Luanda - Em Outubro deste ano, o Presidente da República, João Lourenço, nomeou os vices-governadores das 18 províncias, sem no entanto ter nomeado o vice-governador para o sector político, económico e social do Huambo, por causa de denúncias feitas pelo facto da Governadora Lotti Nolika ter enviado à Luanda o nome de alguém ligado a problemas de desvio do erário, situação que colocou o PR em maus lençóis, ou seja, em contramão do combate à corrupção que muito apregoa.

Fonte: Club-k.net

Um segmento de antigos dirigentes da JMPLA no Huambo que sente-se, completamente, traído pelas atitudes da governadora provincial, afirma categoricamente que "a lobista" que tudo tem feito para manter a governadora na província tem traído o Presidente da República, e consequentemente, contribuindo para que a província Planaltica continue a "marcar passos para trás", rumo ao desenvolvimento.

 

Não se sabe ao certo quais são os "dividendos" que a famosa "lobista" obtem ao adoptar o papel de "Advogada do Diabo", facto porém, é tal acção dá corpo a estratégia de passar gelo à dor e desespero da população do Huambo, face às variadíssimas políticas públicas fracassadas.

 

Recentemente, o Secretário para mobilização do MPLA, Gonçalves Muandumba, esteve no Huambo no cumprimento de uma agenda do seu partido. Para o espanto dos antigos dirigentes da JMPLA foi coarctada a possiblidade de ter um encontro de auscultação com Muandumba, pelo facto do militante Bernardo José Sapalo ter dito que o visitante iria ouvir "algumas verdades".

 

Na prática, o que podemos apurar, os antigos dirigentes do braço juvenil do partido dos Camaradas queriam denunciar as "propagandas" de bem-estar social que iludem o Líder do MPLA, bem como procurar explicações sobre o silêncio tumular do núcleo duro do Comité Central do partido.

 

Outra motivo de frustração de alguns militantes "comprometidos com o povo", tem que ver com o facto de denunciarem que as práticas actuais de gestão da coisa pública revelam a existência de muitos “oportunistas" trajados de militantes, que não têm coragem de dizer à "Comandante da tripulação" que o barco continua cheio de furos e a meter água por todos os lados.

 

Na mesma senda, uma determinada corrente da sociedade questiona o facto de sempre que escalam à esta província dirigentes do Bureau politico do MPLA ou do Executivo, os "guardiões do sistema" local tudo fazem de tudo para impedir encontros com membros da sociedade civil e/ou fazedores de opinião.

 

A "pedra no sapato" de algumas vozes da sociedade civil, consiste no facto de, no seu entender, existir problemas actuais mais graves que as roubalheiras passadas, apesar de inúmeras denúncias fundamentadas à PGR.

 

No primeiro Congresso do MPLA que elegeu João Lourenço como presidente do partido dos Camaradas, J'LO afirmou “o partido tem de ser aquilo que a sociedade espera deles”. Contudo, na prática não é isso que tem se notado.

 

Por essa razão, o PR João Lourenço precisa de fiscalizar melhor a aplicabilidade dos seus discursos para não continuar à chover no molhado.