Lisboa - O Banco Montepio reportou esta segunda-feira um resultado líquido consolidado recorrente de 67,8 milhões de euros no primeiro semestre de 2023, o que representa um aumento de 191% face aos 23,3 milhões registados no período homólogo de 2022, com o rácio Common Equity Tier 1 e o rácio de Capital Total (fully implemented) a ascender a 14,4% e 17,1%, respetivamente.

Fonte: ECO

“A evolução favorável dos resultados recorrentes foi determinada pelo aumento do produto bancário, suportado na variação positiva da margem financeira e das comissões. Na sequência da redução significativa dos ativos não produtivos, do reforço dos rácios de capital e do sucesso registado no cumprimento dos objetivos do plano de ajustamento operacional, as agências de rating têm atribuído ao Banco Montepio sucessivas subidas de notação de risco, tendo a Fitch, nomeadamente, aumentado o rating da dívida sénior não garantida por três vezes consecutivas em 12 meses”, salienta em comunicado enviado à CMVM.

A instituição financeira assinala que, com a concretização da venda de 51% do Finibanco Angola, comunicada no início de julho, foi “concluído com sucesso mais um importante compromisso assumido no programa de ajustamento que contribui para a simplificação da estrutura societária e para o reforço do enfoque no mercado doméstico”.

No entanto, explica, “a desconsolidação da totalidade da participação implica o registo contabilístico de um efeito não recorrente desfavorável resultante da reciclagem da reserva cambial negativa no valor de 116,1 milhões de euros, mas sem qualquer impacto ou alteração nos capitais próprios do Grupo Banco Montepio, e que determinou o apuramento de um resultado líquido consolidado negativo de 48,3 milhões de euros”.

Num semestre em que fechou com menos 18 balcões do que tinha um ano antes e reduziu em 136 (-4,4%) o número de trabalhadores em relação ao período homólogo, o banco assinala que o produto bancário core ascendeu a 259,7 milhões de euros (+54,2% YoY), com a margem financeira a aumentar 83,9 milhões (+76,1%) e as comissões 7,3 milhões (+12,7%). O segmento de empresas representa 44% do crédito a clientes (bruto) e os depósitos de clientes totalizaram 12,9 mil milhões, com o segmento de particulares a valer 72% do total.

No capítulo da qualidade dos ativos, o Montepio contabiliza um custo do risco de crédito de 0,1% (vs. -0,1% no final do primeiro semestre de 2022) e que as exposições não produtivas (NPE) totalizaram 531 milhões de euros, “materializando uma redução de 399 milhões (-43% YoY), com o rácio NPE a fixar-se em 4,5% e comparando favoravelmente com os 7,5% apurados no final de junho de 2022”.