Luanda - Vítor Escária, chefe de gabinete de António Costa, justificou os 75.800 euros que foram encontrados em numerário no seu escritório com prestações de serviços em Angola que foram pagos em dinheiro, sabe a CNN Portugal.

Fonte: CNN Portugal

A justificação, porém, levanta um problema de fraude fiscal. O dinheiro foi encontrado durante as buscas a São Bento por agentes da PSP, numa busca presidida pelo procurador Rosário Teixeira. Vítor Escária é um dos cinco detidos no âmbito da operação que versa sobre crimes de corrupção e tráfico de influências em negócios relacionados com as explorações de lítio e de hidrogénio e da instalação de um data center em Sines.

Já na manhã desta quinta-feira, à chegada ao Campus da Justiça, em Lisboa, Tiago Rodrigues Bastos, advogado de Vítor Escária, disse aos jornalistas que a quantia "não tem rigorosamente nada que ver com o objeto dos autos", estando relacionada com a atividade profissional de Escária "anterior às funções que exerceu".

"Essas explicações serão dadas ao tribunal", garantiu o advogado, acrescentando que a tese do Ministério Público não está relacionada com a apreensão da avultada soma de dinheiro e que a informação consta dos autos para "causar discussão na praça pública", dizendo mesmo que foi "um facto metido a martelo".

Na noite de quarta-feira, Tiago Rodrigues Bastos recusara comentar a apreensão dos 75 mil euros no escritório do seu cliente, em São Bento. Já depois da meia-noite, quando saía do Tribunal Central de Instrução Criminal, no Campus de Justiça, Rodrigues Bastos garantiu apenas que Vítor Escária não se escusaria a "prestar os esclarecimentos que se impuserem".

"Vocês compreenderão uma coisa: eu não vou - isso é uma subversão das regras e um desrespeito para com o tribunal -, eu não vou prestar nenhum esclarecimento sobre a matéria aqui, vou prestar lá dentro e depois falaremos no final disso", afirmou na noite de quarta-feira, acrescentando que "Vítor Escária está tranquilo, está calmo, está confiante".