Lisboa – Um relatório do braço de comunicação do grupo Bühler Holding AG, da suíça destacou no passado mês de fevereiro, os avanços do sector da indústria em Angola  exemplificando umas das  gigantesticas  instalações construídas pelo grupo empresarial  Carrinho na província de Benguela. Assinado  pelo responsável de comunicação  Burkhard Boendel, o relatório veio ao ar  justamente  no mês em que este grupo suíço completa 163 anos de existência. O grupo  Bühler Holding AG é uma multinacional suíça fabricante de equipamentos para fabricas. É notabilizado  por  instalar   equipamentos e serviços relacionados ao  processamento de alimentos e fabricação de materiais avançados. Em Angola tem se feitas notar por ser um dos  financiadores e  fornecedores do grupo nacional  Carrinho.

*Burkhard Boendel
Fonte: Bühler


Em Angola, a empresa familiar Carrinho construiu um dos parques alimentares mais modernos do mundo, e ao fazê-lo, embarcou na transformação do país para um futuro melhor. Composto por 17 fábricas, que produzem mais de 20 produtos de consumo diferentes, o parque alimentar é uma força motriz para a segurança alimentar do país.

 

É como se um OVNI tivesse aterrado no deserto - astronómico, de 43 hectares de tamanho, ao que equivale a 60 campos de futebol. É inevitável que as pessoas fiquem impressionadas ao se aproximar da cidade, pois, o contraste com a circunvizinhança é visível. Todavia, ao longo das estradas não pavimentadas, vêm-se dezenas de reboques atrelados (nos arredores os quais foram referidos), do mesmo modo, enfrenta-se um amontoado de resíduos espalhados por todo o lado, onde adultos vasculham materiais recicláveis, enquanto as crianças brincam despreocupadas e efusivas. A certeza manifesta de pobreza. De modo que, de acordo com o Banco Mundial, cerca de um terço da população em Angola ainda vive abaixo do limiar de pobreza absoluta, enfrentando uma elevada taxa de desemprego e um custo de vida crescente, particularmente pelo preço dos alimentos. Portanto, a insegurança alimentar e a subnutrição representam problemas graves.

 

Literalmente, entrar no parque alimentar provoca a real sensação de estar num outro globo. Os edifícios estão equipados com tecnologia, equipamento e maquinaria de última geração, escritórios movimentados com empregados, enquanto robôs totalmente automatizados carregam as embalagens em paletes.


Munido de um plano de saúde, segmentado na categoria de uma enfermaria que da assistência gratuita; uma cafetaria, e por fim, uma academia para formação e educação contínua.


Estamos diante de um evento real, ademais, uma das maiores e mais modernas instalações de produção de alimentos básicos - um parque alimentar com 17 fábricas totalmente integradas, erguido pela empresa familiar Carrinho, o que representa um farol de esperança para todo o país.


"A nossa missão é transformar Angola. Queremos que o país seja capaz de se abastecer novamente de alimentos", diz Nelson Carrinho, CEO do Grupo Carrinho.


Hoje, o país importa mais de metade dos seus produtos alimentares, porém, com os esforços da Carrinho, isso está a mudar. Arroz, massas, farinha de trigo (um dos mais importantes produtos para base alimentar),e milho, biscoitos, óleo alimentar, maionese, margarina, ketchup, e cereais são produzidos no parque alimentar a partir de matérias-primas, e embalados para venda como produtos finais, em processos sofisticados e altamente automatizados de produção e logística. "O nosso objectivo é construir toda a cadeia de valor da produção alimentar no país", explica Carrinho.


Bühler: a Carrinho confia nas soluções de processamento Bühler para linhas de produção únicas e fluxos completos de valor do produto, com transparência de dados sobre todo o processo e um conceito global de manutenção.

Grandes passos em direção a um futuro mais brilhante

Para Angola, o parque alimentar da Carrinho em Benguela é um segmento que veio revolucionar o mercado Industrial em Angola.


Com a conclusão do complexo de produção da Carrinho no corrente ano (2023), prevê-se com a sua terceira expansão, 610.000 toneladas de alimentos básicos serão produzidas aqui todos os dias, incluindo 180.000 toneladas de arroz, 250.000 toneladas de farinha de trigo, e 180.000 toneladas de farinha de milho. Isto é suficiente para alimentar quase metade de toda a população, ou seja, 15 milhões de angolanos.


A Carrinho vende a maior parte da mercadoria, através das suas próprias lojas grossistas, com uma porção menor fornecida aos pequenos mercados locais.


Quão agigantado é o parque alimentar: os silos têm uma capacidade de 100.000 toneladas métricas de cereais e 55.000 toneladas métricas de produtos de óleo vegetal bruto, porquanto, o seu fundador, Nelson Carrinho, fala modestamente sobre estas conquistas.


E com seu poder visionário, espirito de firmeza e determinação, patriotismo, e o seu carisma positivo contagioso, declara: "Temos de cumprir o nosso propósito, todos os dias."

Impulsionado por um amor por Angola


Em virtude da sua alma patriótica e um otimismo consistente, alimentada por sua crença num futuro melhor para o seu país, o fundador do grupo Carrinho, foi movido desde o início. O seu pai morreu quando ele ainda era jovem, um adolescente de apenas 15 anos, pois, ele assumiu a contabilidade no bar gerido pela sua mãe, Leonor Carrinho. O negócio, que ela estabeleceu em 1993, estava a correr bem, o que lhe permitiu estudar na África do Sul. No seu regresso a Angola, em vez de procurar a sua fortuna na indústria petrolífera, como a sua mãe havia previsto, destemidamente iniciou um negócio próprio, incluindo um bar. Depois de fazer dele o melhor ponto de encontro da cidade, passou para a restauração, e sequentemente para o negócio da família Carrinho.


O que atestou os Carrinho, uma vez mais como sendo sérios, comprometidos e empresários bem-sucedidos, um curso que primeiramente, alavancou na área de catering, fluindo para a florescente indústria de construção de Angola, depois para os militares, e adquirindo elevada experiência no sector alimentício, a sua logística e sua respectiva preparação.


De acordo com Nelson Carrinho, CEO do grupo CARRINHO, “A nossa missão é transformar Angola. Queremos que o país seja capaz de se abastecer novamente de alimentos”.

O conhecimento e a confiança que cresceram com sucesso permitiram que o sonho de uma Angola autossuficiente amadurecesse no Carrinho. Quando lhe perguntam porquê, responde clara e simplesmente: "Amo o meu país. Não haveria qualquer necessidade de dependência de importações estrangeiras. Costumávamos ser autónomos em todas as culturas alimentares básicas exceto o trigo, mas isso foi antes dos portugueses deixarem o país em 1975 e isso foi subsequente afundaram-se na miséria e no caos, numa guerra civil que durou quase 30 anos. Só precisamos de nos lembrar disso novamente", diz Carrinho. Ele quer que o povo de Angola consiga obter alimentos seguros e acessíveis; quer que as matérias-primas venham de Angola e sejam aí processadas; quer ajudar a tirar o povo de Angola da pobreza com novos empregos. Ele quer um futuro melhor para o seu país e o seu povo.

Os parceiros tornam o sonho realidade


O mais importante no início foi encontrar companheiros de campanha, e nesse contexto, a Carrinho foi triplamente abençoado. O novo governo angolano apoiou o projeto e um consórcio de bancos concordou em fornecer financiamento. Mas, entretanto, Carrinho encontrou o seu alter ego em Décio Catarro, um engenheiro e gerente de fábrica português na indústria alimentar que trouxe consigo a experiência e os conhecimentos necessários. "Só se tem uma oportunidade como esta uma vez na vida", diz Catarro, que é um membro do Conselho de Administração da Carrinho Indústria. E juntamente com outros especialistas da sua rede que ele conseguiu convencer da promessa do projeto, foram trabalhar em 2014.

No início, era uma paisagem desértica, ou seja, sem estradas, sem energia elétrica, sem agua potável. Resultado, os pioneiros tiveram de organizar eles próprios todo o desenvolvimento do enorme sítio. Foram precisos dois anos para conceber a fábrica, e outros dois anos para que a equipa trabalhasse nos planos. Começaram a trabalhar com apenas dois contentores de escritório.

Na Fase 1, concentraram-se nos grãos - arroz, farinha de trigo, e farinha de milho, bem como massas, biscoitos, cereais para pequeno-almoço, e ração animal. Isto inclui uma fábrica de mistura e mistura, e uma fábrica de embalagem de feijão, açúcar, leite em pó, sal e levedura.


Na Fase 2, expandiram para óleos e gorduras, com uma refinaria de óleo de girassol, palma e soja, bem como uma fábrica para engarrafamento e enchimento. Começaram também a produzir maionese, leite condensado, sabão, margarina, vinagre e macarrão. Além disso, construíram uma fábrica de processamento e embalagem de carne e a capacidade de produzir doces duros e moles. Atualmente, na Fase 3, estão a construir uma refinaria de açúcar, uma fábrica de processamento de glucose, e uma fábrica de esmagamento de sementes, juntamente com um armazém de armazenamento de açúcar.


Até à data, a Carrinho já criou mais de 4.000 novos postos de trabalho. E como é que os trabalhadores chegam à fábrica? Uma vez que não havia infraestruturas a que recorrer, foi a própria Carrinho que disponibilizou o transporte para o verdadeiro apoio. Para a operação de três turnos, os próprios autocarros da empresa recolhem os trabalhadores das suas casas e trazem-nos de volta, para que possam desempenhar bem as tarefas que lhes são incumbidas, e ainda, lhes é fornecida uma refeição antes da hora laboral.


Principais fornecedores de soluções

Em termos de operações, a Carrinho estava empenhada em alcançar a máxima eficiência e segurança alimentar e, por conseguinte, ele e a Catarro decidiram comprar equipamento aos principais fornecedores de soluções no mercado, como Bühler. Além do equipamento, Bühler também trouxe o seu conhecimento de cadeias de valor inteiras.


"Quando Carrinho iniciou este excitante projeto, optaram por fazer a fase inicial da Fase 1 com todos os projetos em paralelo. Contudo, a coordenação de vários fornecedores e interfaces foi extremamente desafiante.", diz Harry Bloechlinger, Diretor Executivo da África Austral da Bühler.


"Fomos escolhidos como o parceiro de confiança do projeto para a extensão da Fase 1, bem como das soluções de processamento de cereais na Fase 2 e 3, e fizemos com que isso acontecesse." Reitera.

Bühler, foi capaz de oferecer soluções de processo adequadas não apenas para linhas de produção únicas, mas para fluxos de valor do produto inteiro, desde a matéria-prima até aos produtos acabados. A responsabilidade da gestão de todas as interfaces foi atribuída a Bühler. Além disso, Bühler proporciona transparência de dados sobre todo o processo de produção e um conceito global de manutenção.


"A estreita cooperação entre as equipas Carrinho, a nossa organização regional Bühler, e os especialistas da nossa sede em Uzwil, Suíça, ajudou a fazer do projeto o sucesso que ele é hoje.", remata Bloechlinger. "Este foi um projeto de grande escala e desafiante, e deu-nos a oportunidade de fazer uso de todas as nossas capacidades como fornecedor e parceiro de soluções completas. Estamos ansiosos por trabalhar com a Carrinho na próxima fase e construir o futuro das nossas duas empresas em conjunto". A estreita cooperação entre as equipas Carrinho, a nossa organização regional Bühler, e os especialistas da nossa sede em Uzwil, Suíça, ajudou a fazer do projeto o sucesso que é hoje.

Decisões clarividentes


Dois exemplos mostram o quanto o grupo Carrinho e a sua equipa, têm sido clarividentes na conceção das instalações: a fábrica de processamento de trigo e milho é construída para manusear tanto a matéria-prima nacional como a importada, enquanto a fábrica de processamento de arroz tem capacidade para manusear tanto o arroz castanho quanto o branco. Quer isso dizer, que a tecnologia da planta já está instalada para as matérias-primas produzidas regionalmente.


No entanto, o fornecimento destas ainda vai demorar algum tempo, enquanto que, dois números permanecem ser suficientes para ilustrar o desafio que se avizinha: na década de 1950, para a família angolana média produzia 5 toneladas de milho por hectares de terra arável; hoje, o número é de 700 quilos. O país tem 35 milhões de hectares de terra arável, dos quais apenas cerca de 10% são atualmente cultivados. Embora, 2,5 milhões de toneladas de alimentos sejam cultivados localmente e a produção tenha crescido rapidamente nos últimos 15 anos, grande parte dela, não é de qualidade suficiente para ser utilizada para processamento industrial. Entretanto, o consumo local situa-se em 2,8 milhões de toneladas.


Know-how, equipamento, sementes, logística, irrigação, e compradores industriais, ainda se apalpa essa necessidade, e que para o Grupo Carrinho, é um ponto crucial. "Enquanto as explorações agrícolas não tiverem compradores garantidos, todas as tentativas para desenvolver a agricultura continuam condenadas ao fracasso."


Felizmente, uma lacuna que está a ser preenchida, e com o ramo "Agri" da empresa, a Carrinho está no processo de conectar os pequenos agricultores e as suas famílias, por meio de ONGs como Saiver, que formam, orientam e fornecem sementes a agricultores locais, e que também começou efetivamente, a construir uma rede nacional de fornecedores de matérias-primas.


Grupo Carrinho, na pessoa de Nelson Carrinho, garante que 50.000 agricultores serão contratados numa primeira fase de teste. "O nosso potencial nos próximos anos é de cerca de 1 milhão".


Desenvolver um país promitente é uma ambição, que o grupo Carrinho não deixa abater. Consequentemente, o auspicioso parque alimentar de Benguela deu-os, nomeadamente à sua família e à sua equipa, um incentivo supletivo que conduziu a realização do seu sonho comum. Assim sendo, a credibilidade e a experiência adquiridas, levaram-no a arquitetar um complexo ainda mais extraordinário, com o nome de código "Wakanda".

 

O parque alimentar Wakanda, a ser construído no norte de Angola, terá a mesma orientação que as instalações de Benguela - apenas três vezes o tamanho. “Queremos dar um salto e finalmente entrar na liderança, e até à data, a empresa tem estado a correr atrás da curva.”, salienta Carrinho, especialmente tendo em conta o rápido crescimento da população angolana.

 

Atualmente, o país tem cerca de 30 milhões de habitantes, mas espera-se que o número duplique para mais de 60 milhões até 2050. Portanto, “Até 2030, teremos construído as cadeias e plataformas de valor no país para sermos independentes na gestão e mesmo na exportação deste crescimento.”, assegura com confiança. Portanto, a população que testemunhou o que emergiu em Benguela comunga a sua convicção.


RELATÓRIO ANUAL 2022