas Cabral, Juvenal Cabral e Jânio Barbosa, a banda atua em palco acompanhada por Lars Arens, no trombone, Rodrigo Bento, no saxofone, Cláudio Silva, no trompete, Paulinho Barbosa (teclas), Cau Paris (bateria), o percussionista Kabum e a dançarina Sheila Semedo.