LUANDA — O deputado pela bancada parlamentar da UNITA, maior partido da oposição em Angola, Carlos Xavier, disse ter sido detido por largas horas e alvo de maus tratos, por agentes da polícia da esquadra do Rangel, em Luanda, no sábado, 28.

Fonte: VOA

Nem a polícia nem a Assembleia Nacional reagiram.

 

O parlamentar conta que tudo aconteceu quando se preparava para participar numa marcha de abertura do ano político do projecto político PRA-JÁ Servir Angola, liderado por Abel Chivukuvuku.

 

“Fui detido por agentes de ordem pública da Polícia Nacional do município do Rangel sobre orientação do comandante das operações, um superintendente, e já informamos à Assembleia Nacional através do grupo parlamentar", diz Carlos Xavier.

 

O parlamentar afirma que "desde o momento da detenção, fui agredido de forma inadequada por três agentes da polícia, um no braço direito, outro no braço esquerdo e o terceiro que me agarrou pela calças como se de marginal se tratasse”.

 

A VOA tentou o contacto com o Nestor Goubel, porta-voz da PN em Luanda, bem como o Comandante Geral da Polícia Nacional, Arnaldo Carlos, e o secretário para Comunicação e Imagem da UNITA, Evaldo Evangelista, mas sem sucesso.

 

Em reacção às detenções de políticos e activistas que pretendiam participar na abertura do ano político do PRA-JA Servir Angola e na marcha de apoio às zungueiras (vendedoras ambulantes) e os chamados "presos políticos", o coordenador do Grupo de Trabalho de Monitoria dos Direitos Humanos em Angola condenou a atitude das autoridades.

 

“É uma atitude recorrente, por parte das forças de ordens e segurança, com realce para a Polícia Nacional pelo que o Grupo de Monitoria para os Direitos Humanos condena veementemente esses actos de agressão contra activistas e políticos", afirmou Guilherme Neves.