Lisboa - O julgamento do Major Silvano Antônio Manuel, supostamente envolvido numa rede de extorsão com ligações ao seu tio, Joel Leonardo, Presidente do Tribunal Supremo, estava originalmente agendado para o dia 19 de setembro. Entretanto, este evento foi adiado para uma data posterior ainda a ser anunciada neste mês, de acordo com informações obtidas pelo Club-K.

Fonte: Club-k.net

O Major Silvano Antônio Manuel, anteriormente membro das Forças Armadas Angolanas, servindo como parte da equipe de segurança de seu tio, Joel Leonardo, foi detido em fevereiro em meio a uma investigação conduzida pela Procuradoria Geral da República (PGR). A investigação envolve alegações de corrupção e tráfico de processos criminais no Tribunal Supremo.

 

Silvano Antônio Manuel enfrenta acusações de tentativa de extorsão de 6 milhões de dólares do ex-Ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomás, em troca da sua liberdade.

 

Durante um confronto ocorrido em Luanda, a Procuradoria Geral da República (PGR) apresentou como evidência uma gravação de uma conversa telefônica entre o Presidente do Tribunal Supremo, Joel Leonardo, e seu sobrinho, Major Silvano Antônio Manuel. Na conversa, Silvano Manuel relata ao tio que esteve na residência do ex-Ministro dos Transportes, Augusto Tomás, para entregar uma mensagem de Joel Leonardo, exigindo o pagamento de 6 milhões de dólares para evitar sua prisão.

 

Após a apresentação da gravação, Silvano Manuel admitiu ter estado na casa de Tomás e discutido o assunto com ele. O ex-Ministro confirmou que havia sido alvo de chantagem pelo sobrinho de Joel Leonardo.

 

A PGR alega que as provas apresentadas demonstram a existência de uma rede de extorsão operando no Tribunal Supremo, liderada por Joel Leonardo. Entretanto, vale destacar que o Juiz Joel Leonardo goza de imunidade e não pode ser investigado ou processado.

 

Além disso, surgiram informações sobre negócios privados ligados a Joel Leonardo, que aparentemente são controlados por Silvano Manuel. Um exemplo é a empresa "A IMPORLAB – Prestação de Serviços," que presta serviços de limpeza em 39 estruturas sob a jurisdição do Tribunal Supremo. Notavelmente, "A IMPORLAB – Prestação de Serviços" é controlada por Vanúr de Abreu Isaú Leonardo, filho do Presidente do Tribunal Supremo.

 

Além de Silvano Manuel, outros membros da família de Joel Leonardo, que o Presidente do Tribunal Supremo aparentemente colocou como colaboradores na instituição, estão sob escrutínio. Isso inclui Isidro Coutinho, que atuava como assessor na Área do Cofre dos Tribunais, e Carlos Salumbongo, advogado e assessor no Conselho Superior da Magistratura Judicial. Entre eles, Isidro Coutinho é apontado como alguém que detém informações sensíveis relacionadas a Joel Leonardo.