LUANDA — Sindicalistas angolanos consideram “falsos” os dados publicados, nesta quarta-feira, 16, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) que apontam para uma redução da taxa de desemprego no país no terceiro trimestre de 2022.

Fonte: VOA

Segundo o INE, a taxa de desemprego em Angola baixou de 34,1% para 30%, no período em referência, uma redução de 4,1 pontos percentuais face ao período homólogo, com o desemprego duas vezes superior nas zonas urbanas face às rurais.


Os dados constam na Folha de informação rápida do Inquérito ao Emprego em Angola (IEA), divulgada esta quarta-feira,16, pelo INE que caracteriza a situação da população face ao mercado de trabalho no terceiro trimestre de 2022.

Para o sindicalista Victor Aguiar, os dados apresentados pelo INE não são fiáveis por, segundo afirmou, não reflectem o ponto de vista dos sindicatos.

“São dados falsos para enganar as pessoas porque, pelo contrário o desemprego aumentou em Angola, eles não consultam os parceiros que são os sindicatos”, diz.

As fontes do INE foram também questionadas pelo sindicalista Miguel Alberto, ligado ao ramo petrolífero, que diz que os dados apresentados “constituem arranjos para convencer os investidores".

"Eles incluíram nas estatísticas postos de trabalho precários, ocasionais e biscates", reforça.

Os dados oficiais

Aquele organismo ligado ao Ministério do Planeamento angolano referiu que a população desempregada com 15 ou mais anos, foi estimada em 4.913.745 pessoas, dos quais 2.211.509 homens e 2.702.237 mulheres.

A taxa de desemprego na população com 15 ou mais anos foi estimada em 30,0%, sendo mais elevada para as mulheres (32,0%) comparando com os homens (27,9%), enquanto que na área urbana, o desemprego é duas vezes superior à da área rural (37,6% contra 16,6%).

No terceiro trimestre de 2022, a população desempregada com 15 ou mais anos, não registou diferença significativa em relação ao segundo trimestre, com uma diferença de 0,2 pontos percentuais.

Os jovens com idades entre 15 e 24 anos continuam a ser os mais afetados pelo desemprego, com uma taxa de 54,2% no terceiro trimestre, valor inferior em 2,4 pontos percentuais, face ao segundo trimestre e 5,0 pontos percentuais face ao período homólogo (59,2%).

Nas conta do INE , a população economicamente activa (com 15 ou mais anos) foi estimada em 16,3 milhões de pessoas, dos quais 7,9 milhões homens e 8, 4 milhões de mulheres.

Em Angola, segundo o documento, quase 80% das pessoas empregadas têm um emprego informal, percentagem que sobe para quase 88% entre as mulheres.