Excelentíssimos Vice-Presidente;
Prezado Secretário-Geral do Partido;
Digníssimo Senhor Secretário-Geral da JURA ainda em funções;
Distintos Delegados ao V Congresso Ordinário da Juventude Unida Revolucionária de Angola – JURA;
Caros Membros da Comissão Política da UNITA, Ilustres Mamãs da LIMA;
Distintos Convidados que nos honram com a sua presença, Organizações da Juventude dos diferentes Partidos Políticos, Convidados Internacionais, Organizações da Sociedade Civil,
Minhas Senhoras e Meus Senhores


Recebi com profundo orgulho e satisfação o convite que me foi feito para estar aqui e presidir a sessão de abertura do V Congresso Ordinário da JURA.


Dirijo a todos presentes, especialmente aos Delegados, ilustres representantes das bases do nosso Partido, que vieram de diferentes partes de Angola e do exterior, onde muitos jovens hoje infelizmente procuram a sua realização, uma saudação calorosa, com votos de que estejam todos bem e com aquela motivação característica da nossa juventude, para prestigiarem esse magno evento.


Saúdo particularmente os dois candidatos à liderança da JURA, aos quais estendo um abraço solidário e formulo os melhores votos de sucessos. Contribuírem para a democracia interna do Partido é um exercício de elevada importância, porque espelha a nossa livre e consciente opção pela pluralidade democrática dos nossos actos e dos nossos posicionamentos. E ilustres congressistas, caros cidadãos angolanos que nos acompanham: a democracia e a pluralidade têm um preço, exigem sacrifícios, exigem forte investimento na educação para a democracia, exigem persistência, muitas vezes exposições e acima de tudo uma firme convicção. Neste aspeto afirmo com orgulho que tanto as lideranças das Organizações de massas do Partido, a LIMA, a JURA, com a Presidência do Partido, emanam de actos absolutamente democráticos e plurais.


Há, entretanto, condições estabelecidas nos documentos reitores do Partido e nas leis da República, que têm de ser observados. Para ser candidato à liderança da JURA há que responder às exigências dos seus Estatutos, que impõem o respeito pela linha política do partido. O Partido deve velar pelo respeito dos seus Estatutos, pelo respeito à disciplina, à ética e aos princípios fundantes. À Juventude exige-se pureza ideológica.


É condição fundamental sermos bons cidadãos e modelos de exemplo para quem olhe para nós.


‘’OS JOVENS DEVEM CONSTITUI-SE EM CIDADÃOS DE BOM CARÁCTER, COM VERTICALIDADE PATRIÓTICA E ÉTICA NA POLÍTICA”, citei o DR JONAS SAVIMBI e Continuo, “SÃO OS HOMENS QUE VALORIZAM A HISTÓRIA DOS POVOS, DESDE QUE POSSUAM AMOR À PÁTRIA, GÉNIO NA INTUIÇÃO, PERSEVERANÇA NOS IDEAIS E PAIXÃO NAS CIÊNCIAS, E NESTA HORA A JUVENTUDE É A ALAVANCA” – Dr JMS


Caros jovens, este Congresso ocorre numa semana plena de referentes históricos. O dia 15 de Março, marco de referência a um feito histórico protagonizado por nacionalistas da UPA/FNLA contra forças coloniais, no território do actual Bengo, em 1961; o 13 de Março, data da fundação da UNITA, que completou esta semana 57 anos de existência, de um percurso heroico, contribuindo para a Independência Política, conquistada em 1975, contribuindo para a edificação de um Estado Democrático e de Direito, ainda em construção.


O facto de o V Congresso da JURA ocorrer em plena quadra comemorativa do 13 de Março, carrega um simbolismo enorme que deve interpelar a consciência dos membros da JURA, no sentido de se comprometer cada vez mais com os ideais do Partido, pois na JURA está a garantia da continuidade do Partido

Angola que temos hoje é fruto do sacrifício de muitos patriotas e heróis nacionais que, entretanto, nunca são mencionados nos meios de comunicação social públicos alinhados com a censura e a propaganda do regime.


Peço que prestemos aqui um minuto de silêncio em memória de um co-fundador da UNITA que nos deixou recentemente, o Mv Mufana Kayombo Sandona; também em memória do Gen José Antero Kufuna Yembe e de Domingos Graça Mizé, membro da Comissão Política.


Ao longo dos seus 57 anos, a UNITA edificou uma tradição democrática assente na busca do diálogo e na discussão franca e aberta dos assuntos internos da organização, por via da realização de Congressos Ordinários, Congressos Extraordinários e no intervalo destes, de Conferências Anuais e de reuniões dos órgaos deliberativos. Foram 13 Congressos Ordinários, 3 Congressos Extraordinários e 16 Conferências Anuais. Este facto patenteia de forma clara e inequívoca a tradição dialogante da UNITA. Alguns dos Congressos, acima citados, no total cinco, tiveram lugar aqui em Luanda e tiveram a particularidade de, além dos balanços e da definição dos programas e estratégias esses Congressos tiveram a missão de aprovar a renovação dos órgãos de direcção do Partido, através de eleições com candidaturas multiplas. Uma forma nova introduzida pela UNITA no léxico político angolano e com a qual a UNITA está total e completamente alinhada e comprometida. A sua pluralidade democrática.


“A Juventude é depositária da continuação da Revolução. Mas é preciso uma preparação política e ideológica para se guindar à latitude do seu papel”, fim de citação. A quem pertence? O membro número 1 da JURA.


O vosso V Congresso deve reflectir sobre essa premissa, da formação política e ideológica, capaz de iluminar os pensamentos políticos e as acções e práticas dos jovens da JURA, partícipes do debate e da acção política e estratégica do Partido.


Fundada a 13 de Março de 1966, a força da UNITA esteve sempre radicada na sua juventude. Nas diferentes fases de evolução da luta da UNITA, a juventude desempenhou um papel sempre relevante. Nas actuais circunstâncias em que o país clama por mudanças profundas, não há dúvidas que caberá aos jovens um papel activo capaz de colocar o país nos trilhos do desenvolvimento.


A Juventude protagonizou um papel relevante em todo o processo eleitoral e na busca da alternância do poder político, nas últimas eleições. A nossa vénia.


Este V Congresso reveste-se de uma importância estratégica para o Partido e para a sociedade em geral. Debatam e aprovem programas conducentes a alavancar a acção política do Partido para os próximos anos. Angola e os angolanos estão com olhos fitos na UNITA a qual depositam as suas esperanças, para a construção de uma Angola mais justa.


Estamos no século XXI, na Era das novas tecnologias de informação. A JURA tem de estar na vanguarda do domínio dessas novas tecnologias de informação e colocá-las ao serviço da política, que deve libertar o angolano da dominação oligárquica que se implantou no país, desde 1975. A JURA tem estar nas Academias a todos os níveis, onde estão os jovens e mobiliza-los para a alternância do poder. A JURA tem de estar presente nos mercados informais, onde os jovens sem emprego procuram e a sobrevivência e dar a esperança em dias melhores com um governo formado pela UNITA. Que a JURA saiba liderar uma enorme força de mudança, de esperança de coragem.


A JURA tem de mobilizar a juventude para as autarquias que o regime do MPLA não quer realizar ao país. A JURA tem de estar contra a divisão político-administrativa que só visa atrasar o desenvolvimento. Passamos 47 anos sem que o regime vigente tenha conseguido levar a luz elétrica e água a todas as casas nos 164 municípios de Angola. Faltam escolas e hospitais suficientes para cobrir a enorme demanda e procura por oportunidades de aprendizagem e serviços nos 164 municípios. Si em 164 não realizam imaginem em 581. Os fundos que querem desperdiçar e enterrar na pretensa divisão político-administrativa deviam ser alocados na resolução dos problemas já identificados nos municípios e comunas que já existem e que tão pouco dispõem! A JURA deve condenar as demolições e outras violações dos Direitos Humanos que continuam a ensombrar e a enlutar muitas famílias angolanas. A JURA deve exigir o fim do controlo dos meios de comunicação social pelo regime e a libertação do sistema judicial.


É um escândalo o que se tem passado com as instituições de Justiça do nosso país. A conduta vergonhosa das mais altas hierarquias das magistraturas, envolvendo juízes presidentes e também a neutralidade não assumida do Procurador-Geral da República devem ser denunciados Todos estes estes escândalos ocorrem perante o desprezo do Executivo que nada faz para responder às legítimas reclamações e exigência de direitos dos magistrados das 1ª e 2ª instâncias, que trabalham sem condições. O país tem todas as possibilidades de responder e de criar essas condições. Hoje muitos desses magistrados, pensam desistir da sua nobre missão e emigrarem em busca de oportunidades e da dignidade que o actual regime lhes tem continuamente negado.


Um país que não pratique a justiça, não se desenvolve. O meu apelo a que não desistam. O meu apelo que não saiam do país; melhores dias virão. Tenham confiança. Nós tudo estamos a fazer e tudo faremos para devolver a esperança aos angolanos e defender o interesse das classes profissionais que diariamente se entregam na construção de um país melhor. Falo dos magistrados, falo dos professores, dos trabalhadores informais, dos profissionais da saúde, dos camponeses, dos empresários angolanos que não sejam membros do partido de regime e por consequência são deixados em terra nas viagens do Presidente da República.


Faço aqui um desafio à JURA para que no seu V Congresso levante e discuta os verdadeiros problemas da juventude angolana. A habitação, o desemprego, a formação, a saúde, as vias de comunicação, as bolsas de estudos, enfim, a exclusão e discriminação que ainda constitui o modo de actuar deste regime que nos governa. Como ultrapassar esse drama que assola a juventude do nosso País?


Que Jonas Malheiro Savimbi vosso membro número da JURA, que Samwimbila, vosso Padroeiro, Salupeto Pena e Zito Kalhas que foram os vossos anteriores líderes juvenis vos inspirem a realizarem um V Congresso com sucesso e virado para os desafios do país, do Partido, fortalecendo e unindo cada vez mais os jovens fazedores do futuro.

Declaro aberto o V Congresso Ordinário da JURA