Luanda - A empresária angolana Isabel dos Santos, que detinha 25% da operadora de telecomunicações Unitel, através da Vidatel, e o general Dino Nascimento, através da empresa GENI. SA, perderam o controlo total na estrutura societária da maior empresa de telefonia móvel, de acordo com uma nota da Presidência da República.

*Nelson Francisco Sul
Fonte: otelegrama.ao

Numa nota divulgada na tarde desta quarta-feira, a presidência informa que foi decretada “a apropriação, por via de nacionalização, da participação detida pela VIDATEL LIMITED no capital social da UNITEL SA, correspondente a 25% do capital social”, após várias rondas negociais.

 

“Esgotadas todas as possibilidades de acordo com o accionista visado e havendo concordância de outro accionista, sendo por isso a apropriação considerada o meio mais adequado, necessário e proporcional para a salvaguarda da situação jurídica da empresa e garantia do interesse do Estado”, lê-se na nota de imprensa.

 

O Governo de João Lourenço justifica ainda “a apropriação, por via da nacionalização” das participações societárias da empresária Isabel dos Santos, tendo em conta “o asseguramento das decisões necessárias para a continuidade do negócio através de um modelo de gestão mais eficiente, transparente e alinhado com o interesse estratégico representado pela empresa”.

 

Em dezembro de 2019, o Tribunal Provincial de Luanda tinha decretado o arresto preventivo dos bens de Isabel dos Santos e Sindika Dokolo, seu marido, incluindo nove empresas nas quais a empresária detinha participações sociais, entre as quais a cervejeira Sodiba, a Condis, detentora da rede de hipermercados Candando, a operadora de televisão Zap Media, a cimenteira Cimangola e a operadora de telecomunicações, Unitel.

O arresto preventivo da participação de 25% da Vidatel na Unitel tinha sido reconhecido pelo Tribunal das Ilhas Virgens Britânicas.

 

A nota informa ainda que a empresa GENI SA, detida pelo general Leopoldino do Nascimento, um dos homens de confiança de José Eduardo dos Santos, foi, igualmente, nacionalizada, decorrido o longo período de negociação, que não produziu efeitos, na base de um acordo extra-judicial.

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