Luanda - A recente elevação de Fernando Receado para o cargo de director-geral Adjunto do Serviço de Investigação Criminal (SIC), pelo Presidente da República, João Lourenço, representa, para mim, duas coisas: 1) Que o mesmo é detentor de um manancial de informações comprometedoras de alguém do Poder Político; 2) Que ele é o “cara” da conveniência política para salvaguardar os interesses do Narco-Estado em construção a todo vapor em decorrência da falta de autoridade que se regista no País de 2017.

Fonte: Club-k.net

De acordo com fontes do SIC por mim contactadas no dia de hoje, Fernando Receado não reúne os “predicados” éticos e morais para ocupar o cargo que lhe foi confiado. Mafioso é o adjectivo que lhe é atribuído, em surdina, pela generalidade dos seus colegas.


As “manobras” de Fernando Receado, de acordo com as mesmas fontes, vêm de há muito e são sobejamente conhecidas ao mais alto nível dos órgãos de Defesa e Segurança, bem como do Poder Político.
Mas ninguém o “remove”, ninguém tuge nem muge por ele infundir medo até aos próprios funcionários do SIC.


Consta que Fernando Receado resolve tudo a “Lei da Bala” e quando o assunto toca à sargento e decide puxar do revólver ou da Kalashinikov, é mais rápido e frio que o “Cowboy Insolente”, protagonizado pelo norte americano Terence Hill, de grada memória.


Todos os efectivos do SIC sabem da reputação não boa de que goza Fernando Receado, intramuros e não só. Mas tem receio de que Receado, com assentimento de “alguém” ligado ao Poder Político, possa fazê-los desaparecer sem deixar rasto.


Uma das minhas fontes assinalou o facto de nas últimas semanas o SIC ter desencadeado uma série de operações para deter pequenos consumidores de droga em Luanda, objectivando ofuscar as denúncias feitas recentemente pelo “Garganta Funda” do momento que, por ingenuidade ou despeito, ousou “botar a boca no trombone” publicamente: Man Genas!


Ao ter promovido Fernando Receado para o cargo de director-geral adjunto do SIC e não ordenar um rigoroso e irrestrito inquérito (que não poderia ser levado a cabo pelo SIC), como era suposto, possível e desejável, o PR arrasta, também, o seu nome para o “habitat natural” que o “Carnaval da Victoria” - um dos personagens do épico romance intitulado “Quem Me Dera Ser Onda”, da autoria do advogado-escritor Manuel Rui - mais aprecia: A lama!


Todavia, há uma pergunta (decerto que não terá resposta) que se impõe: Quem e por que, afinal, tem medo de Fernando Receado?

Quem o protege?

JORGE EURICO