Durante a reunião do Comité Central, destinada a escolha dos candidatos do seu partido para a próxima legislatura, José Eduardo dos Santos disse haver «uma certa promiscuidade» entre a actividade empresarial privada e o exercício de cargos governamentais ou da administração pública.
No entender do líder do MPLA, tais práticas beliscam a imagem o partido.
«Devemos aprovar regras mais claras para pôr cobro a uma certa promiscuidade que ainda se verifica hoje. Um membro do Governo pode ser detentor de quotas numa empresa mas não deve ocupar-se da sua gestão nem desrespeitar o princípio da isenção, da imparcialidade no exercício das suas funções administrativas. Devemos corrigir todas as práticas negativas que afectam a imagem do MPLA. Estas são algumas pistas que deixo para aprofundamento posterior na firme convicção de que de facto faremos tudo para que o MPLA seja cada vez melhor e ajude o país também a mudar.»
O também Presidente da República defendeu a necessidade de maior investimento privado nacional sob o argumento de que o país precisa de um sector económico privado forte, para permitir que o Estado reduza a sua presença nesse domínio.
Para Eduardo dos Santos «os que estão a acumular riqueza no sector empresarial, devem ser encorajados a investir cada vez mais na nossa economia, criando empregos e remunerando bem os seus quadros e trabalhadores.»
Eduardo dos Santos considerou a mudança de mentalidade como sendo «uma condição para aceitar a crítica construtiva e admitir a auto-crítica».
Depois de admitir a existência de desequilíbrios entre o investimento público nas cidades e o que é feito no campo, o líder do MPLA disse ser necessário que se preste mais atenção às zonas suburbanas e peri-urbanas, aos antigos combatentes e aos deficientes físicos de guerra.
Sobre a indicação de candidatos a deputado, o presidente do MPLA afirmou ser esta escolha «parte de um exercício mais amplo e complexo», visando quadros mais aptos e capazes de aplicar de forma correcta as orientações do seu partido.
Fonte: VOA